Continuação...
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Henrique
Após colocar à venda em seu rosto, ainda fiquei olhando-a por alguns segundos, ela ficava tão bonita assim, tão ingênua e tão... É melhor arrastar esse carro antes que minha imaginação vá para um território mais perigoso.
Apenas alguns quilômetros depois e eu cheguei onde queria. Meu coração saltava do peito, e minhas mãos suavam. Eu nunca fui o cara romântico que fazia surpresas para a minha mulher. Ser esse cara é mais difícil do que eu pensei. Agora eu estou aqui nervoso, sem saber o que ela vai achar. E se ela achar brega demais? Ah, que se dane. Eu vou fazer o que meu coração diz.
Saio do carro e abro a porta do passageiro para ajudá-la a sair. Seguro sua mão enquanto ela tenta se equilibrar fora do carro.
— Se eu torcer meu pé, eu te mato! — Ela brada, mas há diversão em sua voz, então encaro como um sinal positivo.
Guio-a até o portão e solto sua mão apenas para abri-lo. Tomo o maior cuidado para que ela não tropece em lugar nenhum. Faço-a subir as escadas da chácara com zelo, meu coração acelerando mais a cada degrau. Quando finalmente ultrapassamos o último, eu já podia sentir meu coração próximo à garganta.
Contemplo todo o trabalho que eu tive, e a meu ver ficou bem bonito. Agora só resta saber o que ela vai achar. Olho para ela e ela está mordendo o lábio, apenas esse movimento e eu sei que ela também está nervosa. Pelo menos não sou só eu.
— Pode tirar a venda se quiser. — Ela tateia o laço atrás de sua cabeça tentando desatar o nó. Pela sua ânsia percebo que está curiosa e não contenho o sorriso.
Meu nervoso aumenta ainda mais quando a venda cai no chão e seus olhos encontram o local. E quando a ouço, meu sorriso se alarga quase encontrando as extremidades do meu rosto.
— Perfeito. — Sua voz sai em um sussurro perfeitamente audível para mim.
Olho novamente para o espaço da chácara todo iluminado, com uma mesa posta na direção sul, uma pista de dança na direção leste e um bar na direção oeste. O lugar ficou bem romântico, todas as luzes foram posicionadas na direção certa, mas foi Deus que cuidou da parte mais bonita, nos presenteando com um clima gostoso e um céu fantástico, cheio de estrelas e com uma lua cheia espetacular.
— Vem, vamos voltar no tempo. — Seguro sua mão e a levo em direção ao bar. Tomei o cuidado de mandar recriá-lo igualzinho ao da boate, onde nos encontramos pela primeira vez.
Ela me olha confusa, então seus olhos vão em direção ao bar onde estou levando-a, e em seu rosto eu consigo enxergar a compreensão.
— Não consigo acreditar... — Ela começa e então eu calo sua boca com um dedo.
— Shiii... Vamos começar de novo? — Pergunto e a vejo assentir reprimindo o sorriso sem sucesso. — Vem.
A puxo e ela me acompanha, sento-me no bar e um barman aparece e me serve um Uísque duplo e para ela um drink sem álcool. Ela olha para as bebidas e ri, então olha para mim.
— Dia difícil? — Ela pergunta olhando de relance para a bebida.
— Não, só um pouco cansativo, na verdade. Dei duro para surpreender uma pessoa.
— Meu nome é Alice. — Ela se apresenta e sem conter o sorriso, eu me apresento também, tentando ser fiel a primeira vez.
— Henrique. — Respondo. Ela ainda ri quando me faz o convite.
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Lei do Retorno
Romance(Repostando) A vida tornou Alice Chevalier uma mulher implacável, uma profissional competente, e desacreditada no amor. Mas ao voltar ao Brasil, depois de seis anos longe, ela abre seu coração de novo, mas novamente para o homem errado. Henriqu...