Prologo

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Há algumas semanas atrás ...

Já era noite quando ele chegou à casa. Sabia que sua vítima seria uma presa divertida, pois sua mansão era grande e com um território imenso, ou seja, teria privacidade. Sephts gostam de ter seus privilégios, e para criaturas que se alimentam de presas tão fáceis, isso é um ponto positivo.

Seu único erro, era que não tinham empregados. Ele já vinha estudando seus hábitos há quase um mês. Não que ele quisesse, mas havia muita movimentação. Era Natal e tinham muitos parentes para lá e para cá. Seria difícil pegá-lo sozinho. A primeira coisa que faria, seria matar sua esposa. Afinal, ela não tem utilidade e estragaria seus planos. Escondido atrás da moita, ele vigiava os movimentos do humano.

O médico Charles Dickens era um renomado e respeitado doutor. Teria por volta dos seus 35 anos. Era bem casado e não tinha filhos. Quando ele, enfim, se despediu dos últimos Sephts que não viviam ali, entrou na casa trancando a porta pelo lado de dentro. As luzes de fora foram acessas e não se ouvia ninguém na rua.

O Metamorfo ficou animado, ele queria mudar sua forma, pois foi tolo na última transmutação. Havia se transformado no jardineiro de uma casa. Acontece que ele era procurado da polícia e os humanos o conheciam. Ele teve que ficar escondido um bom tempo.

Cansado de esperar, saiu do seu esconderijo e foi em sentido a porta dos fundos que também dava acesso a casa.

- Pronto, querida. - Disse o doutor, voltando até a sala onde sua esposa o esperava.

- Obrigada, meu amor. Tem certeza que trancou bem? - Perguntou a mulher, preocupada abrindo os braços para que ele viesse ficar ao seu lado.

-Sim, querida. Eu já lhe disse que não precisa se preocupar. Estamos longe da estrada principal. - Afirmou ele despreocupadamente.

- Eu sei disso, mas minha intuição nunca falhar, Doutor. - Ela lhe recordou com um sorrisinho genuíno e atrevido.

- Acho que está na hora da sua consulta, senhorita. - Murmurou baixinho no ouvido da esposa, enquanto acariciava seus seios pequenos e arredondados.

- Com certeza. - Disse ela, o beijando intensamente quando ele se deitou por cima dela no tapete próximo à lareira.

Algum tempo havia se passado e o ápice da intimidade tinha acabado recentemente. A esposa estava deitada de bruços, no chão ao lado dele. Ele fazia um carinho em seu cabelo, enquanto ela ficava agarrada no seu peito. Ele não era atlético nem musculoso. Mas isso não tinha importância. A lareira estava queimando a lenha o que ajudava a aquecer a sala, quando o casal por fim começou a conversar:

- Que tal um banho? - Sugeriu a esposa.

- Agora? - Murmurou ele cansado, com preguiça das escadas.

- Sim, estou ficando com frio. - Reclamou a mulher de aproximadamente uns trinta anos, talvez um pouco mais.

-Pode ser. Eu levo o vinho.

- Ótimo! Vou aquecer a água, amor. - Disse ela se levantando do tapete.

Os olhos do marido seguiam o corpo nu da esposa, enquanto essa se afastava cada vez mais. Ela subiria as escadas e esperaria na suíte. Ele a amava muito. Conheceram-se no hospital e ela era uma pediatra daquelas. Sempre divertida, mas com sensatez. Eles se davam muito bem. E como planejavam ter filhos, estavam em uma fase onde o sexo era a todo o momento e em qualquer lugar da casa. Sem preocupações.

Um ruído de algo caindo na cozinha alertou o marido. Vestiu a boxer que estava no chão e sorrateiramente, caminhou até a cozinha. Pé ante pé, tentava fazer o mínimo de barulho, para afugentar o que fosse. Pegou um vaso de barro que estava em cima de uma mesinha, bem ao lado da porta. Preparou-se para um golpe, caso fosse necessário. O nervosismo corria pelas suas veias, no entanto ele tinha que ser cuidadoso se quisesse surpreender o que estivesse ali.

Ao entrar, foi surpreendido.

Era apenas um gato. Bufou aliviado, rindo pela estupidez de cogitar a presença de uma terceira pessoa na casa. Deixou o vaso em cima da pia e foi até a geladeira, abriu a porta, pegando uma garrafinha de água bem gelada. Bebeu com gosto, aliviando a sensação de garganta seca. Quando se virou, algo o atingiu na cabeça. Ficou inconsciente imediatamente.

O Metamorfo abriu a porta da cozinha que dava para a rua e saiu puxando o homem desmaiado e seminu. Ali mesmo, no frio do inverno, mordeu o pescoço de sua vítima, sugando seu sangue e arrancando um pedaço de sua pele fresca. Sentiu-se aliviado e o prazer do jantar após semanas sem se alimentar tomou conta dele. Mordeu diversas vezes e puxava a carne do homem que já estava morto após perder tanto sangue.

Quando enfim estava satisfeito, restava apenas carcaça, cabelo, unhas e restos de tripas do que um dia fora uma pessoa. Assumiu a forma do cadáver, trocando sua pele. Preparou-se para a próxima vítima, convicto de que a partir daquele momento em diante, não teria mais que se esconder dos demais humanos. Podendo assim, alimentar-se com maior frequência. Uma vez que não teve sorte com a presa anterior, pois era um bandido procurado pela polícia. E isso trouxe muito incômodo. Entrou na casa novamente, fechou a porta e foi até a pia da cozinha.

Limpou seus vestígios do corpo, enquanto cantarolava uma música natalina. Pura hipocrisia. A mulher e esposa do falecido adentrou saltitante a cozinha, pulando em seu colo. Sorrindo ela disse:

- Pronto para a próxima, doutor? - Sussurrou em seu ouvido, com malícia.

- Com certeza, querida. - Retribuiu ele, sorrindo da estupidez dela.

Enquanto essa o beijava intensamente, ele abria a gaveta da pia para pegar uma faca. Procurando entre as demais, foi surpreendido pela vítima, que puxava a cueca dele e preparava seu membro que estava ficando enrijecido. Isso o distraiu, fazendo se perder na sensação humana. Quando ela encaixou o membro dele em sua intimidade, segurou-se firme em seu pescoço, deslizando o corpo dela no seu. Aquela sensação tomou conta dele. A animação dela o distraiu por completo o fazendo esquecer seu propósito ali.

Deixou-se levar pelo prazer. Levou-a até a mesa a sua frente, com bastante alvoroço. Jogou tudo no chão, enquanto tentava manter-se dentro dela. A mulher gemia, sem saber que aquele não era seu marido. Totalmente nua, ela deitou-se sem vergonha alguma na mesa, enquanto era penetrada por ele. Sem qualquer carinho de sua parte, a criatura fodeu-lhe com gosto, gozando em pouco tempo, mas levando a mulher a um orgasmo nunca atingido.

Assim que terminou, a mulher o beijou novamente. Sentia que ele não correspondia, mas não achou estranho. Saiu da mesa e o levou pela mão até o banheiro, enquanto ele ponderava se a matava ou não.

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A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Where stories live. Discover now