● Epílogo

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Dois anos depois...

O céu estava azul azulzinho. Não tinha uma nuvem sequer. O calor formava uma onda de ar quentinho que soprava com delicadeza as folhas das árvores.

Era um lindo campo aberto, todos tinham que admitir. Adiante, erguia-se de um jeito muito lindo uma construção que havia sido pintada novamente, desta vez com muito, muito mais cor. Um lindo arco-íris cruzava a enorme porta de entrada: era o Centro de Tratamento A Fada e o Sol.

Finalmente tinham voltado ao Brasil.

— Por aqui, crianças, por aqui!! — Com paciência Carolina sinalizava, levando as meninas e os meninos até uma mesa de madeira gigante que ficava no pátio do Centro. — Venham, papais e mamães, podem vir! Todo mundo já pode se servir. Está tudo uma delícia! A festa é para todos! E a Sarita caprichou no bolo!

Orgulhosa, mas muito corada também, Sarita passava as mãos sujas de massa pelo avental azul que tinha um lindo desenho de sol bem no meio.
Ela estava com os cabelos presos no topo da cabeça e sorria, entregando para as crianças as fatias do bolo mágico que havia preparado naquele dia.

Todos ficaram hipnotizados pela linda mesa de doces que ela tinha preparado. Tudo brilhava, reluzia e coloria. Até o ar em volta da mesa parecia uma festa de arco-íris, como se o glitter das comidas estivesse pairando em torno dali, numa dança secreta com o vento.

— Isso, meus amores, façam uma fila bem organizada!!! — Sarita exclamava, agitando a mão no ar, fazendo com que as massas agarradas aos seus dedos salpicassem a grama do pátio.

O Centro Infantil estava fazendo aniversário. E desde que Elisa e Daiane resolveram viver no Brasil, a um ano atrás, e tornar aquele espaço ainda maior, abrangendo também uma nova construção que acolheria crianças abandonadas, muito mais pessoas foram contratadas e o número de gente por ali triplicou de tamanho.

Até Carolina, mãe de Karol, juntou-se à causa. Ela ainda defendia e lutava pelas pessoas vítimas de qualquer tipo de abuso, mas havia se encontrado também por ali. De alguma forma acolher e ajudar aquelas crianças tão carentes de afeto lhe dava alguma paz. Aprender a dar e receber amor é capaz de curar a alma, até mesmo aquela que ainda está tão ferida por ações ruins do passado.

— Vovó, Vovó!

Carolina se virou, rindo e abrindo os braços para a linda garotinha que corria em sua direção.

— Minha lua! — Guinchou envolvendo a neta nos braços. — Que bom que chegaram! A vovó estava morrendo de saudades, sabia? Mesmo que moremos todos juntos, eu não gosto de ficar longe da minha pequena lua.

— É Luna, vovó! — A menininha disse, rindo.

Carolina abanou a cabeça, dando um beijo estalado na bochecha corada dela.

— Para mim você é como uma linda lua no céu, porque a sua luz iluminou a minha vida, meu amor. De repente o meu céu não é mais tão escuro porque eu tenho você e a...

— Bobó! Bobó!

— Sol! — Carolina se abaixou para dar um jeito de colocar as duas netas no colo, uma de cada lado. — Meus dois raios de luz! Que bom que vieram! A vovó guardou um pedaço de bolo bem gostoso! Vamos pegar antes que seus pais comecem a resmungar sobre não pode comer doces?!

— Vamos! — As duas meninas gritaram, adorando a ideia de serem cúmplices na caça aos doces.

Daiane e Elisa acenaram para Carolina e as crianças quando passaram praticamente correndo por elas. O casal bem sabia como a avó das meninas adorava fazer tudo o que os pais diziam para não fazer, por isso Luna e Sol não perdiam a chance de estar em volta dela e, assim como amavam a vovó Sarita, a amavam também.

Fuego En La Sangre - Livro 2Where stories live. Discover now