Capítulo 10 - Alice

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E como o prometido... Eis o capítulo 10! Uma semana cheia de sol e luz para todos vocês! Nos "vemos" na sexta!

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Você já se viu em uma situação em que você enxerga tudo vermelho? Pois eu estou assim, espumando de raiva. E pior, eu não sei de quem eu tenho mais raiva. Do Marco, por ser um completo mal caráter e ter me enganado duas vezes. Ou de mim, por ter me deixado levar pelo falso arrependimento desse canalha.

— Desculpem-me, eu não queria atrapalhar. Da próxima vez, tranquem a porta. — Consigo dizer com a voz firme, e sem transparecer a raiva que eu estou sentindo.

Saio da sala antes que eu possa fazer algo que eu, com certeza, vou me arrepender. Não quero gritar, não quero xingar, não quero fazer qualquer coisa que demonstre que eu me importo. Isso só me mostrou aquilo que eu já deveria ter aprendido há muito tempo: Pessoas não prestam, pessoas mentem, pessoas enganam, e não são dignas de confiança.

Passo pela Carlie sem nem mesmo olhar na cara dela, eu não estou preocupada se é deselegante da minha parte, ou se eu estou sendo mal educada. Eu não estou preocupada com o que os outros vão pensar ou sentir com minhas atitudes. Pela forma como o destino gosta de me pregar peças, eu posso me considerar egoísta por um dia!

Desabo na cadeira e viro de costas para porta, olhando para a parede a minha frente. Ouço alguém abrir a porta segundos depois e entrar. Eu me viro, sabendo que a Charlie está em uma reunião e o Henrique no Rio com meu pai. A única opção que me resta, é a menos agradável possível.

Mas eu esperava que ele estivesse com aquela cara de arrependido, que eu tivesse que aturar o seu drama, e seus pedidos de desculpas. Eu não esperava ver seu rosto impassível, nem seu olhar frio. Ele está com cara e postura de quem está pronto para a guerra e não quem está para pedir clemência.

— O que você quer aqui? Não sabe bater? — Me levanto, contornando a mesa. Não vou deixar que ele me olhe de cima.

— Parece que é algo que ambos desconhecemos, não acha? Porque, que eu me lembre, eu não ouvi você bater na porta antes de entrar na minha sala minutos atrás.

É, realmente ele não está nem um pouco arrependido. O problema é que eu não estou com paciência para aturá-lo no momento.

— O que você quer aqui, afinal? Porque me pedir perdão eu sei que não é.

— E por que eu iria te pedir perdão? Eu sou solteiro, estava pegando uma mulher no meu escritório e daí? O que você tem a ver com isso

É, realmente ele não me traiu, ele não me devia nada. Mas seria diferente se não fosse com ela. E principalmente, se ele não tivesse me prometido ontem que nunca mais a tinha visto, e pior, se eu não tivesse acreditado.

— E o que você queria comigo, então? Que papo foi aquele de que estava arrependido, que me amava e queria voltar? O que você queria afinal?

O desgraçado ainda tem coragem de sorrir, vocês acreditam nisso? Cínico!

— Curtir com sua cara! — Ele fala como se eu já devesse saber. E realmente eu já deveria, não poderia ser por nada mais.

Fico calada porque temo que se eu falar alguma coisa nesse momento, não vai ser nada educado e muito menos do meu nível, e eu com certeza não vou baixá-lo por um patife desse.

— O que é isso, Ali? Onde está o seu senso de humor? Eu só contei umas mentirinhas para você, acreditar foi escolha sua.

— Como você consegue ser tão fingido e mal caráter? Eu não acredito que eu perdi tanto tempo com você.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now