Capítulo 1

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Ana Luiza 💋

Finalmente completei a maior idade e deixei aquele inferno de casa. Eu não aguentava mais ouvir calada as barbaridades que meu doador de esperma vulgo meu querido papai falava pra mim. Ele me culpava todos os dias pela morte da minha mãe e desde que me entendo por gente sempre me olhou com desprezo, quando eu era mais nova isso me doía muito afinal eu era só uma criança em busca de um amor paterno, com o passar do tempo passei a aceitar que eu não tinha o amor do meu próprio pai.

Mas as coisas pioraram de verdade quando a Bianca se mudou ano passado para morar com o namorado, ela tinha planos de me levar com ela porém o meu doador de esperma não permitiu e ainda ameaçou minha irmã dizendo que se ela me levasse iria denuncia- la por sequestro, o que eu achei ridículo já que esse homem não tinha um pingo de amor por mim, então porque caralhos ele queria me manter presa naquela merda de casa?

Eu descobri isso meses depois, esse velho desgraçado só queria uma empregada pra fazer as vontades dele e todas as vezes que eu me recusava a fazer ele me batia. Ele trazia vários amigos pra casa e todos eles flertava comigo na cara dura, faziam comentários sobre meu corpo me deixando bastante desconfortável, teve uma vez que eu percebi um deles me espionando enquanto eu dormia e apartir desse dia passei a dormir de porta trancada, pedindo todos os dias a deus pra que eu não fosse abusada por nenhum deles...

Passei muita coisa ruim naquele lugar e os últimos meses foram os piores da minha vida, mas daqui pra frente eu vou deixar tudo isso para trás e seguir minha vida ao lado da minha irmã, a única pessoa que me ama de verdade!

Ao chegar na rodoviária desço do ônibus e com a ajuda do motorista tiro minhas malas do bagageiro. Pego meu celular na bolsa e confiro o endereço que minha irmã havia me mandado e só então chamo o uber para me levar. A Bia não fazia idéia que eu iria chegar hoje, pra ela eu só chegaria semana que vem mas não aguentei de ansiedade e cá estou eu.

Volto minha atenção para o celular e vejo que a maioria dos motoristas cancelava a corrida, tudo isso por causa do local? Isso é porque eles não faziam idéia do lugar que eu morava. Depois de alguns minutos um motorista com a alma boa aceitou a minha corrida e eu agradeci mentalmente.

Encostei minha cabeça no vidro do carro e fiquei refletindo toda minha vida nesses últimos anos. Depois de quase uma hora o motorista para o carro e me olha pelo retrovisor.

— Moça, eu só posso vim até aqui! — falou abrindo os vidros do carro e piscando os faróis algumas vezes.

Mesmo contrariada concordo com a cabeça e ele finaliza a corrida no aplicativo, pago o valor estimulado na tela do meu celular e assim que desço do carro o motorista partiu sem olhar para trás. Eu hein!

Olhei tudo a minha volta e percebi que estava em uma praça bem movimentada, andei arrastando minhas malas por cerca de sete minutos e tudo que eu vi foram crianças brincando e algumas velhas fofocando da vida alheia na porta de casa. Saio dos meus pensamentos quando vejo três homens armados parados na minha frente e na mãos de todos eles haviam fuzis enormes. Engoli em seco e respirei fundo tentando controlar meu nervosismo, afinal a Bia já tinha me avisado como eram as coisas aqui.

— Posso saber onde a madame pensa que vai? — um homem tatuado pergunta me encarando de cima abaixo.

—  Eu vim morar com minha irmã ué, ela mora aí e eu quero passar! — falei  com firmeza e todos eles deram risada.

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