Capítulo 37

1.1K 224 228
                                    

A visão logo abandonou Jin. Portanto, ele não viu como, mas por algum milagre, as mãos de Jaehwan afrouxaram de seu pescoço no último segundo, logo após uma série de estrondos de pequeno porte. O primeiro e mais alto deles, distraiu Jaehwan e o fez soltar a garganta de Seokjin, permitindo que o cozinheiro respirasse mais uma vez, tossindo a medida que seus pulmões desesperados capturavam o oxigênio. O segundo, mais baixo, porém mais próximo, afastou de vez o corpo do advogado de perto dele.

Seokjin ouvia gritos e mais alguns baques, mas não conseguia se concentrar claramente neles durante longos segundos. Sua mente e corpo ainda tentando se ajustar à nova realidade de que ele não iria morrer, ao menos não naquele momento. Alguém o havia salvo, alguém estava lá, brigando com Jaehwan e parecia muito irritado, pois jorravam palavrões de sua boca, alguns em coreano e em dado momentos em uma língua que ele desconhecia, mas pensava ser chinês.

— Você está bem?! Ei, levanta!

— Q-uem é-é v-você? — Seokjin ainda tinha muita dificuldade para falar e sua voz estava bastante rouca.

— Seu anjo da guarda. — O homem desconhecido brincou, mas sua voz ainda soava séria e preocupada. — Precisamos sair daqui antes que esse filho da puta acorde. Consegue levantar?

Jin meneou a cabeça em negação, sentia-se muito fraco para fazer qualquer coisa, mas com a ajuda do homem foi capaz de se erguer, tendo noção de que o mesmo carregava setenta por cento de seu peso.

— Se eu fosse você, tirava as mãos do que é meu.

A voz de Jaehwan enviou uma onda de temor pela espinha de Seokjin, gelando todo o seu corpo e foi somente graças ao desconhecido que ele continuou de pé. Os dois se viraram com cuidado e a cena que o cozinheiro viu foi aterrorizante. Lee estava parado diante deles segurando uma pistola. Sangue descia pela lateral direita do rosto do advogado e aquilo só o deixou mais assustador.

— Filho da puta resistente. — comentou o desconhecido.

— É esse o desgraçado que andou te fodendo Jin? — O moreno passou a mão livre pelo cabelo, espalhando ainda mais o sangue pela testa. — Que dia maravilhoso! Vocês realmente fazem meu trabalho bem mais fácil.

— N-não...

— Vai com calma aí...

— Fica quieto ou eu vou estourar os seus miolos!

— Eu n-não o conhe-ço... — Falar doía. Uma queimação perpassava sua garganta e sua voz parecia ser inexistente. Jin não sabia o que fazer. Por um lado, estava agradecido pelo homem ter salvo sua vida, pelo outro, culpado, pois agora tinha um revólver apontado para o outro loiro, sendo que ele não tinha nada a ver com aquilo. — P-por fa-favor...

— Quem é você, desgraçado?

— Você quer que eu fale ou me cale? Precisa se decidir. — O estranho era desaforado, o cozinheiro tremeu só de imaginar a raiva de Jaehwan com aquelas palavras sendo proferidas contra ele.

— Filho da puta!

— V-vai em-bo-

— Não vou embora, gracinha. — interrompeu. — Nem adianta.

— Quem você pensa que é para falar com ele? Eu vou estourar seu crânio com prazer.

Seokjin apertou o homem com a pouca força que tinha, tentando colocá-lo para trás de seu tronco em uma maneira débil de protegê-lo, na medida que ouviu o moreno engatilhar o revólver.

— Namjoon... cadê você? — Só a menção daquele nome fez o corpo do cozinheiro ficar mais alerta. Seria possível que Namjoon estivesse ciente daquilo? Seokjin não o queria ali, não o queria perto de Jaehwan, era perigoso demais. — Policial lerdo.... Puta que pariu. — O chinês continuou murmurando, impedindo o cozinheiro de se colocar na frente dele. Sabendo que seria ridículo, o homem mal conseguia se manter direito em pé. — Ei, enrustido, você não tem vergonha na cara não? Você é uma humilhação para o clã.

Hey, ThiefWhere stories live. Discover now