Capítulo 19

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     Uma semana tinha se passado desde a noite em que Kelly pode sair de casa

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     Uma semana tinha se passado desde a noite em que Kelly pode sair de casa. Desde então, todas as manhãs eles saiam até a cidade para ir à padaria, mercado ou comprar alguma coisa. Passavam no posto de gasolina também, para comprar coisas mais fúteis ou necessárias.

     Contudo, Hugo comprou todos os livros do estoque. A mulher vinha lendo com maior frequência. A sensação de ler um livro era maravilhosa! Ela ainda fazia o serviço doméstico e às vezes ele sumia, voltava cheio de sangue pela roupa e se trancava no quarto. Mas a rotina tinha mudado, ela saia todos os dias, duas até três vezes ao dia. Eles davam uma volta pela fazenda, iam até a cidade ou o posto de gasolina.

      Estava tudo bem, mas parecia que faltava alguma coisa. Havia um sentimento de vazio que a preenchia. Nesses dias, ela vinha refletindo mais em relação a sua antiga vida e percebeu que na verdade ela vivia uma vidinha chata, perfeitinha demais e sem sal. Tinha algumas amizades, mas nada de verdadeiro. Era tudo questão de estatos ou aparência, dos outros no caso.

    Embora Hugo tivesse a aparência física idêntica de Charles, eram pessoas totalmente opostas. Talvez a sua dor nunca fosse embora, principalmente porque sempre que ela via Hugo, ela também via Charles Dickens. No entanto, eles estavam se dando melhor. O Metamorfo tinha saído logo depois da caminhada matinal deles, ela já tinha limpado a casa e almoçado. Tomado banho e lido cerca de 100 páginas. Eram quase 5h da tarde e nenhum sinal dele. Ela sabia que eles estava bem, era óbvio. O que ela tinha receio era que ele a deixasse ali, para sempre e sozinha. Pensando no assunto e lendo seu livro, Kelly adormeceu deitada na cama dele.


      Esse era outro assunto. Ele tinha arrumado o outro quarto para ele ficar. Kelly dormia sempre no quarto principal, sozinha. Ele a proibia de entrar no outro quarto. Mesmo curiosa, a mulher evitava contrariá-lo. Esperava por ele, se sentindo tola. Afinal, ela não era mulher dele. Mas então ela pensou um pouco. Eles não estavam juntos. Ele podia muito bem estar com outra.

"Não, isso não. Eu saberia. Até porque, se ele estivesse com outra mulher, por que ele me manteria aqui?" - Pensava ela, tentando acreditar nos próprios pensamentos, quando outro veio em resposta:

"Porque você sabe demais." - Esse pensamento deixou-a desanimada. Ela chorou. Queria que eles estivesse ali com ela, ou pelo menos que ele dissesse o porque não a deixar ir, não a matar, mas também não tentar ficar com ela.

"ELE VAI ME DEIXAR NEURÓTICA!" - Seus pensamentos gritavam. Kelly decidiu ir tomar uma ducha, para aliviar aqueles pensamentos contraditórios e tentar esquecê-lo.


    Entrou no banheiro e esqueceu de trancar a porta, pois correu fazer xixi. Então, limpou-se e despiu-se. Completamente nua, percebeu que precisava se depilar. Não é por que ela não tinha relação que deixaria suas intimidades virarem uma floresta. Riu do próprio pensamento tosco.

A prisioneira do Metamorfo - Livro 1Where stories live. Discover now