Fui para casa, vi um pouco de televisão, almocei e, entretanto, fui buscar a minha irmã à escola.
Deixei o carro num estacionamento próximo e fui a pé até à entrada. Aproveitei e fiz uma pequena visita aos meus antigos professores. Ao longe, avisto uma menina, da estatura da minha irmã, com cabelo castanho claro e liso, pelo meio das costas. Parece-se mesmo muito com ela, mas está abraçada a um rapaz que parece ser bastante mais velho, por isso não deve ser ela. A Rebeca tem 13 e demonstra ter exatamente essa idade pelo aspeto físico, apesar de gostar de se dar com pessoas mais velhas. No entanto, não imagino um rapaz mais velho andar abraçado, daquela maneira, a uma menina tão nova.
Mando-lhe uma mensagem a dizer que estou à espera dela e dirijo-me ao portão. Vejo a tal menina despedir-se do rapaz com dois beijos na cara e a ir em direção à entrada. Ao aproximar-se, reconheço os olhos verdes, pequenos. É a Rebeca!
– Oi – diz-me, ao chegar ao meu lado.
– Oi? Quem era aquele rapaz? – pergunto.
– Quem?
– Aquele que estavas a abraçar...
– Ah, é o Martim, um amigo.
– Pareciam muito próximos – sondo.
– Impressão tua. Vamos? Estou a morrer de fome, a comida hoje foi horrível – diz, desviando o assunto.
– E alguma vez a comida da cantina da escola foi boa?
Rimos as duas e vamos para o carro. Passámos por uma pastelaria, eu paguei um sumo de laranja natural e uma tosta mista para cada uma e depois fomos para casa. A nossa mãe já estava a começar a fazer o jantar.
– Beca, vai tomar banho e fazer os trabalhos de casa, enquanto eu ajudo a mãe no jantar – digo, ao dirigir-me à cozinha.
Ela revira os olhos, mas obedece. Vou para a cozinha.
– Amanhã saímos de casa a que horas? – pergunto.
– Como entramos às oito, saímos às sete e meia, chegamos em 20 minutos e dá tempo para trocar de roupa.
– Hum ok – respondo, ao pegar nos pratos para pôr a mesa.
– Filha, promete-me que vais ter muito cuidado.
– Sim, mãe, vou guardar o meu mau feitio só para vocês – brinco.
O meu telemóvel toca. Uma mensagem. É do Filipe e diz "Por favor, perdoa-me. Estou cheio de saudades tuas, não vivo sem ti". Ignorei. O Filipe é o meu ex-namorado, acabei tudo com ele há 2 meses, depois de descobrir que me andava a trair com uma colega dele da faculdade. Namorávamos desde os 15 anos e andámos sempre juntos na escola. Já lhe disse imensas vezes que não quero mais nada com ele, mas continua a insistir, com desculpas e promessas, a pedir para o perdoar. Mas não vai acontecer.
Pouso o telemóvel e continuo o que estava a fazer.
– Era outra vez o Filipe? – pergunta a minha mãe, ao ver a minha reação.
– Sim, mas ignorei. Lembrei-me agora, quando fui buscar a Beca, vi-a abraçada a um rapaz mais velho. E eles pareciam muito próximos. Estou um pouco preocupada que ele se queira aproveitar dela... Ela é muito nova e pode acabar por ceder, tendo em conta que a maioria das amizades dela são com raparigas mais velhas.
– Ela não nos vai dar ouvidos, é igualzinha a ti, faz o que quer, não o que nós queremos. De qualquer maneira, dá-te mais ouvidos a ti. Tenta falar com ela.
– Eu estou-lhe sempre a dizer para não ser como eu, preocupar-se mais com as aulas e menos com o que se passa fora delas. Mas tu já sabes que ela sempre foi muito rebelde. Enquanto continuar com boas notas, tudo bem, desde que não estrague a vida dela por determinadas atitudes... – digo.
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Amar em Pecado (Concluído)
RomanceAlice Freitas, de 23 anos, está novamente à procura de emprego, depois de ser despedida pela sexta vez, em apenas 5 anos. Devido ao desaparecimento do seu pai, Alice ajuda a mãe nas contas e tenta proporcionar o melhor à sua irmã mais nova, Rebeca. ...