Capítulo 32

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Quando chegamos à entrada do edifício, sinto o meu coração disparar. Uma sensação angustiante, mas que não permito que me domine.

Entramos, subimos e chegamos à porta da sala de reuniões, onde nos indicaram para irmos. A porta está aberta e ouvimos vozes lá dentro, o Santiago bate à porta e entramos.

Ficamos os dois boquiabertos ao ver o meu pai beijar uma jovem. Os dois só se apercebem da nossa presença uns segundos depois. Viram-se para nós.

– Desculpem, não me apercebi que já tinham chegado – diz ele.

A pessoa ao lado dele olha para nós com um sorriso atrevido e coloca os braços por cima dele, encostando-se. Olho para o Santiago e vejo-o a engolir em seco. Desta vez é principalmente ele a ser "apanhado desprevenido".

– Esta é a minha companheira, Diana – apresenta o meu pai.

– Nós já nos conhecemos... Podemos passar à frente das apresentações – diz ela.

– Eu só vinha cá dizer que não vou seguir para a frente com a parceria. Fiquem bem – diz o Santiago, virando-se para se ir embora.

– Posso fazer alguma coisa para te ajudar a mudar de ideias – pergunta a Diana, com aquele ar de superioridade que tanto a caracteriza.

Sinto uma certa raiva na cara do Santiago. Ver a ex-namorada assim, com aquele homem, mesmo à frente dele...

– A única coisa que podes fazer é manter-te longe de mim. A quilómetros – responde, saindo furioso.

Vou atrás dele.

– Santiago, espera.

– Desculpa, Alice, vamos embora. Este ambiente já é insuportável.

Seguimos os dois para o carro e o Santiago recebe uma mensagem. Lê-a e passa-me o telemóvel à mão.

"Foi bom ver-te, fofo. Com a tua namoradinha. Ficam mesmo bem, não valem nada os dois".

– Ignora, não lhe dês o prazer de ficares irritado – digo, devolvendo-lhe o telemóvel.

– Vou-lhe dizer que sei o que ela fez ao Filipe. Nunca mais me tinha lembrado daquilo. Foi aquela confusão toda com os nossos pais e nem voltámos a falar disso. Mas agora que a vi...

– Mas nós não temos mesmo a certeza se foi ela.

– Tiramos já as conclusões.

Ele escreve uma mensagem a dizer que sabe tudo o que ela fez ao Filipe e, logo de seguida, recebe outra mensagem.

"Não tens provas de nada, por isso, não podes fazer nada".

– Ela acabou de se enterrar – diz o Santiago.

– Então e agora? – pergunto.

– Agora guardo o print disto, com o número dela, deixo guardado e destruo este cartão porque não quero que ela tenha o meu número.

Ele tira o porta-chaves e, com a ajuda de um pequeno arame, tira o cartão do telemóvel e parte-o ao meio. Sorri para mim e guarda tudo no bolso.

– Santiago, como é que agora falas com os teus pais? Pelo menos até chegarmos a Portugal.

– Com o teu telemóvel. Digo-lhes que fiquei sem o meu número e depois conto-lhes.

– És louco...

– Um pouco de loucura não faz mal a ninguém.

Entretanto, o motorista levou-nos até ao hotel.

– Quando é que vamos embora? – questiono, já no elevador.

Amar em Pecado (Concluído)Where stories live. Discover now