Capítulo 18

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Ana Luiza 💋

Acordei cedo e coloquei na cabeça que iria procurar alguma coisa pra fazer, não aguentava mais ficar em casa. Passei anos da minha vida praticamente presa e agora que tenho a oportunidade de correr atrás do que eu realmente quero não irei desperdiçar.

Tava pensando em procurar algum emprego aqui pela favela mesmo e mais pra frente pagar minha tão sonhada faculdade de medicina, ainda sou nova e tenho tempo.

Saí do banheiro enrolada na toalha. Caminhei até o closet e me enxuguei largando a toalha estendida em cima de uma cadeira, não era novidade nenhuma que tava fazendo calor então, vesti uma calcinha branca, um short jeans curto e um cropped faixa rosa. Calcei minha havaiana branca, passei perfume e desodorante.

Desci para cozinha e vi minha irmã sentada na cadeira comendo um misto quente, assim que ela me viu arrelagou os olhos e parou de comer.

— Que milagre é esse que você tá acordada uma hora dessas?  — perguntou me olhando.

— Eu tava pensando em algumas coisas e não consegui mais dormir. — abri a geladeira e peguei o pote de salada de frutas que havia comprado ontem.

— Pensando no que? — deu uma mordida no seu misto e voltou a me olhar.

— Quero procurar algum emprego aqui pelo morro mesmo, juntar um dinheirinho e mais pra frente pagar a minha faculdade de medicina. — peguei uma colher no armário e comecei a comer minha salada de frutas.

— É isso que você quer? — perguntou e eu concordei — Então tem meu apoio, você sabe que se precisar de qualquer coisa pode contar comigo né? — segurou na minha mão.

— Sei! Obrigada maninha, seu apoio é muito importante pra mim. — dei um sorriso.

— Eu sempre vou apoiar você Analu e eu fico muito orgulhosa em ver você correndo atrás das coisas. — falou fazendo carinho no dorso da minha mão.

— Você acha que eu consigo algum emprego aqui pelo morro? — perguntei enquanto comia mais um pouco de salada.

— Consegue sim, mas fala com o Matarazzo, ele resolve isso rapidinho ainda mais se for pra você. — levantou da cadeira e colocou o copo vazio dentro da pia.

— Vou falar com ele agora. — terminei de comer a salada de frutas e joguei o pote no lixo.

— Toma cuidado, qualquer coisa me liga tá bom? — mandou beijo.

— Pode deixar! — mandei outro beijo.

Saí de casa e assim que olhei a ladeira enorme fiz um biquinho. Respirei fundo e comecei a subir bem devagar, o sol tava estralando e não ajudava muito.

Conforme eu subia alguns velhos assobiava e mexia comigo me fazendo revirar os olhos, eu tinha idade pra ser neta deles e isso era mega nojento.

Minutos depois cheguei na entrada da maldita boca, eu nunca tinha vindo aqui mas em uma das minhas conversas com as meninas ela me contaram onde era. Suspirei tentando recuperar meu fôlego e só agora entendi porque os meninos andam de moto pra cima e pra baixo.

Me aproximei mais um pouco e subi os degraus da escadinha vendo vários homens com fuzil me olhando de cima abaixo de cara fechada.

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