Capítulo 5

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Chegou sábado, finalmente. Sinónimo de passear pelas lojas. Sim, é mesmo passear porque não posso comprar nada, tenho de poupar dinheiro. Liguei às minhas amigas e decidimos ir ao shopping depois de almoço.

– Meninas, ajudem-me a arranjar um vestido chique e giro – diz a Vera, ao entrarmos numa loja que tinha vários vestidos de cerimónia na montra.

­– Eu ainda não me vou casar, podes ter calma – brinca a Salomé.

– Que piada, amiga. Tenho o batizado da minha prima este verão, dentro de dois meses, e ainda não encontrei nada de jeito.

– Realmente já não tens tempo para preparar tudo... – digo, ironicamente.

– Olhem, com amigas assim não preciso de inimigas. Agora a sério, sabem bem que podem haver ajustes a fazer e ainda tenho de comprar os sapatos e tudo.

– Olha este, tão lindo! – digo, ao agarrar num vestido comprido azul turquesa.

– Preço? – pergunta a Vera.

Olho para a etiqueta.

– Afinal é horrível. Duzentos euros – respondo.

– Vamos àqueles ali, são mais baratos – sorri a Salomé.

A Vera corre até eles e tira um rosa choque, até ao joelho e com um decote em "V".

– Meninas, é mesmo a minha cara! Ah! Fica mesmo bem em mim – grita ela, ao colocá-lo à sua frente e olhando-se ao espelho.

– Por acaso é mesmo giro – comenta a Salomé.

– E o preço também! – acrescento.

– Nem preciso de experimentar! É o meu número, fica maravilhosamente bem em mim e é perfeito!

Eu e a Salomé rimos e ela vai pagar, super entusiasmada.

Damos mais umas voltas por umas lojas, mas não compramos mais nada. Estamos a sair de uma loja quando me aparece uma cara conhecida. Não reconheço logo quem é, mas rapidamente avisto outra pessoa que me esclarece. A Diana e o Santiago. Tento esconder-me, sem sucesso.

– Alice? – pergunta ele, ao espreitar para o manequim atrás do qual me tentei esconder.

– Ah, olá. Nem te tinha visto – digo, tentando ser convincente.

– Por aqui sozinha?

– Não, estou com as minhas amigas – respondo, olhando para elas.

Bem, elas ficaram surpresas e, pela cara, quase que morrem de curiosidade para saber quem ele é. Aproximam-se.

– São a Vera e a Salomé. Meninas, este é o Santiago, o filho dos donos da empresa onde trabalho – digo, tapando a cara para esconder o constrangimento.

– Muito prazer – diz ele, ao cumprimentá-las com dois beijos.

– O prazer é nosso – respondem as duas, em uníssono.

– Gostei de te ver por aqui. Até segunda – sorri ele e dá-me dois beijos.

Sinto o perfume dele ao aproximar-se, mas estou de tal modo surpreendida que não sei sequer o que pensar.

Dessa não estava à espera. E agora deu-lhe para ser querido? Quer dizer, de todas as vezes que nos cruzámos ele foi um estúpido, agora até me deu dois beijos na cara.

– Adeus, meninas – despede-se ele.

Quando ele se aproxima da namorada, ela lança-me um olhar capaz de me matar. Aposto que é exatamente isso que lhe apetece fazer neste momento.

Amar em Pecado (Concluído)Место, где живут истории. Откройте их для себя