Capítulo 35

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oii Gente! Bom fim de semana pra vocês e boa sorte pra quem vai fazer ENEM! Bjo

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Dois meses depois...

O tempo passa rápido quando há muito trabalho a ser feito. Coletar todas as provas e encaminhá-las ao juiz a tempo para o julgamento não foi fácil, principalmente com a vida me pregando tantas peças. Eu e o Senhor Rubras passamos a maior parte do tempo juntos, planejando e discutindo o que será e como será abordado no tribunal.

Hoje eu entendo o porquê dele não ter me dito o nome de seus suspeitos. Agora que sei que a vida é mesmo uma caixinha de surpresas, que todos os caminhos estão interligados. É impressionante como eu deixei passar os sinais, como eu não liguei os fatos. Talvez porque até mesmo hoje, sabendo de tudo e tendo prova de tudo, eu ainda acho que é uma loucura.

A memória de Eloise foi manchada com todas as descobertas que eu tive. Eu não consigo imaginar como alguém pode ter sido tão suja e baixa como ela foi, sua infidelidade é repugnante e ouvindo alguns de seus telefonemas e tendo acesso a muitas de suas mensagens, ela conseguia levar o cinismo a um nível totalmente elevado.

Mas nada, absolutamente nada, me surpreendeu mais do que saber quem a matou e porque a matou. Um ódio tão grande por razões tão singelas. Uma possessão sem limites que tomou proporções tão absurdas. Meu coração dói de pensar o que a revelação do autor de tal crime repercutirá nos que estão a minha volta. Principalmente em alguém especial, alguém que é tão importante para mim.

Já havia desistido de tentar convencer as testemunhas que se mostraram irredutíveis, estava decidida a provar a inocência do Leandro e deixar por conta da justiça colocar quem fez essa atrocidade na prisão. Até que inesperadamente o meu telefone toca, e a pessoa do outro lado da linha me surpreende completamente.

— Srtª Chev... Ah, que sobrenome difícil... Alice, posso te chamar assim?

— Claro. Só Alice, Maria. — Digo rindo, só a ligação dela já me faz rir à toa.

— Olha, eu tô com medo, moça. Eu tô com muito medo, mas eu não tô conseguindo dormir. Seu Leandro não merecia.

Começo a me animar, ela vai depor, e essa pessoa sem escrúpulos vai ter o que realmente merece.

— É verdade, Maria, Leandro não merecia nada do que aconteceu, o único pecado que ele cometeu foi amar demais quem merecia de menos.

— Foi o pior erro de sua vida, mas ainda assim... — Sua voz falha. — Ele não merecia o que aconteceu.

Ela começa a chorar pelo telefone e meus olhos se enchem também. Imagino como seria estar em sua situação, carregar a carga de saber demais quando as circunstâncias lhe impedem de fazer o que é certo. Mas nem todo mundo tem coragem de fazer o que é certo quando o medo fala mais alto.

— Você não tem culpa de saber demais, Maria Eugênia.

— Ele tem menos culpa ainda de não saber de nada. — Ela funga. — E ainda assim está pagando pelo erro de todo mundo.

— Quer me contar alguma coisa? Quem sabe assim você tira um pouco da culpa dos seus ombros.

Sou sincera no que eu falo, no momento não estou aqui como advogada do Leandro, estou aqui como alguém que realmente quer ajudá-la. Às vezes o desabafo é a melhor saída, a melhor prevenção, descobri isso graças aos últimos acontecimentos na vida.

— Eu sempre soube dos casos dela. Nós empregados sempre sabemos o que se passa na vida dos patrões, e eu sempre fui curiosa demais... — Ela faz uma pausa e eu respeito. — Ela gostava disso, sabia? Gostava de fazer os homens de palhaços, de se sentir desejada. Ela sentia prazer em ver os idiotas dos homens caírem aos seus pés. E eu sabia, é claro, deste caso específico. A senhora sabe de que caso eu estou falando, não é?

Lei do RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora