Capítulo 25

30 5 4
                                    

Os dias passam e não posso negar que cada vez me sinto mais tensa com toda a situação. Por um lado, estar com o Santiago é uma das coisas que mais quero. Mas, por outro, não me sinto nada bem por enganar a minha mãe...

– Alice?

Aparece a Rebeca no quarto e interrompe-me os pensamentos.

– Sim?

– Sabes se está tudo bem com a mãe? – pergunta, com um ar preocupado.

– Não sei, marquei-lhe uma consulta, mas só os resultados dos exames o dirão. Porquê?

– Ela não se tem sentido muito bem, acho que há bocado ia desmaiando lá fora, eu ajudei-a a sentar-se e tudo.

– Eu vou falar com ela. Se souber de algo, digo-te.

– Obrigada, mana – agradece, dando-me um abraço apertado.

– E tu, como estás? – pergunto.

– Eu já estou bem. Só preciso de voltar às aulas, para não pensar tanto em algumas coisas.

Deixei aquela resposta terminar a nossa conversa e saí do quarto. Fui à procura da minha mãe e encontrei-a sentada na varanda.

– Mãe?

– Sim, filha.

– Está tudo bem contigo? – pergunto.

– Sim, porquê?

– A Beca disse-me que não tens andado muito bem.

– É só cansaço. Entretanto também tenho outra consulta para saber o resultado dos exames e das análises. Não precisas de te preocupar, está tudo bem.

– Depois diz-me o que a médica disser.

– Está bem.

A pele dela parece cada vez mais pálida, o ar cansado piora a cada dia. Nunca me lembro de ver a minha mãe assim.

– Bem, eu agora vou sair, talvez vá ao shopping, mas se precisarem de alguma coisa, é só ligarem.

Despedi-me da minha mãe com um beijo e fui embora, em direção à casa do Santiago.

Está uma tarde de sábado linda, a última coisa que me apetecia era ficar fechada em casa. Quem me dera poder ir dar uma volta com o Santiago... Porque é que a vida tem de ser tão complicada?

Chego em poucos minutos e o Santiago recebe-me com um beijo doce.

– Preparada para mais umas horas de investigação? – pergunta ele, fechando a porta.

– Tem de ser. Não é bem o meu cenário ideal para um dia como este, mas estar aqui contigo já é ótimo.

Ele sorri e dou-lhe mais um beijo.

Vamos para o sofá e pegamos nas coisas do Filipe. Começamos por analisar as mensagens.

– Parece que esta pessoa tem um ódio de estimação por mim... – comento.

– Ou seja, tem de ser alguém que te conheça e, provavelmente, tu conheces. De algum modo, ter-se-á cruzado na tua vida.

– Não deve ser difícil encontrar pessoas que não gostem muito de mim. O meu feitio é bom a fazer inimigos.

O Santiago manda uma gargalhada.

– Talvez uma lista possa útil, ainda que fique longa.

– Será? – pergunto, com dúvidas de que realmente seja útil.

Amar em Pecado (Concluído)Where stories live. Discover now