"Motocicleta"

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- JÁ CHEGA! - Lucy grita com os olhos lacrimejados.

- NUNCA MAIS FALE ASSIM COMIGO! - O pai de Abby aponta para o seu rosto com superioridade.

- VOCÊ VAI ME OUVIR SIM! - ela grita de volta. - Eu já estou farta! Farta de tudo isso! - abaixa o tom de voz quando sua garganta dói. - Eu não aguento mais tentar ser a filha perfeita, eu não tenho culpa se a sua religião odeia quem eu sou e você fica procurando diminuir os danos que a minha vida representa!

- Você não vai blasfemar diante da sua família toda, eu proíbo você de falar mais uma palavra. - Ele diz entredentes, a raiva que o seu olhar emitia era palpável.

- Eu não ligo para o que o seu deus pensa, não ligo nem para o que você pensa! - murmúrios de choque foram ouvidos na mesa. - Bom, sinto muito, os seus esforços foram inúteis! Eu não aguento mais as pessoas me tratando como a "pobre Abby", "doce Abby", me infantilizando, eu sou uma mulher!

- Querida, cuidado com o que você vai falar... - Sirius é interrompido por ela novamente, na verdade, ela nem o tinha escutado.

- Eu nem sou mais virgem! - grita e Sirius evita qualquer contato visual com alguém ali. - Seus esforços para manter os meus namorados fora do meu quarto? Não adiantaram nenhum dia sequer!

O pai de Abigail não conseguia dizer uma palavra sequer, apertava o crucifixo do seu pescoço com tanta força que quase rasgava as mãos. As pessoas da mesa estavam tão surpresas quanto ele.

- Certo, é a minha deixa, eu não quero ouvir mais nem um segundo dessa discussão! - Lucy diz. - Todo mundo, fora da minha casa! - ela abre a porta.

- Muito obrigada! - Abby faz menção que vai sair, mas é arrastada pelo braço.

- Você vai para o seu quarto e vai ficar calma, mocinha! - Lucy manda.

Abby sai da sala e vai até o seu quarto silenciosamente.

- Você! - aponta para o pai da Abigail. - Nós vamos ter uma conversa. - e você? - chama a atenção de Sirius, e fica pensativa. - você não fez nada, pode continuar comendo ou ajudar a Abigail, querido. - fala gentilmente sorrindo para ele enquanto saía do cômodo com doutor Albert Parsons ao seu lado.

Sirius corre até o quarto de Abigail, que chorava sentada no chão. O coração do garoto pareceu comprimir dentro do seu peito, se coloca ao lado dela e a puxa para si.

- Você quer conversar sobre o que aconteceu? - o Black pergunta.

- Me conte um segredo. - Sirius sorri acariciando os cabelos dela enquanto tentava se lembrar de algo que ela ainda não sabia. - Um bom, nada triste. - dá uma risadinha.

Isso sim era difícil.

- Certo, mas você vai ter que prometer que não me matará. - Sirius arregaça a manga da camisa. - talvez você já tenha até percebido antes, não sei se é bom.

Ela levanta o rosto choroso e Sirius exibe o antebraço tatuado, o que a faz franzir o cenho, seus olhos avermelhados encaram Sirius em confusão.

- Eu já pintei todas as suas tatuagens, eu sei todas elas. - Sirius nega comprimindo os lábios.

- Esse braço você não pintou, se você notou, foi em outro momento, mas eu NUNCA mostrei isso para você. - aproxima o antebraço do rosto dela, e Abigail se levanta irritada.

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde as histórias ganham vida. Descobre agora