Capítulo 26 - Henrique (parte 2)

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Continuação...

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Henrique

Após colocar à venda em seu rosto, ainda fiquei olhando-a por alguns segundos, ela ficava tão bonita assim, tão ingênua e tão... É melhor arrastar esse carro antes que minha imaginação vá para um território mais perigoso.

Apenas alguns quilômetros depois e eu cheguei onde queria. Meu coração saltava do peito, e minhas mãos suavam. Eu nunca fui o cara romântico que fazia surpresas para a minha mulher. Ser esse cara é mais difícil do que eu pensei. Agora eu estou aqui nervoso, sem saber o que ela vai achar. E se ela achar brega demais? Ah, que se dane. Eu vou fazer o que meu coração diz.

Saio do carro e abro a porta do passageiro para ajudá-la a sair. Seguro sua mão enquanto ela tenta se equilibrar fora do carro.

— Se eu torcer meu pé, eu te mato! — Ela brada, mas há diversão em sua voz, então encaro como um sinal positivo.

Guio-a até o portão e solto sua mão apenas para abri-lo. Tomo o maior cuidado para que ela não tropece em lugar nenhum. Faço-a subir as escadas da chácara com zelo, meu coração acelerando mais a cada degrau. Quando finalmente ultrapassamos o último, eu já podia sentir meu coração próximo à garganta.

Contemplo todo o trabalho que eu tive, e a meu ver ficou bem bonito. Agora só resta saber o que ela vai achar. Olho para ela e ela está mordendo o lábio, apenas esse movimento e eu sei que ela também está nervosa. Pelo menos não sou só eu.

— Pode tirar a venda se quiser. — Ela tateia o laço atrás de sua cabeça tentando desatar o nó. Pela sua ânsia percebo que está curiosa e não contenho o sorriso.

Meu nervoso aumenta ainda mais quando a venda cai no chão e seus olhos encontram o local. E quando a ouço, meu sorriso se alarga quase encontrando as extremidades do meu rosto.

— Perfeito. — Sua voz sai em um sussurro perfeitamente audível para mim.

Olho novamente para o espaço da chácara todo iluminado, com uma mesa posta na direção sul, uma pista de dança na direção leste e um bar na direção oeste. O lugar ficou bem romântico, todas as luzes foram posicionadas na direção certa, mas foi Deus que cuidou da parte mais bonita, nos presenteando com um clima gostoso e um céu fantástico, cheio de estrelas e com uma lua cheia espetacular.

— Vem, vamos voltar no tempo. — Seguro sua mão e a levo em direção ao bar. Tomei o cuidado de mandar recriá-lo igualzinho ao da boate, onde nos encontramos pela primeira vez.

Ela me olha confusa, então seus olhos vão em direção ao bar onde estou levando-a, e em seu rosto eu consigo enxergar a compreensão.

— Não consigo acreditar... — Ela começa e então eu calo sua boca com um dedo.

— Shiii... Vamos começar de novo? — Pergunto e a vejo assentir reprimindo o sorriso sem sucesso. — Vem.

A puxo e ela me acompanha, sento-me no bar e um barman aparece e me serve um Uísque duplo e para ela um drink sem álcool. Ela olha para as bebidas e ri, então olha para mim.

— Dia difícil? — Ela pergunta olhando de relance para a bebida.

— Não, só um pouco cansativo, na verdade. Dei duro para surpreender uma pessoa.

— Meu nome é Alice. — Ela se apresenta e sem conter o sorriso, eu me apresento também, tentando ser fiel a primeira vez.

— Henrique. — Respondo. Ela ainda ri quando me faz o convite.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now