TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK

"Viva."

Ao chegar no local indicado, Sirius bate na porta com o número 710 com força, mas o local parecia vazio. Encara de novo a carta, para conferir.

Ele estava no endereço certo, qual seria o problema?

Bate mais forte na porta de madeira e escuta uma voz feminina desferir inúmeros palavrões, o mandando esperar.

Ela abre, revelando um rosto velho, carregado de maquiagem e olhos verdes confusos, encarando o jovem rapaz a sua frente.

- O que faz aqui batendo na minha porta tão tarde, garoto? - rosna. - Você não é o meu cliente das 11 horas, nem tenho horário para hoje.

- O que? Você me chamou aqui.

- Está me confundindo com outra pessoa.

- Não, aqui está a carta que a senhora me enviou, Inspetora Portia, não? Vim tratar sobre o meu irmão.

- Querido, acho que alguém quis brincar com você, faço diversos serviços, mas inspetoria não é um deles. - A moça sorri bondosa. - Vá para casa, eu sinto muito pelo seu irmão.

Aquela havia sido uma brincadeira maldosa.

Muito maldosa.

Sirius atira o papelzinho com violência no chão, e monta na sua moto, claramente estressado.

Não queria que Abigail o visse tão estressado assim, odiaria descontar nela sem querer, ou tratá-la com grosseria, achava melhor explodir longe.

Decide fazer ao Pedro uma visita, desde que ele havia se oferecido para guardar o segredo dos Potter, Sirius fez questão de pagar um local seguro para ele ficar, com o conforto necessário.

Toca diversas vezes a campainha, mas não tem resposta. Abre a fechadura com a sua própria varinha e caminha pelo pequeno cômodo em busca de Pedro.

Ele não estava em casa.

Era estranho, Pedro não era um rapaz que costumava sair muito.

Faz algo de que não se orgulhava no momento, mexia nas coisas que Pedro deixava jogadas pelo cômodo. Haviam várias fotos deles com 12/13 anos, uma foto estava queimada bem no rosto de Abigail, Sirius se recusava a acreditar que aquilo havia sido de propósito.

Tropeça, por acaso, em um piso desnivelado no local, e por pura curiosidade, afasta o tapete vermelho, quebrando o piso que parecia ter sido consertado mil vezes com uma magia porca.

Teve que segurar no chão para não desmaiar quando vê a máscara e a capa típica dos comensais da morte ali.

Era ele.

Ele era o traidor.

Sirius havia deixado a segurança da família Potter nas mãos do traidor.

Precisava consertar isso, tirar os Potter dali, escondê-los melhor, talvez com a capa da invisibilidade.

Não contaria para Abigail o que aconteceu até consertar, não queria preocupa-la, ela já está cheia de problemas o tempo todo, sempre ocupada com a Ordem.

Um noivo estúpido só a traria mais problemas.

Antes de pisar na casa dos Potter naquela fria noite do dia 31 de outubro, Sirius nunca sentiu o peso das palavras "tarde demais".

Até aquele dia.

Aquela porra de dia.

Caminhava pela casa dos Potter, e a primeira coisa que os seus olhos encontram, é o seu irmão caído no chão, sem qualquer brilho em seus olhos castanhos.