Capítulo 73

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Matarazzo 🎭

Assim que deixei minha mulher em frente ao bar da dona Lurdes, subi o morro em disparado, eu tô ligado que estava acontecendo um bagulho muito sério, o Ribeiro não teria ido pessoalmente me chamar lá na casinha se não tivesse acontecido nada demais.

Assim que cheguei estacionei minha moto e tirei a chave da ignição, entrei na minha sala e peguei meu radinho, passei a visão para os moleques e só esperei os três entrar por aquela caralho de porta e jogar mais uma bomba em cima de mim.

Passaram alguns minutos e os três entraram na minha sala acompanhando do Cobra, eu olhei pra ele e logo percebi que o bagulho era muito maior do que eu podia imaginar.

Até alguns dias atrás o Cobra estava em Búzios monitorando os passos do filho da puta do Carlão, agora olhando ele parado bem na minha frente com os olhos cobertos de raiva e expressão completamente fechada, me fez chegar a conclusão que ele estava doido pra matar alguém.

— Ih porra, a julgar pela cara de vocês o bagulho é muito sério mermo! — falei e observei eles se espalhar pela minha sala.

— Tu não faz idéia do quanto meu parceiro, ou tu acha que eu iria até a casinha sem motivo algum? — Ribeiro perguntou.

— Tô ligado que não, tu é preguiçoso pra caralho e não fez um piada se quer com a cena que viu, se pá até minha pretinha estranhou. Agora parem de enrolar nessa porra e mandem logo o papo! — falei olhando para os quatros na minha sala.

— Primeiro só queria deixar avisado que de amanhã a Milena não passa, a vagabunda tá quase morrendo de tão fraca. — Ratinho falou e eu dei um sorrisinho.

— Já estava na hora, se quiser pode agilizar a partida dela com um tiro bem no meio da testa! — falei e ele concordou.

— Pode deixar que eu faço as honras, aquela vadia foi racista com minha cunhada e eu não vou tolerar esse bagulho. — Souza falou e eu senti o peso nas suas palavras.

Concordei e direcionei meu olhar até o Cobra, eu ainda conseguia ver o mesmo olhar de raiva, mas tinha algum bagulho na atitude dele que estava me deixando intrigado pra caralho.

— Alexandre, porra! — gritei chamando sua atenção — Só por tu está aqui eu tô ligado que aconteceu algum bagulho muito sério, então não enrola e vai direto ao ponto. — falei e ele concordou.

— Eu matei o arrombado do Carlão, e assim que eu encostar minhas mãos no desgraçado do Samuel, ele vai se arrepender de ter cruzado meu caminho. — falou possesso de raiva e eu não entendi porra nenhuma.

— Já foi tarde, agora o que fez tu mudar todo plano de última hora? Tu não é disso pô, sua palavra é sempre uma só! — falei e ele olhou pra cima antes de voltar a me encarar.

— As coisas saíram totalmente do meu controle quando eu descobri que esses dois arrombados forjou a morte da única mulher que eu amei, além de colocar a culpa na minha filha por algo que nunca nem aconteceu — gritou e eu fiquei até sem reação — Durante todos esses anos a Helena sofreu tudo quanto é tipo de coisa! — deu um soco na parede e começou a andar de um lado para o outro — Não tinha como seguir a porra do plano, não quando eu descobri que a mãe da minha filha está viva! — sentou no sofá e cobriu o rosto com as duas mãos.

Puta que pariu, agora eu consigo entender a gravidade dessa porra, a mãe da minha pretinha está viva. Eu não julgo o Cobra por ter perdido a cabeça, eu no lugar dele faria a mesma coisa ou até pior.

Eu não faço a menor idéia de como contar isso pra ela, eu nem sei qual vai ser a porra da sua reação ao receber essa notícia.

— Calma que eu estava processando essa informação, como assim a Helena está viva? — perguntei olhando diretamente pra ele.

— Agora tu entende porque eu tive que ir atrás de tu lá na casinha? O negócio é sério Matarazzo. — Ribeiro falou e eu concordei.

— Deixa o Cobra te contar como descobriu esse bagulho! — Souza falou e eu olhei para o cobra incentivando ele a falar.

— Vocês sabiam desde o começo que o plano era ir para Búzios e vigiar os passos dos dois pau no cu bem de perto, só que a alguns dias atrás eu notei que tinha algum bagulho estranho. Eles já foram policiais, então sabiam perfeitamente como agir sem deixar rastros — fez aspas com os dedos — Mas as coisas fugiram do controle deles e eu percebi o Samuel mais nervoso que o normal, nesse dia eu segui ele até uma casa abandonada e foi lá que eu vi a Helena, ela estava com os cabelos maiores e muito magra, mas eu tinha certeza que era ela. — engoliu em seco e passou as duas mãos no rosto.

— Caralho mermão, como esses pau no cu conseguiu manter ela escondida durante todos esses anos? — perguntei ainda desacreditado.

— Ela tinha perdido a memória pô, os dois arrombados se aproveitou disso pra fazer a cabeça dela — sua voz era puro ódio — Eu subornei um dos caras que fazia a ronda da casa e descobri que a memória dela tinha voltado no mesmo dia que eu vi o pau no cu do Samuel todo nervosinho. — deu um sorrisinho.

— Isso nem é o pior meu parceiro, o cara que o Cobra subornou, contou que o Carlão estuprou ela durante todos esses anos e o corno do Samuel ficava assistindo essa nojeira junto com os outros caras. — Ratinho falou e eu fechei meus punhos com força.

— Que desgraça, namoral mermo se tu não tivesse matado o Carlão eu mermo matava. — apontei para o cobra.

— A gente precisa agir Matarazzo, o Samuel não vai demorar pra descobrir que foi eu quem matou o Carlão, precisamos tirar a Helena daquela casa antes que esse filho da puta faça mais alguma coisa com ela. — Cobra falou com ódio.

— Vamos bolar um plano e tirar ela de lá, fica calmo pô! — dei um tapinha no ombro dele — Agora eu só preciso pensar como vou contar esse bagulho pra Analu, ela se culpou esses anos todo pela morte da mãe, não quero nem imaginar como a cabeça dela vai ficar com isso. — cocei a minha nuca.

— Que caralho, eu tinha esquecido da Analu, ainda tem a Bianca nessa história toda. — Cobra falou andando de um lado para o outro na sala.

— Essa parte pode deixar comigo e com o Souza, a gente conta para as meninas e tu tenta se comunicar com a Helena, ela precisa saber que tem o nosso apoio pô! — falei e ele concordou.

— Pode pá, volto amanhã pra Búzios e vou tentar falar com ela através do cara que eu subornei. — Cobra falou.

— Eu vou pra casa, preciso conversar com a Bianca antes dessa bomba toda explodir. — Souza falou.

— Vou fazer o mermo, ainda vou ter que maneirar na porra das minhas palavras pra não assustar a Analu! — suspirei pegando a chave da minha moto — Ratinho, a boca tá na sua responsabilidade, toma conta de tudo aí. — falei e ele concordou.

Fiz um toque com o cobra e com os moleques, logo depois saí da minha sala com a cabeça a mil, eu não faço a menor idéia de como contar essa porra pra minha pretinha. Ela vai surtar pra caralho pô, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu vou está lá pra ela.

×××

Oi leitores fav!

Sentiram minha falta? Eu sei que sim pô!

Aposto que nenhum de vocês desconfiou que a Helena estava viva né?

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