Capítulo 11

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       Mais uma semana havia passado e Kelly estava melhor da sua tentativa de suicídio

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       Mais uma semana havia passado e Kelly estava melhor da sua tentativa de suicídio. Estava se alimentando bem e recuperando as energias. O relacionamento entre Hugo e ela estava indo bem apesar de toda a história de horror. Eles estavam aprendendo a conviver melhor na companhia um do outro.

    Sentado no sofá da sala, o Metamorfo assistia um filme de terror, enquanto a humana tomava banho. Algo que gostava, era da expressão de medo no rosto das vítimas. Aquilo para ele era o melhor no filme. Assistia ao clássico filme "Sexta-feira 13", em uma sexta-feira santa. Domingo seria Páscoa e ele não tinha planos para isso.

"Talvez ela queira fazer alguma coisa diferente." - Pensou ele, cogitando a hipótese de levá-la para fora da casa.

"Isso vai ser bom. Ela está aqui presa por muito tempo. Talvez até ajude com o lance da depressão." - Pensava ele, cada vez mais convicto de sair com Kelly.


     A porta do quarto abriu e ela saiu dele com o cabelo molhado, uma calça justa preta e um casaco de lã castanho. Usava a pantufa de coelhinho. Juntou-se a ele no sofá, prestando atenção ao filme que passava na televisão. Estava passando uma parte onde a vítima corria assustada. Isso a fazia lembrar-se da noite fria em que passou na jaula. Prestando atenção no olhar distante dela, Hugo pergunta:

- Quer trocar de filme?

- Como? - Pergunta ela voltando do passado que lhe atormentava.

- Quer assistir outra coisa?

- Bem, eu duvido que você tenha filmes românticos, mas eu não consigo ver esses filmes. Tenho certo desconforto. - Disse ela com sinceridade e rindo um pouco da parte de filmes românticos.

- Você se surpreenderia. - Respondeu ele dando um sorriso de canto.

- Você tem algo além de morte?

- Tenho o "Fantasma da Ópera". - Disse ele.

- Sério. Nunca conseguiu acabar de ver. - Disse ela chocada ao saber que ele, sendo uma criatura horripilante tinha um filme tão romântico.

- Por quê?

- Sempre durmo. - Respondeu ela tentando se sentar confortavelmente, mas era difícil uma vez que seu relacionamento com o Metamorfo não era lá grande coisa. Ou talvez ela ainda tivesse medo dele. Medo de acabar sendo devorada. Literalmente falando.

- Bem, está com sorte. Vamos ver esse clássico. - Respondeu Hugo, piscando para ela que parecia entediada, meio tensa.


- Tem medo de mim? - Perguntou ele diretamente.

- Bem, eu não sei. - Respondeu tremulando a fala.

- Sabe sim. Diga a verdade, Kelly.

- Sim. Tenho medo. - Respondeu.

- Quero que entenda uma coisa. Se eu a quisesse morta, você não estaria aqui ainda. Até mesmo depois que você tentou dar uma de espertinha. - Respondeu ele desligando a televisão, se sentando de frente para ela. Encarando seus olhos castanhos como um lobo ao ver um cordeirinho.


     O Metamorfo sentia o pulsar acelerado do coração de sua prisioneira. Ela tentava respirar profundamente, tentava inutilmente se acalmar e demonstrar que estava bem. Mas ele via em seus olhos que ela o temia. Ela tinha medo dele. Aquilo o atingiu. Não queria que ela sentisse medo dele. Ou será que queria?

- Precisei deixar você lá em baixo para deixar claro que você deve me obedecer. - Começou ele.

- Uma ova! Eu não sou sua mulher nem uma presa! - Gritou Kelly irritada, levantando-se do sofá, tentando manter distância dele.

- Não tente nada. Não quero ter que ser mau com você. - Dizia ele, se aproximando dela devagarinho.

- Se afaste de mim! - Gritava ela, correndo até a pia da cozinha.


     Na atitude inesperada da humana, o Metamorfo a seguiu. Encurralando a na pia. Virou-a de frente para ele, a fim de impedi-la de fazer qualquer coisa. Ela estava segurando uma faca. Conseguiu pegar um machadinho afiado e grande.

- Me solte, seu monstro! - Exigia ela, tentando se defender de um ataque dele.

- Larga isso! Não vou machucar você! - Gritou ele tentando não forçar muito o braço dela. Ele queria apenas tirar aquilo dela, para que não tentasse nada idiota.

- Me larga! - Berrava a mulher tentando apontar a faca para ele, mas era inútil.


     Hugo segurava sem muita força o pulso dela, tentando tirar o objeto cortante da mão de Kelly. Foi então que o machado caiu no chão, sem atingir nenhum dos dois. A mulher conteve o choro, enquanto ele se afastava. Sem saber o que faria com ela, pegou-a pelo braço e levou para o porão.

"Ao menos lá ela não vai ter faca para se matar nem tentar nada estúpido." - Pensava o Metamorfo, a carregando enquanto essa berrava.


     Ela se debatia demais, então Hugo conteve a fúria e a pegou pela cintura jogando pelos ombros dele. Ela dava socos e tapas, tentando se soltar, mas de nada adiantava, pois, o Metamorfo descia as escadas do porão com o objetivo de deixa-la ali. Foi então que o desespero tomou conta dela, Kelly rasgou a camisa social que Hugo usava e cravou as unhas compridas nas costas dele.

      O Metamorfo sentiu um pouco de dor, mas não comparado a quebrar e arrancar as unhas como a humana. A pele do Metamorfo ficou horrível, dando uma sensação de ardência nele. Queria jogá-la ali e deixar que morresse de fome! Mas por mais que ela não demonstrasse piedade, ele não fez isso.

     Abriu a porta da jaula e a soltou no chão com cuidado. Ela se jogou para cima dele a fim de tentar sair dali, mas foi em vão. Ele a trancou ali, de novo.

     Evitando feri-la empurrou lhe longe contra a parede fazendo com que batesse a cabeça, ficando inconsciente.


     Certificou se que estava bem trancada, em um ápice de fúria subiu as escadas com toda pressa, esquecendo-se de trancar a porta que dava acesso ao porão. Entrou de rompante no seu quarto, indo em direção ao armário, na última gaveta que continha o seu compartimento secreto. Tirou a arma carregando a com balas, escondendo-lhe na parte de trás das costas.

     Pegou o primeiro blazer que viu, sem se importar se combinava ou não com a roupa que usava. Voltando a gaveta pegou algumas facas e escondendo no bolso do paletó. Estava furioso, seu sangue fervia de desejo de matar. Precisava extravasar todo este sentimento confuso em relação a sua prisioneira. Na mesa da cozinha pegou as chaves do carro e a carteira indo em direção a porta de saída. Destrancou com muita agilidade todos os cadeados saindo de casa. Do lado de fora trancou tudo novamente sentindo uma adrenalina invadir seu corpo. Entrou no carro batendo no volante enquanto gritava:

- Droga! Droga! Droga!!!


Ligou o carro sem rumo ou direção.

"Preciso comer." – Pensou ele dirigindo na madrugada.

O Metamorfo saiu a toda velocidade sem planejar uma estratégia, apenas faria à moda antiga de predador.

"Que comece a noite!"


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Oiiii gente! Então, parece que as coisas se complicaram de novo, não é mesmo? 

O que vocês acham que vai acontecer com Kelly? 

Espero os comentários de vocês. 

Bjocasssss da Bruxa! 

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Where stories live. Discover now