Capítulo 67

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Matarazzo 🎭

Assim que sair do quarto desci para o andar debaixo e fui até a cozinha, abri a geladeira e peguei uma garrafinha de água dando um gole, me sentei na cadeira e respirei fundo tentando colocar meus pensamentos em ordem, um dos meus maiores medos era mostrar o meu outro eu a minha pretinha, lembro muito bem a cara de assustada que ela ficou quando eu enforquei ela logo nos primeiros dias que a gente se conheceu.

Eu cresci quebrado pra caralho e com o passar do tempo assumir uma face que todos passaram a respeitar. Meus amigos só aceitaram, mas minha irmã sofria todos os dias com essa porra, talvez tenha sido por isso que ela se deu tão bem logo de cara com a minha pretinha, lembro até hoje o que ela me disse quando eu enforquei a Analu.

"Eu só vou te avisar duas coisas! Ela não é as putas que você come e essa vai ser a última vez que você vai machucar a minha amiga."

Pois eu acho que levei muito a sério esse lance de não machucar a amiga dela, eu tô ligado que de alguma forma a Júlia sabia a importância que a minha pretinha teria na minha vida, a filha da puta chegou com aquele jeitinho de menina atrevida e foi a única que me peitou, essa porra me deixou instigado e acabou despertando algo dentro de mim que já estava morto a muito tempo, ela arrancou o melhor de mim e é por isso que sou tão apaixonado por essa mulher.

Porém agora eu tinha medo, com ela eu sempre fui um idiota apaixonado e nunca neguei essa porra pra ninguém, ela acompanhou um pouquinho do meu outro eu e não gostou nadinha, mas porra agora é necessário e eu espero do fundo do meu coração mermo que isso não afaste minha mulher de mim! Eu não sei se iria aguentar escutar de novo a sua voz de choro falando que me odiava enquanto pedia pra nunca mais chegar perto.

Dei um último gole na água e afastei esses pensamentos da minha cabeça, saí da cozinha e caminhei até a garagem mentalizando que iria dar tudo certo, montei na minha moto e coloquei a chave na ignição pilotando que nem um doido até a boca.

Assim que cheguei estacionei a moto e desci tirando a chave da ignição, entrei na boca e conforme eu passava os moleques me comprimentava na maior alegria e eu tentava retribuir da melhor forma.

Entrei na minha sala e dei um sorriso ao ver que tudo estava do mesmo jeito, até o cheiro de maconha ainda pairava no ar. Peguei o radinho que ficava na gaveta da mesa e acionei os meus de confiança na minha sala, logo depois sentei na minha cadeira.

Acendi um cigarro de maconha e deitei minha cabeça no encosto da cadeira olhando para o teto, levei o cigarro até a ponta dos meus lábios e traguei soltando a fumaça pra cima vendo ela dispersar no ar, tava numa brisa mó boa até os três patetas entrar na minha sala fazendo barulho.

— Eita que visão dos deuses! — Ribeiro gastou mordendo os lábios.

—  Tomar no cu você não quer né? — falei segurando o cigarro entre os dedos.

— Grosso! — fingiu limpar uma lágrima e eu neguei com a cabeça.

— Sentem logo nessas porra de cadeira, tenho um bagulho sério pra tratar com vocês. — dei uma tragada no meu cigarro e assoprei a fumaça dando um sorrisinho.

— Ih porra, lá vêm merda. — Ratinho falou se sentando na cadeira a minha frente.

— Só quero saber quem a gente vai precisar matar, conheço bem essa sua cara de psicopata, fazia tempo que não via ela. — Souza falou sentando na outra cadeira.

— Eu contei pra vocês que foi o arrombado do Carlão que atirou em mim e no Cobra, vocês também tão ciente que ele teve ajuda pra invadir a porra do meu morro e nós sabemos muito bem de quem foi! — falei dando outra tragada no meu cigarro.

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