Capítulo 29

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Bianca 💅🏻

Desde o acontecido com minha irmã eu não conseguia ficar em paz. A Analu é tudo que tenho de mais precioso e se algo acontecesse com ela eu nunca iria me perdoar.

Sinto que deveria proteger ela de tudo e foi isso que fiz durante toda minha vida desde que a nossa mãe morreu.

Eu sempre percebi a preferência do nosso pai por mim e confesso que nunca entendi o porque, talvez seja por isso que sempre fiz de tudo para que a Analu não se sentisse desprezada e excluída naquela casa.

Fui até meu closet e peguei uma caixa grande que ficava escondida na parte de cima, voltei para dentro do quarto com a caixa em mãos e me sentei na cama apoiando a mesma no meu colo.

Abri a caixa e suspirei ao observar tudo que havia ali dentro, a maioria eram lembranças minha e da Analu com a nossa mãe.

Peguei uma foto que tinha nós três e percebi que ela havia sido tirada no aniversário de quinze anos da Analu, ela tava tão feliz nesse dia e nós não fazíamos idéia de que esse seria seu último aniversário com a nossa mãe. Passei o dedo sobre fotografia e senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

Continue mexendo na caixa sentindo várias lembranças me invadir, encontrei a carta que nossa mãe escreveu pra ela horas antes de morrer em uma cama de hospital. Lembro que ela me fez prometer que eu entregaria essa carta pra Analu somente quando minha irmã completasse dezoito anos.

Obviamente eu cumpri com a promessa! Peguei a carta e dei um sorriso, chegou o dia que minha irmã finalmente iria descobrir o que tá escrito aqui dentro.

Deixei a carta na cama e fechei a caixa colocando no mesmo lugar de antes. Voltei para o quarto e mandei mensagem para que a Analu viesse aqui.

Ela respondeu na mesma hora dizendo que chegava em alguns minutos e eu até estranhei ela tá acordada esse horário da manhã.

Desci pra sala com a carta na mão e fiquei esperando minha irmã chegar, assim que ela passou pela porta eu suspirei um pouco nervosa.

— O que aconteceu de tão urgente pra você até voltar a me chamar de Nalu? — brincou e eu dei um meio sorriso.

Nalu era como eu e nossa mãe chamava ela, confesso que nem percebi que havia chamado ela desse jeito nas mensagens..

— Senta por favor! — pedi e suspirei tentando controlar meu nervosismo.

— Quanto suspense Bianca, você tá me deixando nervosa. — sentou ao meu lado.

— É que eu também tô nervosa e não sei como te falar isso. — admiti me sentindo apreensiva.

— Bia se acalma, independente do que for eu vou estar aqui pra te ouvir tá bom? — fez carinho na minha mão me passando confiança.

— Tá bom! — respirei fundo e tomei coragem — Você lembra do dia que a gente foi chamada no hospital para se despedir da nossa mãe? — perguntei encarando seus olhos.

— Eu lembro sim... O que tem? — perguntou com a voz entrecortada.

— Quando nós ficamos sozinha na sala, ela me deu algo e pediu para que eu te entregasse quando você completasse dezoito anos — peguei a carta e entreguei em suas mãos — Era pra eu ter entregado antes mais acabei esquecendo me desculpa Nalu. — suspirei.

Vi o momento que ela desviou dos meus olhos e encarou a carta na sua mão, seus olhos se encheram de lágrimas e naquele momento meu coração apertou.

— Ela... Escreveu essa carta antes de morrer? — perguntou com a voz embargada.

— Ao que parece sim, eu juro que teria te entregado antes mas eu prometi a nossa mãe entende? — encarei seus olhos e ela concordou.

— Tá tudo bem Bia, eu faria o mesmo se estivesse no seu lugar. — falou.

— A nossa mãe te amava muito Nalu e saiba que nada do que aconteceu foi culpa sua. — puxei ela para um abraço.

— Eu juro que tanto não pensar dessa forma mas se a nossa mãe não tive...

— Não foi culpa sua Ana Luiza! — interrompi ela.

— Você iria se importar se eu quisesse ler sozinha? — perguntou ao sair do abraço.

— Claro que não, a carta é sua! Você tem o direito de fazer o que quiser com ela. — dei um beijo em sua testa.

— Obrigada irmã, eu te amo muito minha Bibia. — deu um meio sorriso.

— Não precisa agradecer, eu também te amo muito minha Nalu! — fiz carinho na mão dela.

— Vou só pegar algumas roupas e voltar pra casa do Gustavo tá bom? — perguntou se levantando do sofá.

— Você sabe que praticamente tá morando com ele né? — olhei pra ela.

— É claro que não Bianca. — falou em automático.

— Como não Ana Luiza? Você passa mais tempo na casa dele do que aqui, não duvido nada que em alguns meses vai tá morando oficialmente. — provoquei.

— Não enche vai! — revirou os olhos e andou até a escada subindo até o andar de cima.

Dei risada por ela não conseguir enxergar o óbvio, estava claro pra todo mundo que os dois tavam tendo algo sério e que não iria demorar pra irem morar juntos.

Eu confesso que no começo não tava dando nada por esse relacionamento, ainda mais por conhecer o jeito do Matarazzo, mas com o passar do tempo percebi que um fazia bem para o outro e hoje em dia super apoio.

Vi a Analu descer com uma mochila grande nas costas e na mesma hora segurei a risada, ela não iria voltar aqui tão cedo.

— Bia, eu tô indo tá bom? — se aproximou de mim segurando as alças da mochila.

— Tá bom, se cuida tá? Você sabe que sempre vou estar aqui pra você. — dei um beijo na sua testa.

— Prometo tentar e eu também sempre vou estar aqui pra você! — deu um  sorriso e nos despedimos com um abraço.

Ela saiu pela porta de casa e eu me sentei no sofá dando um suspiro, tava rezando pra minha irmã ficar bem.

×××

Oi meus leitores fiéis!

Spoiler: o próximo capítulo promete e vocês vão conhecer mais a fundo uma parte da história da Analu.

Fortaleçam a mami seguindo, deixando a estrelinha e o comentário!

Beijãooo e até sexta que vem.💋

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