Sol
Desço do meu carro após estacioná-lo na frente da boate e aperto o casaco que estou usando em volta do meu corpo. Um frio avassalador cobre a cidade apesar de o sol ter dado as caras.
Espirro duas vezes e fungo. A febre ainda me faz ter calafrios e cada vez que os sinto, pergunto-me se Ruggero está bem. Não que ele tenha parecido bem. Mas me questiono se a chuva também o deixou mal como eu.
A verdade é que não consigo parar de pensar naquele italiano maldito. E quanto mais revivo a pequena discussão que tive com Davi, mais me vejo questionando a minha escolha de manter o pai da Luna longe dela.
Porém, o que mais eu poderia fazer? Ruggero não pode ficar na mira do Vincenzo... Além do mais, ele não me parece bem. Algo está muito errado.— Sol!
Viro-me e observo Fanny se aproximar. Ela desce de um táxi e corre até onde eu estou para me abraçar.
Ao longe consigo ver um dos carros dos seguranças do Vincenzo.
— Precisamos conversar. — Ela sussurra no meu ouvido. — Vamos subir.
Desvencilho-me dela e assinto sutilmente para não chamar a atenção dos brutamontes que sempre estão por perto de nós. Eles são treinados para ouvir as nossas conversas e bater tudo para o chefe.
— Aconteceu alguma coisa? — Murmuro agarrada a mão dela enquanto subimos as escadas que ficam nos fundos do palco. — Fanny, me dá uma pista!
— Vem, vem logo! — Ela me puxa pelo resto dos degraus e dá uma espiada antes de se enfiar dentro do camarim que costuma dividir comigo e com outra dançarina. — O Vincenzo ainda não sabe que você chegou, né?
Observo-a trancar a porta assim que passamos e jogar a bolsinha que traz consigo em cima do sofá cheio de figurinos que fica no canto da parede.
— Não, eu ainda não falei com ele. Mas... o que houve? Você parece nervosa.
— É porque eu estou. — Ela esfrega a testa e vai até a janela, fechando as cortinas. — Sol... eu fui chamada para um trabalho.
Assinto já sabendo que tipo de trabalho foi.
— Aconteceu alguma coisa lá? Avançaram os limites? Você sabe que mesmo sendo um filho da puta, o Vincenzo sempre manda os seguranças para não acontecer... alguma merda muito grande.
— Mas não é exatamente como se ele quisesse nos proteger, né?! — Fanny bufa, inquieta. — Só que não aconteceu nada nesse sentido. Na verdade... não foi bem um encontro daquele tipo.
— Você vai precisar me explicar.
— Ok. Tudo bem. — Ela segura a minha mão e me faz sentar no outro sofá, depois se senta também. — O Alex estava lá.
— Alex... Alex é o cara que se encantou por você aquele dia? — Balbucio já assimilando. — Ah merda! Ele é... esse cara é amigo do Ruggero, Fanny!
— É. Ele é...
— O que você... Puta merda! Fo-foi... foi o Ruggero que te contratou? Ele... ele contratou você para...
— Não, não, não! Não é nada disso, pelo amor de Deus!
A contragosto percebo que isso me deixa aliviada.
Ruggero não é meu, talvez nunca tenha sido, mas imagina-lo com outra pessoa é capaz de me tirar dos eixos. E mesmo sabendo que em três anos ele pode ter tido a mulher que quis em sua cama, ainda assim... ainda assim eu prefiro pensar que não aconteceu.
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Fuego En La Sangre - Livro 2
रोमांस" Passei bastante tempo nas estradas olhando em volta. Eu procurava algum traço dela, qualquer coisa. O tom de pele, a cor dos cabelos, a risada alta e contagiante. Qualquer coisa mesmo. Mas até a esperança pode acabar. ...