Capítulo 4

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Matarazzo 🎭

Acordei mó cedo como de costume e já meti o pé da cama. Hoje tô cheio de bagulho pra resolver e sou capaz de matar o primeiro que tirar a porra da minha paciência.

Caminhei até o banheiro e tomei uma ducha rápida só pra tirar o suor do corpo, saí com a toalha enrolada na cintura e andei até meu guarda roupas. Assim que eu abri a porta vi todas as minhas roupas caírem no chão, fiquei cheio de ódio.. só separei a roupa que iria usar e taquei tudo pra dentro novamente. Vesti uma cueca box preta e uma bermuda da mesma cor e larguei a camisa do flamengo no ombro, botei minha corrente de ouro no pescoço e passei o Malbec. Ajeitei o cabelo na frente do espelho e calçei minha havaiana branca.

Peguei minha glock prendi na cintura e desci até o andar debaixo, pelo horário a Júlia ainda deve tá dormindo, então saí de casa sem fazer barulho e meti o pé pra boca.

Vi alguns comerciantes abrindo seus estabelecimentos e a criançada brincando no meio da rua. Conforme eu passava geral me comprimentava, eu gostava pra caralho de ser respeitado pelos moradores, era uma sensação mó boa pô.

Cheguei na boca e comprimentei os moleques que tavam fazendo a contenção.

— Aê meu parceiro, bagulho sério pra tu resolver. — Ribeiro se aproximou e eu chamei ele pra me acompanhar.

— Coé, abre o bico! — falei sentando na minha cadeira.

— Tava fazendo as contabilidades do mês e percebi que tá faltando mais de vinte mil pô. — sentou na cadeira da frente e me encarou.

— Tem alguém me roubando nesse caralho e eu vou descobrir! — dei um tapa na mesa e me levantei cheio de ódio. — Aciona o Ratinho e manda ele desenrolar esse bagulho pra mim o quanto antes.

— De boa parceiro, ainda hoje vou falar com ele pra resolver esse bagulho aí. — Ribeiro fez um toque comigo e saiu da sala.

Ratinho era bom pra caralho com esses bagulho de hackear, o moleque fazia cada coisa que me deixava até surpreso. Mas também não faz mais que a obrigação dele, eu pago pra ser bom mermo.

Sentei na minha cadeira novamente e bolei a maconha daquele jeito, prendi entre meus lábios e acendi. Dei uma boa tragada e soltei a fumaça pra cima, jogando minha cabeça para trás. Tava numa brisa boa do caralho até baterem na minha porta.

— Pode entrar caralho. — dei mais uma tragada.

— Aê chefe, o Cobra tá aí querendo falar contigo. — Jota falou colocando a cabeça pra dentro da salinha.

— Pode liberar! — soltei a fumaça e ele concordou saindo da sala.

Cobra é dono do jacarezinho e tinha o dobro da minha idade, mas o coroa é gente boa pra caralho. Temos uma parceria foda e sempre tamos nos fortalecendo.

— Fala aê Matarazzo! — Cobra falou adentrando minha sala.

— Coé parceiro, o que tá pegando? Você só aparece aqui quando o bagulho tá sério! — olhei pra ele que se sentou na cadeira a minha frente.

— Sem caô, mas se liga me passaram a visão de que os vermes querem invadir meu morro essa madrugada, os armamentos que encomendei só chega na outra semana, tem como me fortalecer? — perguntou e eu encarei ele.

— Tem sim parceiro! Fique a vontade pra pegar aí, se precisar pode levar algum dos moleques. — falei com fino da maconha entre os dedos.

— Valeu aí Matarazzo, mas não vou precisar dos moleques não pô, os meu dão conta daquele bando de pau no cu. — falou e eu concordei.

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