Capítulo 1

11.7K 808 371
                                    

- Solte-me, seu monstro! - Gritava ela desesperada, segurando nas grades de ferro

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

- Solte-me, seu monstro! - Gritava ela desesperada, segurando nas grades de ferro.

- Cala a boca, sua idiota! Cala boca! - Gritava ele furioso, caminhando de um lado para o outro no porão.

- Eu juro que quando sair daqui, vou matar você, seu desgraçado! - Dizia ela furiosa, em meio ao ódio e a tristeza.

- Será divertido, minha cara. Mal posso esperar! - Zombou ele, sentando-se na cadeira próximo à ela.

- Me tira daqui, seu covarde! - Implorava ela, chutando e estapeando as barras de ferro com toda força que ainda conseguia ter.


De onde ele estava, conseguia ver plenamente sua vítima se desesperar dentro da sua armadilha.

"Como os Sepths podem ser tão fracos?" - Pensava ele.


      Um pequeno vestígio de luz da lua atravessava uma fenda entre as lascas de madeira. Essa luz fraca era suficiente para visualizar o rosto de Kelly, a prisioneira do Metamorfo.

     A mulher de corpo esbelto tinha por volta de trinta anos, mas seu corpo era curvilíneo e sexy. Usava uma roupa gasta e suja, seus cabelos compridos, eram negros como a cor de carvão e estavam em um emaranhado solto pelos ombros a baixo. Ela chorava desesperada. Um choro que se misturava à dor, sofrimento e ódio.


    Como pode se enganar dessa forma? Ele obviamente não era mais o seu marido. Ela não o reconhecia. Ele dizia ser uma criatura e que comeu seu marido, o verdadeiro Charles Dickens. Mas isso é impossível, ou será que não?

      Transtornada, ela gritava furiosa tentando se soltar do cativeiro, mas era inútil. A jaula onde estava tinha sido blindada e era muitíssimo resistente.

      Ela estava fraca, não se alimentava desde a manhã e seu corpo estava machucado. Seu organismo suplicava por comida e cuidados. Mas a criatura a sua frente parecia se divertir com o sofrimento dela.

     De tanto gritar, sua garganta doía e o frio a fazia tremer. Ali era gelado e úmido. Cheirava a mofo e podia sentir insetos andando próximo à ela, provavelmente baratas. A antiga mulher que um dia fora uma dama, jamais se deixaria colocar em uma situação assim, mas agora isso era o de menos. Tudo que precisava era sair daquele cativeiro e depois das garras do Metamorfo.


     Algum tempo depois, cansada de toda a luta inútil em tentar se livrar daquele lugar, Kelly acabou dormindo no chão frio. O Metamorfo ainda estava ali, a observando dormir. Sentiu uma fúria repentina. Uma vontade de dar fim aquilo tudo! Saiu correndo antes que matasse Kelly de uma vez por todas.

     Subiu as escadas levando a chave consigo. Trancou a porta do porão e foi até seu quarto. Abriu as gavetas e a última saiu totalmente quando ele a puxou, revelando um compartimento escondido. Tinha armas e facas de todo tipo. Escolheu uma arma pequena e uma faca que coubesse no bolso da calça de grife. Dedilhou a faca, antes de limpar e deixá-la mais afiada do que já era. Agora estava pronto. Hora da caçada!


      Sorriu com uma expressão doentia, saindo do quarto e o trancando pelo lado de fora. A sala e a cozinha estavam uma legítima bagunça, mas não queria saber disso agora. Amanhã ele a tiraria dali para limpar aquela zona toda. Por enquanto, só precisava aliviar sua fúria em outra pessoa, senão Kelly talvez não passasse dessa noite.

     Destrancou as diversas fechaduras e destrancou todos os cadeados. Saiu e trancou novamente por fora. Toda segurança era insuficiente. Ele precisava estar convicto de que ela não sairia e principalmente que ninguém entraria.

    Isso se alguma alma viva aparecesse por essas bandas. Seu pensamento o lembrou de Kelly o estapeando e sua raiva comprimida parecia estar prestes a explodir. Começou a correr em direção ao carro, pronto para se alimentar e matar quem aparecesse em seu caminho.

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Where stories live. Discover now