Prólogo

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Ele é o Amor da minha vida!

Hoje é meu aniversário, 18 anos, estou entrando em uma nova fase, mas de uma coisa eu tenho certeza, Marco Colibri estará nela. Namoramos desde que eu tinha quinze anos e ele dezesseis. Esse ano nós entraremos juntos na faculdade de direito, continuando assim, a nossa dupla inseparável.

Todos invejam nosso romance... É, no lugar deles eu também invejaria. Alice Chevalier e Marco Colibri, nós somos o casal perfeito, hoje eu pretendo dar a ele o presente que tanto esperamos. Eu vou me entregar a ele, dessa vez, de corpo e alma. Por três anos ele teve paciência e eu vou recompensá-lo. Nossa primeira vez será única!

Olho no reflexo do espelho uma última vez antes de sair. Pego minha bolsa e desço as escadas correndo e sorrindo. Será uma surpresa, ele acha que eu estou viajando para a casa dos meus tios, em Gramado, mas não, eu vou encontrá-lo e esse com toda certeza vai ser o aniversário mais incrível da minha vida!

Gabriel, o motorista, para em frente ao prédio do Marco. Desde o ano passado ele mora sozinho, 'bom, isso agora vai servir' – penso sorrindo. Despeço-me de Gabriel, segurando a bolsa com mais força que o necessário, estou nervosa, enquanto vou ao encontro do meu amado.

Paro em frente à porta do apartamento, suspiro, inflo os pulmões ao máximo e solto o ar de uma só vez, me veio uma sensação estranha, mas decido ignorá-la, hoje é meu dia e nada vai estragá-lo. Abro a porta com cuidado, são dez horas da manhã de um domingo, ele com certeza está dormindo. Quando entro no flat, ouço uns sons estranhos, caminho devagar até o quarto. Meu corpo congela, instantaneamente, com a visão. Meus pés parecem procurar um chão que desapareceu de repente.

O corpo, belo, está incrivelmente nu, e aquela linda pele morena, sobre o corpo de outra mulher. Os cabelos cacheados, os quais eu tanto amo, estão agora sob as mãos de alguém que não sou eu. Aquela boca carnuda, que eu tanto beijei, agora beijam outros lábios. Os olhos, oh meu Deus, aqueles olhos cor de mel, de repente estão paralisados olhando pra mim. O homem a quem iria me entregar inteiramente, o homem que eu tanto amei, agora enoja-me.

Um nó se forma em minha garganta, mas eu, simplesmente, não consigo chorar. Apenas o encaro.

— Alice... Eu... Eu posso... Explicar — Ele gagueja com uma expressão repleta de medo.

— Tudo bem, explica! — Essa eu vou querer saber.

— Como? — Ele me olha confuso.

— Estou te dando a chance de defesa. Vamos, explica. — Digo, calmamente.

— Eu... Eu te amo, Alice, isso aqui é... — Ele para de falar quando olha para cena e percebe que realmente não tem explicação.

— Eu posso te ajudar, que tal essa: Meu amor, a carne é fraca, estamos há três anos namorando e nunca fizemos nada, eu simplesmente caí nos braços de quem me ofereceu o que você não me deu. — Digo imitando a voz dele com uma frieza que eu nunca usei.

Ele para e fica me olhando totalmente chocado com a minha reação.

Caminho mais próximo a ele, o olho nos olhos e continuo:

— Ou então essa: Eu estava apenas treinando para a nossa primeira vez, ela não significa nada para mim.

— Também tem essa aqui: — prossigo elevando o tom de voz — Eu sou um completo idiota, que nunca te amou, apenas se divertia com seus planos bobos sobre um futuro e seu romantismo de merda que nunca permitiu que você sequer percebesse que eu não sentia nada do que você sentia por mim! — Termino gritando.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now