capítulo 15

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     Quando Kelly saiu do quarto, Hugo estava esperando por ela sentado no sofá

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     Quando Kelly saiu do quarto, Hugo estava esperando por ela sentado no sofá. Ao virar e perceber a linda mulher ali parada, esperando por ele, sentiu uma sensação de desejo. Queria que tudo aquilo fosse em outra circunstância. Gostaria que estivessem realmente casados, ou pelo menos que ele tivesse sido o sortudo Charles Dickens.

     Levantou do sofá, deu a volta e foi até ela. Queria colocar a mão em sua cintura, conduzi-la até a porta, mas recuou. Foi até a mesa da cozinha, pegou as chaves e a carteira guardando essa no bolso da calça. Olhou outra vez. Ela estava tão linda. Foi até ela devagar, embora quisesse se aproximar sabia que a relação deles estava tensa demais.

- Não tenha medo. - Pediu ele.

- Não tenho medo de você. - Mentiu ela, respirando fundo ao andar até ele.

- Que bom. Venha. - Disse ele parando de observar ela e indo até a porta.

Colocou as chaves no primeiro cadeado, pode ouvir ela soltar a respiração.


     "Ela quer sair. Espero que ela não tente fugir." - Pensou o Metamorfo, destrancando os demais cadeados e trancas. Kelly não podia acreditar que conseguiria sair dali finalmente. Sua ansiedade estava fazendo ela ficar com vontade de roer as unhas. Quando Hugo destrancou a última corrente, o som do metal entre as trancas a fez paralisar. A criatura sorriu para ela, pedindo que ela saísse primeiro. Kelly estava em pânico. Fazia três meses que ela estava trancada naquela casa, contudo parecia uma vida inteira. Pé ante pé, ela caminhou pausadamente, abrindo a porta e saindo por ela.


     O vento gelado do inverno bateu em seu rosto. Aquela sensação era maravilhosa. Sentiu as pernas ficarem bambadas, quase caiu, mas um par de mãos fortes a segurou gentilmente pela cintura. Hugo sorria para ela. Não parecia tão assustador, embora ela não pudesse esquecer que ele a manteve presa por essas longas semanas, inclusive que ele tinha matado seu marido.

      Ignorou qualquer pensamento negativo que a atormentava, só queria apreciar cada segundo do lado de fora. Sentir o vento bagunçar seu cabelo, o cheiro de terra molhada e aquele friozinho maravilhoso da estação. A fazenda era linda. O gramado não estava tão verde como quando eles chegaram, mas ainda assim era lindo. As árvores estavam praticamente sem folhagem, galhos compridos e tronco forte. A natureza era algo majestoso, que infelizmente só nos damos conta quando somos privados deste.


- Vamos? - Convidou ele, indo até o carro estacionado ali perto.

- Sim. - Respondeu ela, empolgada pela primeira vez em semanas.


     Eles entraram no carro, Hugo estava ao volante usando seu típico terno caro, elegante e com um relógio de pulso. Seu cabelo estava bem cortado, sua postura relaxada e ele tentava esconder um sorrisinho. Kelly não sentia medo dele agora, mas achava que devia, pois ele ainda era um total estranho apesar de tudo.

      Conforme o carro se movia, ele baixou um pouco o vidro da janela dela, indo a uma velocidade devagar, para que ela aproveitasse todo o percurso. Ou para ele passar mais tempo com ela. Ligou o rádio do carro, trocando as estações.

- Deixa naquela! - Pediu ela afoita ao ouvir uma música que reconhecia.

- Tudo bem. - Ele assentiu voltando uma estação, na música que ainda tocava.

    Celine Dion- The Power Of Love

    Kelly adorava aquela música, embora não tivesse nenhum significado em especial. Ela sempre desejou sentir um amor assim, como a cantora descrevia. Ela achava que tinha encontrado isso com Charles, mas a verdade era que apesar dele ser perfeito, eles eram afastados ao mesmo tempo. Conteve as lágrimas, enquanto se debruçava na janela, sentindo a brisa da noite.

     Um longo tempo mais tarde, eles chegaram à cidade. As ruas estavam bem movimentas, com pessoas fazendo procissões e passeatas. Famílias grandes, casais, crianças e cachorros caminhavam atrás de um carro de som que tocava músicas de Páscoa e algumas pessoas distribuíam pequenos arranjos de doces para crianças.


      Aquilo era lindo, simples, mas tão humano. Às vezes as pessoas não valorizam pequenas ações, contudo eram esses pequenos momentos que indicavam que o mundo ainda tinha esperanças de se tornar melhor. Kelly sorriu quando algumas balinhas voaram pela janela, caindo em seu colo. Acenou para todos, enquanto o carro continuava passando por eles.

       Por um breve momento, ela sorriu verdadeiramente. Esquecendo todas as circunstâncias, abriu uma balinha e ofereceu ao Metamorfo que não conseguia deixar de reparar o quanto ela era bondosa. Ele percebeu que ela se sentiu feliz pelas crianças e que provavelmente ela era o tipo de pessoa que faria algo como aquilo. Agradeceu e aceitou a bala, sendo surpreendido quando ela tirou da embalagem e tocou seus dedos frios em seus lábios, deixando o pequeno doce.

      Kelly corou, sentindo-se tola. Mas ainda assim, disfarçou quando ele piscou para ela. Ela desembrulhou outra balinha e essa ela comeu. Feliz por sentir o sabor adocicado em sua boca, ela queria estar ali, junto com todos, mas sabia que não seria possível.

         Antes de se entristecer, ele estacionou. Ela olhou para os lados e não entendeu onde estavam. Ele a convidou a descer, saindo carro. Abriu a porta para ela, pegando em sua mão, esperando que ela pudesse ao menos aceitar sua companhia sem se sentir obrigada. Receosa, porém curiosa, Kelly deu a mão a ele e desceu do carro. Estava frio ali fora.

    Hugo bloqueou o carro e a segurava pela mão. As poucas pessoas que caminhavam a sua frente, pareciam apressadas e nem os notavam. Mas se alguém notasse, acharia que eles eram um casal. As aparências enganam, contudo Kelly estava surpresa.

       Assim que Hugo abriu a grande porta de madeira, ela ficou extasiada. Nunca em sua vida ela imaginaria que estaria ali. Muito menos nas circunstâncias atuais. Virou para ele, esse esperava algum sinal, ela só o encarou sorrindo. Deu um beijo em sua bochecha, sussurrando:

- Obrigada. - E segurando a mão dele, puxou-o para dentro daquele lugar magnífico.

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Oiii oi gente, tudo bem? 

Estou de volta! Me perdoem pelo afastamento, andei recebendo muita criticas sobre a história que me deixaram desmotivada a continuar. Contudo, decidi dar continuidade, para mostrar a vocês que apesar de parecer uma história clichê, é algo além disso, uma verdadeira história e desafio para mim. 

Espero poder contar com o apoio de vocês e conseguir mostrar aos meus leitores que apesar de eu estar parecendo louca escrevendo essa história, ela tem potencial. Dêem uma chance ao Metamorfo, garanto que não vou decepcionar vocês. 

Bjocas! Até o próximo capítulo. 

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Where stories live. Discover now