"Atraso"

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Antes da morte prematura de Marlene McKinnon, a ordem se reunia na mansão dos Potter, inúmeros quadros enchiam as paredes dos corredores largos. Enquanto caminhava, Abby pôde notar algumas fotografias suas também ali, se movendo em loop eterno.

Sirius tragava um dos cigarros caros que o pai de Abigail o apresentou quando era apenas um adolescente, a neblina de fumaça rapidamente se perdia no ar da grande casa.

Na sala, o grupo animado conversava sobre o pequeno Harry Potter, enquanto isso, o garotinho de pouco mais de 11 meses, observava curiosamente as cicatrizes de Remo Lupin nos braços que o seguravam firme.

- Querida, cheguei. - Abby brinca abraçando Lily por trás, recebe em troca um beijo carinhoso na bochecha.

- Por que se atrasaram tanto? - Alastor Moody, membro recente da ordem, questiona o casal.

- Não. Não. Não. - Lupin repreende. - nunca pergunte isso ao Sirius, você não vai gostar da resposta. - avisa.

- Verdade, falo por experiência própria. - Marlene McKinnon ri de leve contra o próprio copo.

Sirius gargalha, devolvendo o cigarro para a boca logo no fim das risadas.

- Agradecemos por terem esperado, estávamos limpando o jardim, o filho do nosso vizinho é um grande fã de bolas de tinta, deixou a nossa casa um tanto... alegre... - ela tenta ser positiva, ganhando um revirar de olhos do seu noivo como resposta.

- E a Abby não me deixou jogar bolinhas na casa dele também, o meliante merece retaliação. - Sirius constata.

- Ele tem cinco anos. - Abby rebate.

- Tempo o suficiente para aprender que não se mexe com os Blacks. - dizia enquanto caminhava até um objeto completamente coberto por um tecido grosso.

Parecia ter mais de 2,5 metros de altura, e largura razoável. Sirius toca levemente no tecido provavelmente feito à mão, e se assusta quando a voz de Alvo Dumbledore enche a sala:

- Estão atrasados. - Ele constata encarando Sirius que disfarçava estranhamente coçando a cabeça e se aproximando de James. - Senhorita Parsons, preciso que me acompanhe, trata-se de um assunto delicado.

Abby assente, preocupada de antemão, o acompanhando até o corredor, em direção a um dos grandes cômodos vazios da mansão dos Potter. Alvo abre a porta de maneira cavalheiresca e a deixa passar na frente, fechando a porta atrás de si logo em seguida.

- Estamos com problemas? - Ela o encara, mas seu rosto era impassível, não a dizia nada.

- Indubitavelmente. - Ele continua com a postura ereta, enquanto observa Abigail encostar-se na parede com uma expressão cansada.

- Um problema meu? Ou um problema da Ordem? - ela pergunta.

Existiam dois tipos de problemas que Alvo Dumbledore a apresentava: problemas que ela poderia compartilhar com a Ordem, e problemas que caíam apenas nas suas costas, sem direito a ajuda.

- Esse é um problema seu. - Alvo responde. - É arriscado.

- O que eu teria que fazer?

- Tom Riddle tem nas mãos algo muito importante para ganhar a guerra... - Abby assente.

- A tal moça americana, você mencionou, quer que eu... você sabe... - a lufana torce o lábio incomodada, odiava aquela palavra. -... a mate?

- Não. - Aquilo deveria soar reconfortante para ela, mas Abby ainda mexia nos próprios dedos nervosamente. - Você irá matar o bebê dela.

Os olhos castanhos de Abigail quase saltam do rosto.

Um bebê?

Matar uma pessoa já soava mal, mas matar um bebê?

TELL ME A SECRET || SIRIUS BLACK Onde as histórias ganham vida. Descobre agora