Quando chegamos à entrada do edifício, sinto o meu coração disparar. Uma sensação angustiante, mas que não permito que me domine.
Entramos, subimos e chegamos à porta da sala de reuniões, onde nos indicaram para irmos. A porta está aberta e ouvimos vozes lá dentro, o Santiago bate à porta e entramos.
Ficamos os dois boquiabertos ao ver o meu pai beijar uma jovem. Os dois só se apercebem da nossa presença uns segundos depois. Viram-se para nós.
– Desculpem, não me apercebi que já tinham chegado – diz ele.
A pessoa ao lado dele olha para nós com um sorriso atrevido e coloca os braços por cima dele, encostando-se. Olho para o Santiago e vejo-o a engolir em seco. Desta vez é principalmente ele a ser "apanhado desprevenido".
– Esta é a minha companheira, Diana – apresenta o meu pai.
– Nós já nos conhecemos... Podemos passar à frente das apresentações – diz ela.
– Eu só vinha cá dizer que não vou seguir para a frente com a parceria. Fiquem bem – diz o Santiago, virando-se para se ir embora.
– Posso fazer alguma coisa para te ajudar a mudar de ideias – pergunta a Diana, com aquele ar de superioridade que tanto a caracteriza.
Sinto uma certa raiva na cara do Santiago. Ver a ex-namorada assim, com aquele homem, mesmo à frente dele...
– A única coisa que podes fazer é manter-te longe de mim. A quilómetros – responde, saindo furioso.
Vou atrás dele.
– Santiago, espera.
– Desculpa, Alice, vamos embora. Este ambiente já é insuportável.
Seguimos os dois para o carro e o Santiago recebe uma mensagem. Lê-a e passa-me o telemóvel à mão.
"Foi bom ver-te, fofo. Com a tua namoradinha. Ficam mesmo bem, não valem nada os dois".
– Ignora, não lhe dês o prazer de ficares irritado – digo, devolvendo-lhe o telemóvel.
– Vou-lhe dizer que sei o que ela fez ao Filipe. Nunca mais me tinha lembrado daquilo. Foi aquela confusão toda com os nossos pais e nem voltámos a falar disso. Mas agora que a vi...
– Mas nós não temos mesmo a certeza se foi ela.
– Tiramos já as conclusões.
Ele escreve uma mensagem a dizer que sabe tudo o que ela fez ao Filipe e, logo de seguida, recebe outra mensagem.
"Não tens provas de nada, por isso, não podes fazer nada".
– Ela acabou de se enterrar – diz o Santiago.
– Então e agora? – pergunto.
– Agora guardo o print disto, com o número dela, deixo guardado e destruo este cartão porque não quero que ela tenha o meu número.
Ele tira o porta-chaves e, com a ajuda de um pequeno arame, tira o cartão do telemóvel e parte-o ao meio. Sorri para mim e guarda tudo no bolso.
– Santiago, como é que agora falas com os teus pais? Pelo menos até chegarmos a Portugal.
– Com o teu telemóvel. Digo-lhes que fiquei sem o meu número e depois conto-lhes.
– És louco...
– Um pouco de loucura não faz mal a ninguém.
Entretanto, o motorista levou-nos até ao hotel.
– Quando é que vamos embora? – questiono, já no elevador.
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Amar em Pecado (Concluído)
RomanceAlice Freitas, de 23 anos, está novamente à procura de emprego, depois de ser despedida pela sexta vez, em apenas 5 anos. Devido ao desaparecimento do seu pai, Alice ajuda a mãe nas contas e tenta proporcionar o melhor à sua irmã mais nova, Rebeca. ...