● Quarenta e Cinco

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Stella observava Karol ao longe. A detetive liderava a equipe responsável pelo caso. Era seu foragido e ela tinha a obrigação de pegá-lo, de fazê-lo pagar.

Vários policiais reviravam a casa, outros olhavam em volta, montando guarda. A maioria tinha ido até prováveis lugares onde Davi poderia ter se escondido. Eles iriam revirar Turim de cabeça pra baixo se fosse preciso.

— Detetive, vamos levar a irmã e a amiga do desaparecido para prestar depoimento. — Um homem baixinho disse, aproximando-se. — Ah, tem outra também. São três; Elisa, Daiane e Fanny. Isso.

— Quanto mais coisas puderem saber, melhor. — Stella pousou as mãos na cintura, ainda olhando para Karol que era amparada por uma senhora num canto da sala. — Sávio, eu não posso desapontar mais essa família. Você entende? Olhe para aquela mulher. Ela está grávida. O marido tinha que estar aqui. Deus do céu! Ricardo Teixeira não pode destruir essas pessoas também. Já chega. Precisamos encontrá-lo logo!

O policial com o qual ela falava se virou, olhando para Karol também.

— Vai dar tudo certo, detetive Monteiro. Agora aquele homem não nos escapa.

— É o que eu espero.

— Eu confio na sua capacidade. A senhora é a melhor na sua área. Vai conseguir, eu sei que vai.

Stella assentiu pra ele. Não acreditava tanto em si mesma desde o modo como falhou no passado, deixando-o fugir, mas agora não seria assim.

Faria até o impossível para tê-lo nas mãos. Aquele assassino maldito!

— Vá de uma vez, Sávio. Leve as moças e depois mande uma viatura trazê-las. Elas estão muito abaladas, obviamente.

— Sim, detetive. Com licença.

Ela empurrou os cachos para trás e se abaixou em frente à mesa na qual estava, olhando para o mapa que haviam disposto ali. Vários pontos já tinham sido bloqueados. Ricardo Teixeira não sairia da cidade. Um alerta nacional foi acionado. Ele não entraria em nenhum aeroporto do país sem ser capturado.

Vivo ou morto. Eu o quero vivo ou morto. Stella havia dito aos seus subordinados.

Adiante, Elisa se aproximou de Karol para se despedir. Teriam de ir à delegacia. Quantos mais falassem, mais chances teriam de montar um caso sólido. Precisavam saber de todas as propriedades que Ruggero tinha pelo país. Qualquer detalhe era crucial.

— O Alex foi buscar a Luna. — Elisa falou com a voz mais calma que pôde. As lágrimas lavavam seu belo rosto, mas ela se agarrava à fé, além do mais, não podia deixar Karol ainda pior. — Já, já a gente volta, está bem? Por favor, acredite que tudo vai dar certo.

Atrás da irmã de Ruggero, Daiane e Fanny estavam abraçadas, incapazes de serem tão fortes quanto Elisa estava sendo.
As duas temiam pelo pior, por mais que tentassem afastar esses pensamentos tão dolorosos.

— Ele vai voltar, não vai? — Karol perguntou à Elisa, agarrando suas mãos. — O Ruggero vai ver as nossas filhas crescerem. Eu sei que vai. Ele já ama a bebê... A Estrela. O nome dela vai ser Estrela, Elisa. A nossa estrelinha...

Elisa soluçou, mas se forçou a abrir um sorriso.

— É um lindo nome, Karol. Perfeito.

— Ele também achou. — A advogada apoiou a cabeça no ombro de Sarita que estava ao seu lado, chorando também. — As nossas filhas precisam dele. E ele sabe. Ele vai lutar pra voltar. Eu sei que vai...

— Vai, sim. É claro que vai. — Elisa beijou as mãos dela e se levantou, virando-se para ir, abraçada à Daiane que também mandou um beijo para Karol, prometendo voltar logo.

Fuego En La Sangre - Livro 2Where stories live. Discover now