"Pulmões"

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Após muita agitação, eles finalmente entram no expresso de Hogwarts, a bagunça que o grupo de amigos faz é perceptível por todos os outros alunos, que os observavam quase colocar o trem de cabeça para baixo.

Pedro tentava não deixar transparecer o incômodo que sentia enquanto via Sirius interagir romanticamente com Abigail, o que era constante, visto que o garoto não queria desgrudar um só segundo da sua namorada.

Por enquanto, Sirius, Lily, Abby, James e Remo mantinham a ordem da fênix em segredo, não queriam comprometer tudo aquilo.

Todos se apertam desconfortavelmente em um grande vagão para conversarem, até serem reclamados pela mulher que vendia os doces de vagão em vagão.

Abby saía do local agitado com as mãos de Sirius grudada nos seus quadris enquanto ria da briga boba do James e da Lily sobre o cargo de monitor-chefe. Ali, uma corvina do quarto ano procurava Abigail, que quando nota a garota ali sorri simpática passando o braço pelos ombros dela.

- Olá, Celine, como estão os seus gatinhos? - pergunta amigável e a garota relaxa o ombro tensionado.

- Olá, Abby, estão ótimos, estava mesmo precisando de...- Sirius sai do vagão conversando com Remo sobre as matérias do sétimo ano. - Olá, meninos. - diz baixo, e os dois não escutam, quase dando as costas.

- Ei, pulguento. - Abby chama e Sirius vira o rosto imediatamente para achá-la, sorrindo quando seus olhos encontram os castanhos dela.

A analisa da cabeça até os sapatos amarelados, um sorriso surge no seu rosto.

Sirius e Lupin dão a volta quando Abby os chama com o dedo indicador sorrindo de leve, param na frente da pequena corvina, que não conseguia falar uma palavra.

- Meninos, digam olá para a Celine. - Abby apresenta e Sirius aperta na mão da menina animadamente e Lupin sorri fraco acenando desajeitadamente.

Eles dão as costas e andam três passos, Sirius parece esquecer algo, voltando até Abby calmamente, segura o pescoço dela a beijando delicadamente, ou tão delicado quanto ele conseguia.

- Temos um assunto para resolver, vou estar esperando você. - diz e sorri passando a língua no nariz dela por brincadeira, que o empurra rindo. - E você, cuidado com a minha garota. - aponta para a Celine enquanto andava de costas observando Abigail com um sorriso estúpido grudado no rosto.

- Como você conquistou o Sirius Black? - Celine pergunta discreta, mas seus olhos estavam arregalados, Abigail franze o cenho.

- Sinceramente, o plano nunca foi conquistar Sirius Black, eu não fiz nada.- Abby da de ombros. - se ajuda, eu disse que não gostava do cabelo dele e soquei o rosto dele do lado que ele mais gosta.

- Não acredito que você está namorando Sirius Black! - ela estava boquiaberta. - Ele quis ficar só com você? O Sirius Black? O maior galinha de Hogwarts? Não sabia se alguém iria conseguir uma proeza como essa.

Sirius arregalava os olhos visivelmente revoltando com a informação dita sobre ele, tocando no próprio peito como se tivesse sido atingido.

- Como assim proeza? - Sirius reclama. - E, o termo galinha é muito ofensivo!

Abby contava para eles o ocorrido enquanto comiam snacks na casa dos gritos, Marlene gargalha quase se engasgando com a comida que mastigava, Remo apoia o nariz nos dedos enquanto soltava uma risada sem som.

- Foi realmente um feito histórico, Sirius Black namorando, e uma pessoa só? - James brinca. - É confuso em tantos níveis, só a Abby conseguiu conseguiu conquistar tal feito.

- Muito me admira a Abigail ter aceitado tão rápido. - Conor diz fazendo Sirius encara-lo feio.

- Rápido? Você viu tudo o que eu passei para ela me perdoar? As pessoas da lufa lufa não têm mais um pingo de respeito por mim. - Ele diz bravo e Marlene ri olhando para cima com uma expressão sonhadora.

