Chapter XV

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Episode: I know how it ends.

Gulf Kanawut não fazia a menor idéia do que estava fazendo.

Havia aceitado as aulas com Mew e no mesmo sábado, após terem conversado, ele recebeu uma mensagem do músico o avisando que iria passar para pegar-lo e irem a casa de seus pais. Kana não se deu o trabalho de responder, afinal já tinha dito que raramente respondia mensagens, mas quando chegou perto da hora de Mew aparecer ele já estava vestido e sentado no sofá a espera do mais velho.

Era maldita meia hora antes do combinado e ele estava como uma maldita donzela virgem esperando para ser levada a um baile. Suppasit, aquele desgraçado, continuava a mexer com a cabeça de Gulf, mesmo o garoto lutando com tudo o que podia para não entrar na sua vida.

Ele fechou os olhos com força e respirou fundo quando a campainha tocou, revelando a chegada do músico. Gulf não se orgulhou do quão rápido ele correu até a porta para atender-lo, conseguindo, apenas no último segundo, estampar uma expressão desinteressada no rosto ao vê-lo.

— Chegou cedo. — o jovem professor disse, cruzando os braços ao redor do corpo e o olhando com desdém — Ansioso para me ver?

Mew, como sempre, portava aquela suavidade em sua expressão. Olhando-o calmamente e sem se afetar pela provocação.

— E você já está pronto — o músico rebateu. E Gulf quase pôde ver um sorriso ameaçar aparecer.

Idiota, praguejou em pensamento. E então revirou os olhos, fechando a porta atrás de si e andando até a BMW branca estacionada na frente da sua casa, dizendo com irritação:

— Vamos logo pra essas aulas estúpidas.

Mew o acompanhou, e não reclamou quando Gulf bateu a porta do carro com força. O garoto provavelmente a quebraria se continuasse assim, mas ele secretamente queria ver até onde a calma de Mew chegava.

Eles não conversaram muito no caminho, mas Gulf deixou escapar um som admirado quando viu a propriedade dos Jongcheveevat aparecer em seu campo de visão. Era uma casa reservada e consideravelmente distante da cidade, com um lindo gramado verde vibrante e flores que pareciam destoar da decoração, mas de alguma forma faziam o lugar parecer aconchegante.

— Meu pai tem cultivado algumas plantas — Mew falou quando percebeu que ele estava encarando as plantações — ele não é muito bom nisso, mas quando dá certo, e ele não mata o que está plantando, gosta de exibir na frente da casa. Minha mãe finge se irritar com a bagunça, mas nunca tira as flores dele daqui.

Gulf assentiu em entendimento, desviando o olhar para uma fonte no meio do local.

— Vocês tem uma maldita fonte? — disse com uma careta — Uma maldita fonte? — repetiu com indignação, resmungando em seguida: — Fodidos ricos do caralho.

A fonte de jardim tinha esculpida uma estátua de um anjo, que estava na ponta do pé, como se fosse levantar vôo. Seu rosto expressava tanta frustração que deixou o jovem professor admirado com tamanho talento em retratar tais emoções em um mármore branco. A água corria incessantemente pelos olhos da criatura, fazendo-a parecer que estava em um estado continuo de tristeza.

Era um ponto de angústia em meio a tanta beleza.

Mew não fez nenhum comentário inicialmente, apenas contornou o estreito caminho ao redor da fonte, para estacionar o carro em frente a casa.

— Espere para ver a piscina — ele disse por fim, saindo do carro e esperando Gulf o acompanhar, para então confidenciar: — Até eu acho um exagero.

The Blue Of Your Voice • Fanfic MewGulfOnde histórias criam vida. Descubra agora