◇ Capítulo 8 ◇

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Úrsula Narrando

Fiquei altas horas conversando com o garoto de 8 anos e eu estava me dando bem com ele, logo eu, que sou difïcil de lidar com crianças. Ele estava lá com o olho roxo dele e eu aguardando a hora de me ir para casa. Tive pena do garoto, eu não tinha nem dinheiro para comprar algum remédio ou fazer um curativo, aliás eu nem trouxe dinheiro, mas, a parti de amanhã irei trazer.

Sebastian : A minha vida é difícil.

Úrsula : Não mais difícil que a minha, porém, porque você acha que a sua vida está sendo difícil?

Sebastian : A escola, meu pai... tudo - Ele falou e eu vi uma lágrima rolar pelo rosto dele.

Úrsula : Hm... que escola é essa que você estuda?

Sebastian : A do outro lado da rua, Happy world school - Ele falou suspirando e eu rir de canto.

Úrsula : A escola é uma merda não é não?! O que só tem de bom ali é o porteiro que é legal pra caramba.

Sebastian : Como você sabe? Você já estudou lá?

Úrsula : Garoto, eu já fui expulsa de lá - Falei e ele arregalou os olhos e depois reclamou da dor do olho esquerdo que estava machucado - Arregala mais os olhos que você perde esse olho.

Sebastian : Tá doendo muito e ainda é 10:40 - Ele falou olhando no relógio que estava no braço dele - Daqui que minhas amigas cheguem...

Úrsula : Amigas?! Hmm o que é que tá rolando em garoto? - Perguntei com um sorriso malicioso e ele fez cara de nojo.

Sebastian : Nada, são as empregadas da minha casa, eu chamo elas de amigas, elas se fazem mais presente na minha vida do que o meu próprio pai.

Úrsula : Esse seu pai só pode ser um merda, o que ele tem mais de interessante para fazer do que ficar com o próprio filho?

Sebastian : A bruxa do 71 enfeitiçou ele - Ele falou e eu comecei a rir.

Úrsula : Que bruxa do 71 garoto?

Sebastian : A minha madrasta, ela é a bruxa do 71. Meu pai parou de me dar atenção quando começou a sair com ela, e quando se casaram as coisas pioraram para mim. A bruxa do 71 me odeia, ela já me deixou com fome durante uma noite toda, já me bateu quando meu pai estava ausente e mandava eu mentir dizendo que foram os meninos da escola.

Úrsula : Que víbora, e ela te batia do nada?

Sebastian : Ela não só batia como também de vez em quando ainda me bate até hoje. O motivo? Só porque eu não gosto de falar com ela e também quando eu não faço o que ela manda - Ele falava encarando o chão.

Úrsula : Essa mulher tá merecendo visitar o inferno. E esse seu pai faz nada não é? Não conhece o filho que tem?

Sebastian : Ele não está nem aí para mim, era bom quando era só eu, ele e minha... mãe. Minha mãe me dava muita atenção e ele também, eu amava e ainda a amo muito, nunca vou esquecer a minha mãe... ela morreu mas ainda continua aqui comigo, no meu coração, é por isso que eu ainda não fugi de casa.

Olhei para ele e em seguida coloquei meu dedo indicador no queixo dele e fiz com que ele me olhasse, ele estava com os olhos marejados.

Úrsula : Olha garoto, não chora, eu entendo essa dor que você está sentindo, eu já perdi meus pais e fui criada com a minha tia. Eu não lembro dos meus pais, eles morreram quando eu ainda era pequena, mas... depois que eu vim saber a verdade sobre eles, eu não vou mentir para você, eu me sentir muito triste porque para mim a minha tia era a minha mãe entende? Eu estava sendo criada por ela e nem sabia dessa história de que meus pais tinham morrido... e ainda teve mais coisa nessa história, eu tenho uma irmā gêmea e nem sabia, vim saber ontem, eu conheci ela ontem. Tudo uma completa loucura.

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