Hey, Thief

Capítulo 73

Quando Seokjin acordou, estava com a cabeça em uma almofada. Não se lembrava como havia parado naquela posição, mas se lembrava de Jackson. Esticou os braços, se espreguiçando e se levantou do sofá.

Um cheiro forte de café preenchia o ambiente e o loiro se viu andando até a cozinha, onde se deparou com o chinês fazendo ovos mexidos.

— Gracinha! — Jackson esticou um dos braços, e puxou o cozinheiro pela cintura, dando um escandaloso beijo na bochecha do mais alto. — Que bom que meu raio de sol acordou. Está se sentindo bem? Precisa de alguma coisa?

— O que você está fazendo aí? Provavelmente estragando o meu teflon. — comentou o cozinheiro. — Deixa que eu termino isso.

— Jin, eu sei o que estou fazendo, tá legal? — Seokjin encarou o outro e balançou a cabeça. — Vai fazer suas coisas aí que eu já tô terminando aqui.

O mais velho concordou, porém a contragosto. Foi para o quarto, pegou uma muda de roupa e depois seguiu para o banheiro. Ficou lá por alguns minutos e saiu de banho tomado. Tentou não pensar em Namjoon durante o processo, mas falhou assim que viu a saboneteira quebrada.

— Jin, que carinha é essa? Os ovos estão ruins?

— Não...

— Ah... Gracinha, ele vai vir atrás de você. Tenho certeza. — disse o chinês. — Namjoon é doido por você.

— Espero que você esteja correto. — comentou. — Você viu meu celular? Queria contatar Taekwoon o mais rápido possível para saber o que fazer.

— Acho que estava na sala, mas come primeiro, Seokjin. Eu não me matei aqui nessa cozinha pra você ignorar meu trabalho pesado.

— Drama queen.

Os dois acabaram tomando café da manhã de maneira tranquila ou tão tranquila quanto possível, já que a mente de Seokjin vagava por outros locais, mesmo tendo Jackson tagarelando ao seu lado a fim de mantê-lo ocupado e não pensando em besteira. Jin agradecia imensamente a presença do amigo em sua casa.

O advogado de Jin e vizinho de Hoseok, Jung Taekwoon chegou no final da manhã, como combinado no dia anterior. No primeiro momento, o homem analisou o documento por alto, afinal eram várias páginas e conhecendo a família Lee, todo cuidado era pouco.

— E então, Taekwoonnie? O que você me aconselha? — O loiro questionou aflito. Ele queria acabar com aquela história o quanto antes.

— Eu não posso afirmar nada com certeza, Jin. Vou precisar de no mínimo dois dias com esse documento para te dar todas as garantias. Se eu fosse você, não descansaria até ver esse homem apodrecer na cadeia, mas a decisão é sua e só você sabe se aguenta essa briga até o final. Não vai ser fácil, posso garantir isso e também será feia. — Suspirou e voltou a encarar o cozinheiro. — O acordo da família Lee não é ruim até onde eu posso ver eles estão tentando proteger o patrimônio deles mais do que o bem-estar de Jaehwan, até porque colocá-lo na rua é um risco para os negócios e para o prestígio deles. Contudo acho as medidas que eles tomaram muito brandas. Então, me conta Seokjin, o que para você falta nesse acordo? O que te faria sentir mais seguro, caso assine?

— Ele quer mais dinheiro! — afirmou Jackson.

— Só mais dinheiro? — O homem fitou Jackson com seus olhos de gato e o chinês sentiu sua espinha gelar. Aquele homem era lindo, mas também assustador.

— Eu preciso ter certeza de que eles não vão chegar perto de nenhum dos meus amigos, nem de mim. Eles me ameaçaram, Taek. Não com todas as letras, mas para um bom entendedor, meia palavra basta.