Capítulo 25

2.7K 219 33
                                    

        Uma hora havia se passado desde que Hugo saiu do porão

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

        Uma hora havia se passado desde que Hugo saiu do porão. Kelly estava passando um café e ele se trancou em seu quarto. A humana pensava em como sua vida estava de pernas para o alto. Há quatro meses atrás, ela estava enfeitando a casa para o Natal e agora, ela estava praticamente presa naquela casa. Na verdade, não estava mais presa. Mas ela já esteve. Perdida em seus pensamentos, tomou um susto quando o Metamorfo saiu de seu quarto fazendo um barulho na porta.

- Caramba! - Exclamou ela, assustada.

- Desculpe o susto. - Falou ele sem jeito, se servindo de uma xícara de café preto com açúcar.

- Tudo bem. Acho que ando assustada demais. - Riu de nervoso, tentando relaxar.

- Eu não vou mentir para você. O sol vai se pôr em poucos minutos. Se ela tentar me atacar e eu correr risco de morrer, vou mata-la. - Falou ele, vendo seus belos olhos lacrimejarem.

- Não! - Pediu ela começando a chorar.

- Xiu! Ouça. - Pediu ele, soltando a xícara na pia e a pegando pela mão.

- Não posso a deixar viver para atacar você. Mesmo morto, me sentiria desolado e culpado. Não sei se existe um inferno, mas se eu puder adiar e ficar um pouco mais aqui com você, para mim isso vale mais que uma passagem para o paraíso. - Disse ele, abraçando-a.

- Hugo. - Sussurrou ela em seu ouvido, quase o beijando.


       Mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele a soltou. Deixou-a no mesmo lugar e correu para o porão, trancando a porta do lado de dentro. Kelly correu atrás dele, mas ele já tinha trancado. Chorando e batendo na porta, ela chamava por ele. Enquanto ele descia as escadas, se preparando para o que viria a seguir.

       A Mulher estava acordada, só à espera da lua para se transformar. Ela o encarava com ódio, com vontade de arrancar sua cabeça. Antes de dar tempo para o Metamorfo pegar sua arma e carregá-la, o sol se pôs e a mulher uivou alto: -Auuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!

Camile estava se transformando em lobo. O Metamorfo procurava sua munição, mas não encontrava.

"Droga! Droga! Droga!" - Pensava ele, lembrando que esqueceu a munição dentro da caixa de madeira, no seu quarto. Segurando a arma descarregada na mão, ele procurava mais munição nas prateleiras, mas as que haviam ali eram de tamanho menor e diferente. Ela uivava e gritava. 

     O Metamorfo virou-se e viu a criatura que ela estava se transformando. Ela rasgava a própria pele, desfazendo-a em pedaços. Babava e seus ossos se partiam, quebrando as correntes. Ela estava deitada na mesa de madeira e assim que se soltou, ela quebrou as pernas da mesa, com seu tamanho e peso de um lobo enorme.


      Assim que recobrou os sentidos, ela ficou de quatro e não parecia mais uma mulher indefesa como Kelly havia dito. Hugo se preparava para o ataque, mas lembrou que estava em desvantagem. A Lobisomem pulou em cima dele e iniciaram uma luta entre mordidas, garras e ferimentos enormes. Kelly ouvia o Metamorfo gritar e a loba uivava. Desesperada, ela correu até a pia e se jogou na porta, arrombando essa.

      Ela caiu rolando pela escada e nem chamou a atenção das duas criaturas que disputavam pelas próprias vidas. Horrorizada, ela fitou um enorme lobo de pelugem preta e dentes afiados latindo e rasgando a pele de Hugo. Seu coração disparou acelerado. Ela estava matando Hugo! 

      Kelly foi tomada por uma coragem que não sabia que tinha, viu a pequena arma na estante escancarada. Correu até ela e disparou contra a loba. Essa, parou de atacar o Metamorfo que sangrava muito. Camile pulou em direção a Kelly e essa, em um ato inesperado, pegou uma estaca de prata onde tinha pegado a arma. Assim que ela cravou a estaca no peito da Lobisomem, as presas dela tocaram seu braço, mordendo-a.

     As duas caíram no chão, mas a grande Loba caiu dura, se transformando em uma mulher negra e humana que Kelly reconhecia por ser sua amiga, Camile. 


      Hugo percebeu que Kelly estava estirada no chão e deu um grito imenso, que parecia que rasgava sua alma. Ele se rastejou pelo chão, indo até ela. Kelly sangrava muito e se contorcia no chão. O Metamorfo olhou seu braço e percebeu que ela tinha sido mordida. Ela estava sendo infectada pelo veneno de Lobisomem. Ela provavelmente seria um lobisomem agora!

      Receoso mas preocupado, a criatura se sentou com dificuldade e a puxou para perto, evitando que essa bate-se a cabeça no chão como fazia anteriormente. Kelly parou de se mexer e devagar, abriu os olhos. Hugo chorava, ele temia que ela tivesse morrido. Mas agora que ela acordou significava que ela estava na fase de transformação. Abraçou-a e pediu para ela ficar com ele, beijando sua testa, seu pescoço e seus lábios por fim. Kelly correspondeu ao beijo e esse se intensificou. Quando cessaram, ela foi a primeira a falar:

- Acho que deixei você preocupado. - Riu, tentando ser engraçada.

- Nunca mais se arrisque dessa forma por mim! Ouviu? Nunca! - Ele a abraçava forte.


- Devia era me dar um beijo bem gostoso por ter te salvado. Ingrato. - Provocou ela, tossindo.

- Obrigado. - Disse ele, dando aquela piscadinha que a deixava derretida, beijando sua boca.


      Depois de um longo e delicioso beijo, ele a deixou sentada enquanto se levantava do chão. Foi até um de seus armários, abriu-o com a chave que estava no outro e pegou um frasco. Eram quatro rins. Ele abriu a tampa e colocou a mão lá dentro, pegando um deles. Levou a boca e comeu afoito. Enquanto o órgão humano se desfazia em sua boca, ele se sentia cada vez mais forte. Comeu os demais e tapou o frasco. Limpou a boca com a manga do casaco e foi até ela, que o encarava enojada.

- Isso é?

- Sim. Rins humanos. É cheio de fibra. Ajuda a me recuperar. - Disse ele, indo até ela.

- Eca! - Resmungou ela, levantando do chão.

- Venha, eu a ajudo. - Disse ele, segurando-a pela cintura e apoiando seu peso em seus ombros.


     Ela aceitou a ajuda e juntos, subiram devagar as escadas. Ela sentia imensa dor no seu pé, mas suportava conforme dava. Ao chegarem na sala, ela se jogou no sofá e ele correu pegar alguns remédios. Pegou dois para dor e um copo de água. Deu a ela que engoliu em seguida.

- Obrigada.

- De nada. - Respondeu ele, indo até a pia lavar as mãos. Assim, eles ficaram. Sentados no sofá, fitando um ao outro sem entender tudo que tinha acabo de acontecer. 

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Oi, aqui estou de novo!

Gente, será que ela agora é uma Lobisomem? 

O que você acha? 

Comenta sua opinião e deixa aquele voto que ajuda a escritora. 

Bjocas da Bruxa!

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Where stories live. Discover now