Capítulo 22

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No dia seguinte acordo e vou para o hospital.

– Então, recuperada? – pergunto, quando chego ao quarto.

– Prontinha para ir para a minha cama. Acho que os hospitais estão a precisar de umas doações daqueles colchões de esponja dos anúncios. Pobres doentes, nestas amostras de "colchões" ninguém recupera.

– Beca! Já me pareces bem melhor que ontem – comento.

– Mana, esta noite matou-me. Isto é mesmo horrível. Mas o médico já me disse que posso ir embora, deve estar mesmo a chegar...

O médico chega e dá-nos as indicações para a recuperação. Saímos e vamos para casa.

– Pronto, já estás em casa – digo, ao chegar.

– Vou direitinha para a minha cama. Hoje vou hibernar, que estou mesmo a precisar.

– Fazes bem, pequena. Descansa. Eu vou só ajudar a mãe numas coisas e depois vou trabalhar. Como amanhã já é sábado, depois já podemos fazer uma maratona de filmes!

– Filha, podes só ir falar com a Vanda, por favor? Diz-lhe que a tua irmã já está melhor e que eu fico em casa na próxima semana, depois levo o papel. É que não estou com cabeça para nada – pede a minha mãe.

– Claro, mãe, eu vou lá assim que chegar à empresa. Toma qualquer coisa e vai dormir, também estás a precisar.

– Sim, vou fazer isso. Obrigada, filha.

Acabamos de arrumar as coisas da Rebeca e eu sigo em direção ao meu trabalho. À chegada, passo pelo escritório da Vanda. Bato à porta.

– Entre! – ouço do outro lado.

– Com licença. Bom dia, Vanda. Passei aqui para lhe dizer que a minha irmã já está melhor, já fui buscá-la hoje de manhã. E a minha mãe pediu-me para a informar de que ela vai ficar a próxima semana em casa, depois traz o papel.

– Que bom que a Rebeca está melhor! A tua mãe que não se preocupe, ela que volte quando tiver de voltar. Nós desenrascamo-nos. E a tua mãe, como é que está?

– Se quer que lhe seja sincera, eu não sei. Ela tem andado muito em baixo, tenho medo que esteja doente...

– Também já reparei nisso, querida. Já há uns bons meses que lhe disse para ir ao médico, para fazer umas análises e uns exames. Mas já sabes como é que ela é.

– Eu própria lhe vou marcar. Obrigada pela preocupação, Vanda.

– Não tens nada que agradecer, minha querida. Sabes que gosto muito de vocês e só quero o vosso melhor. Se precisarem de alguma coisa, diz-me. Não hesites.

Agradeço e saio. Encontro o Marcos pelo caminho.

– Bom dia, menina Alice – cumprimenta ele.

– Bom dia, senhor Marcos.

– Ontem vi que saíste a correr, está tudo bem? – pergunta.

– Sim, foi a minha irmã. Mas já está melhor, não te preocupes.

– Alguma coisa apita. Ou liga, que faz menos barulho.

– Engraçadinho – digo.

Cada um segue para o seu lado, chego à minha secretária e já tenho mais um monte de folhas, eu não sei de onde vem tanta coisa. É que eu não costumo ver assim tantos clientes...

Pego nas folhas e tiro-as da frente do computador, para o poder ligar. Está mais um papel dobrado na mesa. Sento-me e pego nele.

"A ti, que nunca desistes, cada vez que 'voares até ao chão', levanta-te e mostra que ficaste ainda mais forte".

Amar em Pecado (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora