"Pedrinhas"

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- Uma sangue-ruim na casa dos Black? - Orion Black encarava um Sirius atordoado ao pé da escada. - Eu tenho nojo de você, moleque! - grita.

- É a minha esposa! - grita de volta e sente o cinto de couro atingir o seu rosto com violência.

O rapaz senta no degrau da escada devido à dor intensa que sentia no seu rosto. Na segunda vez que o cinto iria atingi-lo, Sirius coloca as mãos na frente.

Seu pai não gostava de quando ele fazia isso.

- Tire a camisa. - Rosna e Sirius chora alto, soluçava desesperadamente negando com a cabeça. - Não foi um pedido, foi uma ordem.

- Não, papai, por favor! - O garoto suplica com os dedos trêmulos.

Não era mais um grande homem, mas sim um garotinho muito magro e ossudo de 12 anos, Orion parecia muito maior do que realmente era naquele momento.

- Eu te dei uma ordem, não dei, seu moleque? - Sirius assente entre os soluços. - Pare de chorar! - o cinto entra em contato com o rosto dele novamente.

Não era fácil tentar se acalmar naquele momento.

- Mandei você tirar a camisa! - Grita e dessa vez o cinto acerta as coxas magras do garotinho, que solta um grunhido de dor.

Papai também não gostava quando Sirius gritava.

O garoto desabotoava com muita dificuldade, os pequenos e machucados dedinhos tremiam muito, no último botão, tira a camisa sentindo o medo cegar os seus olhos e arrancar a sua respiração para si.

O material de couro de dragão acertou as costas já muito machucadas da surra anterior que havia levado de sua mãe, tentava não gritar, e tinha sucesso.

Já havia praticado tantas vezes, que estava se acostumando a prender o grito na sua garganta.

Dez.

Já havia levado dez chicotadas.

Levanta os olhos marejados, encontrando a sua mãe, Walburga Black.

Mamãe.

Não havia qualquer afeto no olhar que ela lançava para o garoto que levava inúmeras chicotadas. Não havia nem mesmo piedade.

- Mamãe, por favor... - Sirius tenta.

Só a sua voz parecia tê-la aborrecido.

- Mamãe, por favor, venha aqui. - pedia contendo os gemidos de dor e fechando os olhos com força quando a se torna insuportável. - Mamãe... - suplica. - Me ajude, mamãe, eu juro que nunca mais a desobedeço.

Ela continuava sem dizer uma só palavra, as lágrimas do filho pareciam nem estar ali, a matriarca Black parecia estar assistindo uma peça qualquer que não era do seu agrado.

- Mamãe, eu amo você... - Sussurra e a mãe o da as costas. - Se me ama também, me ajude, eu estou sentindo dor... - Suas lágrimas foram mais intensas quando a vê deixando a sala em passos largos.

O deixando ali.

Sozinho.

- Você sempre vai estar sozinho, Sirius. - Não era mais a voz do seu pai, era a voz de Régulo.

Do seu irmãozinho.

Sirius encara as próprias mãos, voltaram a ser as suas grandes e calejadas, não era mais o garotinho magricela, mas sim o homem corpulento e alto.

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde as histórias ganham vida. Descobre agora