Capítulo 43

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Depois de o médico me entregar um monte de papéis com indicações sobre a gravidez, o que devo ou não fazer, o Santiago leva-me até casa.

– Obrigada, Santiago, por teres ficado comigo.

– Não tens de agradecer, eu vou sempre ficar aqui e não te vou deixar sozinha. Eu amo-te, Alice, e não vou deixar que nada aconteça às minhas meninas.

Vejo a minha mãe a abrir a porta e a sair. Saio do carro e dirijo-me até ela.

– Que susto, filha, não nos voltes a pregar uma destas – diz a minha mãe, ao abraçar-me.

– Está tudo bem, agora tenho de descansar.

– Vais descansar mesmo. Anda, vais para a cama, para não fazeres esforços.

Entramos e seguimos até ao meu quarto. Quando chego, está lá o "pessoal do costume". Fazem uma festa e eu deito-me na minha cama, enquanto eles se sentam na cama da Rebeca.

– Temos um assunto sério para tratar hoje – começa a Vera.

O Santiago senta-se aos meus pés e olha atentamente para a Salomé, que está a ligar um pequeno projetor portátil direcionado para a parede.

– Então, vamos ver casas. Eu e o Marcos decidimos que está na altura de vivermos juntos e queremos comprar uma casa, por isso estamos aqui para vocês nos ajudarem e, assim, distrair-te um bocadinho.

A Vera olha para o Marcos e começa a mostrar umas fotos de casas. Vemos imensas fotos e cada um vai dando a sua opinião, até que chega a minha vez.

– Ora bem, coisas que gosto numa casa. No exterior, jardim e pátio, sem dúvida. Se houver a possibilidade de piscina, perfeito. No interior, open space é lindo, closet é essencial para uma roupa bem organizada e para ser totalmente perfeita, deveria ter um daqueles "cantinhos da leitura", com janela a toda a volta. Não é que leia muito, mas aqueles cantinhos são do melhor que há para descontrair. Ou pelo menos imagino que seja.

Todos riem. Entretanto, a minha mãe entra no quarto para questionar quem almoça, mas todos acabam por ir embora, têm outros compromissos. O Santiago é o único que fica e senta-se ao meu lado na cama. Deito a cabeça nas suas pernas.

– Achas que podemos ver algumas coisas para a nossa menina na Internet? – questiono.

– Claro! Não convém saíres de casa, por isso podemos encomendar as coisas online. Tens um computador para usarmos?

– Pergunta à minha irmã, ela saberá melhor onde está.

Ele sai do quarto e eu deito-me mais confortável na cama. Sinto uma sensação na barriga e coloco a minha mão por cima. Quase podia jurar que senti um pontapé, mas pode ser só imaginação da minha cabeça.

A Rebeca entra no quarto e, logo de seguida, o Santiago, com o computador nas mãos.

– Mana, preciso de fazer as compras para as aulas, começam para a semana e ainda não tenho nada. O que achas de comprarmos online? Já sabes que gosto sempre que me ajudes a escolher as cenas e não te podes esforçar. Lembrei-me disso porque o Santiago falou que vocês iam comprar coisas para o bebé online.

– Aulas? Já? Mas...

– Alice, estamos quase a meio de setembro. Tu andas mais desorientada do que já eras, atina, mulher – diz a Rebeca, a rir.

– O quê? Setembro? Então mas ainda agora começou o verão.

– Mentira. Comecei as férias em julho e já estou em casa há séculos. Vá, sentem-se lá e ajudem-me na minha encomenda, antes de fazerem as vossas compras.

Amar em Pecado (Concluído)Where stories live. Discover now