Capítulo 2

34.4K 2.1K 383
                                    

Matarazzo 🎭

Papo reto? Um pá de gente abre a boca pra falar que a vida do crime não compensa e os caralho a quatro, mas tudo isso é papo furado, já que graças ao mundo do crime eu tô aqui firme e muito forte.

Minha infância foi uma merda, cresci com uma mãe doente e uma irmã mais nova pra cuidar, desde moleque tive que trabalhar pra ter o que comer e essa porra não era fácil, via muitos da minha idade aproveitando a infância enquanto eu tinha que me virar ou então eu e minha família passava fome.

Quando entrei para o tráfico eu era novão, comecei como aviãozinho e com o tempo fui subindo de cargo e conforme as coisas melhoravam mais fascinado eu ficava com o mundo do crime. E isso não parou, quanto mais eu tinha as coisas nas mãos mais eu queria. Conquistei essa porra e hoje em dia sou dono.

Essa favela é minha! Eu mando e desmando nesse caralho, e foi o crime que me deu essa vida como recompensa. Olhei pro teto da minha salinha dei um trago no meu baseado e assoprei vendo a fumaça se dispersar com o vento.

— Eae meu parceiro, tá sabendo da novidade? — Ribeiro falou entrando na minha sala junto com o Souza.

— Lá vêm, não era pra os dois tá na barreira? — perguntei encarando os dois.

— Nosso turno acabou filho da puta, tá achando que a gente é escravo é? — Souza falou se sentando na cadeira que ficava em frente a minha mesa.

— Se liga mermão, a irmã da Bianca chegou aí mais cedo e pense numa novinha bocuda? É ela! — Ribeiro falou parecendo mulher fofoqueira e eu olhei sério pra ele.

— Mais uma que se andar no erro eu cobro sem caô. — levei meu baseado até a boca e traguei.

— Coé Matarazzo, se tu encostar um dedo na mina a Bianca arranca meu pau fora meu parceiro! — Souza falou e eu dei risada.

— É só ela ficar quietinha no lugar dela que nada acontece. — dei o papo.

— Isso porque tu não viu como a mina é gata. — Ribeiro falou se sentando no sofá que tinha no canto da sala.

— Se for gata mermo ela já estar no meu nome! — gastei e os dois deram risada.

— Deixa só a Larissa te ouvir falando assim de outra mulher. — Souza me gastou e eu fechei a minha cara.

— Desde quando ela é minha dona? Eu tá bancando os luxos dela não significa que temos algo e ela sabe que não é a única mermo se fazendo de cega. — falei todo sério.

— Tô brincando meu parceiro relaxa aí pô — deu risada e se levantou — Tô indo pra minha goma! Bianca tá preparando churrasco com a Júlia e mandou vocês colar lá. — fez um toque com a gente e saiu arrumando o boné na cabeça.

Olhei para o Ribeiro e ele tava bolando um fino na minha mesinha, logo depois acendeu e levou até a boca dando um trago.

— Aê, tu vai mesmo colocar a novinha lá no seu nome? — perguntou me encarando.

— Depende pô, tu sabe que a minha idéia é uma só, se eu achar que vai valer a pena porque não? — deixei no ar.

— Vai pô! A mina é bem bocuda mermo, mas é bem gata —  deu outro trago — Só toma cuidado com a Larissa, tu sabe que se ela encostar um dedo na novinha a Bianca mata ela de tanta porrada. — falou e eu concordei com a cabeça.

Atração Perigosa Onde as histórias ganham vida. Descobre agora