TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK

"Borboletas"

Dumbledore estava tão constrangido quanto os dois estudantes que tentavam agir como se nada estivesse acontecido.

- Eu infelizmente terei que tirar 20 pontos de suas respectivas casas e manda-los para a detenção por estarem fora da cama a esta hora. - Sirius o encara confuso, já havia recebido punições maiores por muito menos.

- Só isso? - Escapa da sua boca, e Abby o cutuca violentamente com o cotovelo.

- Sirius! - chama a atenção do garoto para que ele mantenha a boca fechada.

- Vou considerar que os flagrei voltando muito tarde da biblioteca, e que não vi absolutamente nada do que estavam fazendo. - Ele fala incomodado. - Sugiro que deveriam ir para as suas comunais e tomem cuidado com o tempo que passam... estudando... - As bochechas do homem pareciam ferver com o constrangimento.

Abby assente aliviada, não acreditando do que havia se livrado, definitivamente não teria o mesmo destino se outra pessoa os tivesse flagrado. Ela e Sirius tentam se abraçar como despedida, mas o garoto se afasta puxando a camisa branca para baixo com uma das mãos e estendendo a mão livre para que ela aperte de maneira amigável e formal.

- Diretor. - Abigail cumprimenta educadamente se retirando.

- Senhorita Parsons. - ele retribui curvando um pouco o corpo.

Assim que ela desaparece de vista, Sirius sorri envergonhado para o diretor.

- Acho que já está na hora de ir, durma bem, Diretor. - Sirius faz uma reverência irônica e Dumbledore estende a mão sorrindo de leve.

- Sirius. - o garoto revira os olhos e entrega a garrafinha nas mãos do homem velho. - Volte para o seu dormitório, e tente não desviar o caminho para a comunal alheia. - Sirius sai pisando forte enquanto Alvo Dumbledore analisa o objeto prateado.

A garrafinha tinha aproximadamente 13 cm de altura e era consideravelmente fina, era possível ler o nome "Sirius B." arranhado profundamente no metal em uma letra desleixada, o outro lado Sirius havia arranhado mais cedo durante a festa, haviam várias borboletas mal desenhadas.

Alvo Dumbledore passa o dedo pelos desenhos sorrindo de leve, joga a bebida no chão e desfaz o feitiço de expansão.

Antes que Sirius pudesse chegar na sua comunal, notou sua garrafinha flutuando no seu encontro, ele sai da sua forma de animago para se tornar o garoto moreno novamente e agarra o objeto sorrindo.

Se deita silenciosamente na própria cama e abre a garrafinha, sente vontade de gargalhar quando percebe que estava bebendo suco de abóbora.

Seus dedos fazem as borboletas riscadas na garrafa voarem pelo objeto como se tivessem vida própria, ele sorri lembrando do beijo na noite chuvosa e do cheiro do álcool com o perfume floral da garota, eles pareciam formar a melhor combinação do mundo.

Sirius sorri quando nota que o cheiro do perfume de Abby havia ficado na camisa dele, e encara de forma culposa o Lupin dormindo na sua frente.

Que tipo de amigo ele era?

Sem dúvida, um dos piores.

- Está de castigo? - a voz de James o faz pular da cama e afastar a própria camisa do rosto.

- Odeio quando você usa o mapa para bisbilhotar a minha vida. - Sirius arranca o mapa das mãos de James e senta novamente chateado na sua cama. - Malfeito feito. - o mapa se apaga.

- A beijou de novo? - James pergunta com o mesmo tom de advertência.

- Não, tecnicamente não. - responde com a culpa pesando a sua voz.

- Sabe que o Aluado está realmente gostando dela, não sabe? - James alerta fazendo Sirius se afundar mais na cama.

- Ele só estão ficando há alguns dias. - Almofadinhas rebate.

- Remo nunca esteve tão envolvido por alguém quanto está por ela. - pontas suspira. - Antes de você chegar, ele disse que pensava em pedi-la em namoro.

Sirius coloca o próprio travesseiro no rosto apertando o material felpudo contra si, o ciúme o corroía como nunca.

- Sugiro que você e a Abby evitem tanto contato físico... - James começa. - e que você concentre a sua excitação em outra garota, Marlene McKinnon, por exemplo.

Sirius grita de ódio contra a almofada, fazendo o som sair abafado, e apenas James que estava acordado escutar o descontentamento do garoto.

No dia seguinte, a detenção esperava Sirius e Abby, ele havia delegado ao professor Slughorn que castigasse os dois, por insistência da parte do homem.

Os dois nem se cumprimentaram e estavam o mais distante possível um do outro, cada um pelo seu motivo. Sirius observava a garota brincando com um vidrinho enquanto esperavam o professor Slughorn.

- Olá! - O homem cumprimenta. - Senhorita Parsons, imagino como seja triste estar na detenção bem no dia do seu aniversário, mas aqui está algo para alegrar um pouco o seu dia. - coloca um pequeno bolo na mesa da garota e ela nem mesmo consegue dar um sorriso.

- Agradeço. - diz simplesmente. - Mas, não comemoro aniversários. - um nó enrolava a sua garganta.

Sirius aperta as suas mãos em punhos ao ver a garota triste, seus ombros pesaram automaticamente, ele sabia que estava distante por um motivo, mas ainda não entendia os motivos dela.

- Bom, então vamos começar, preciso que limpem os frascos cuidadosamente, são muito frágeis. - Slughorn alerta e sai um pouco envergonhado da sala.

Sirius observava incomodado a garota limpar os frascos rapidamente, o rosto dela não tinha expressão alguma.

- Não vai falar comigo? - Sirius pergunta, mas é ignorado, Abby não suportaria dizer uma palavra sem se debulhar em lágrimas.

O silêncio era ensurdecedor, Sirius escondia os caquinhos dos frascos que quebrava embaixo de uma bancada, e esse era o único barulho no local.

Abby pega o bolo que havia ganhado de Slughorn e devolvia para a mesa vazia do professor, havia acabado todo o seu trabalho, saiu sem ao menos dizer uma palavra para o garoto.

A atitude o enlouqueceu, seja lá o que havia acontecido, ela não estava nem ao menos tentando superar. Ele corria atrás da lufana desrespeitando tudo o que havia dito que faria para o James.

Sirius não a encontrava em lugar algum de Hogwarts, sua mente acendeu quando lembrou-se da primeira interação mais direta que tiveram, ela havia corrido para o lago negro.

Ele corria na sua forma de cão até o lago negro, onde a garota soluçava de tanto chorar. Sirius se aproximou e sentou-se ao lado dela encostando o focinho em seu rosto molhado pelas lágrimas.