- Era o ponto alto dos meus dias: ver o Sirius tentar subir no dormitório feminino da lufa lufa. - ela comenta. - Abby, você deve ter algo de muito bom, porque o Sirius estava verdadeiramente desesperado em perder.

- Não tenho nada demais. - ela deu de ombros e Pedro atrás dela fez um sinal indicando seios grandes com as próprias mãos.

- É isso! - Marlene concorda e Abby revira os olhos atirando um de seus sapatos no garoto que ria cobrindo o rosto.

- É claro que não, suas grandes crianças! - reclama Abby.

- O grande motivo é ela, eu gosto dela todinha. - ele responde puxando a cintura da garota e a faz sentar no seu colo. - depois dela me implorar para nós ficarmos juntos, eu não tive como dizer não para essa carinha linda. - brinca.

- Claro, Sirius, foi exatamente como as coisas aconteceram. - Abby o olha desconfiada, mas se rende ao rosto sorridente dele, depositando um beijo amoroso na curva da sua mandíbula.

Régulo Arturo Black não estava em Hogwarts, naquela noite, ele encarava o lago atrás da mansão Malfoy, as lágrimas escorriam incessantes do seu rosto enquanto a marca queimava na sua pele, era horrível, um verdadeiro pesadelo.

Pensamentos ruins constantemente invadiam a sua mente, e ele não aguentava mais, havia chegado bem no seu limite.

Dá o primeiro passo molhando os sapatos escuros, não conseguia dar passos normais, apenas arrasta o pé na água, e agora seu tornozelos estavam submersos, os pés estavam cada vez mãos grudados no chão terroso devido ao feitiço que havia feito.

Não demorou muito para Regulo estar completamente submerso, àquela altura, não havia mais Voldemort, não havia mais guerra, não haviam mais lágrimas, tudo parecia apenas um borrão, todas as suas memórias eram um grande borrão.

Até mesmo a água que invadia os seus pulmões sem pedir permissão e machucando seu corpo, não doía tanto quanto deveria, para que havia conhecido a dor de verdade, aquela não era nada demais, aquela dor era alívio.

Seus olhos cedem e o seu corpo perde as forças, poderia escutar alguém nadando até ele, desejou que fosse a morte, desejou que ate mesmo que alguém o matasse mais rápido do que aquela tortura.

A moça agarra os seus braços, e os puxava desesperadamente, mas os pés dele continuavam presos, estava prestes a se afogar também quando o feitiço simplesmente teve fim, a possibilitando de nadar com Régulo até a terra firme novamente.

Ela não tinha tanta força nos braços quanto desejava, o que a fez demorar mais do que o esperado para colocá-lo deitado ali na grama.

Os lábios do Black estavam tão brancos quanto a pele de Narcisa, que usava a sua varinha para tirar a quantidade absurda de água nos pulmões do seu primo.

Régulo tosse a morte para fora dos pulmões.

Narcisa tremia e esbravejava.

- O que você pensa que estava fazendo? - Ela gritava. - Eu deveria tê-lo deixado se afogar, o que está acontecendo com você?

- Não está acontecendo nada.

- Então queria se matar por nada? - Ela grita de volta.

- Talvez eu não queira mais ser a porra de um comensal! - ele grita de volta e olha ao redor para ver alguém bisbilhotava. - É ilegal, dói, e está me enlouquecendo.

- Régulo, nós já estamos desse lado, não há mais como fugir ou mudar de lugar, perderíamos tanta coisa. - ela responder puxando o ar. - Não tem mais volta, Reggie. - Narcisa suspira. - Você é um idiota. - Revira os olhos.

- E por que você me tirou de lá? - Ele olhava para um canto distante. - já que me acha um idiota.

Narcisa aperta os cabelos loiros nas mãos, fazendo cair a água que ele absorveu em toda aquela grama verde escuro.

- Eu fiz uma promessa. - Ela diz. - Um Black nunca deixa o outro na mão, Reggie, aguente mais um pouco.

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde as histórias ganham vida. Descobre agora