Bônus Charlotte

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Aquele bônus como pedido de desculpas ❤

Beijo!
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Olha só pra mim, depois de todos os encontros desastrosos, todas as tentativas frustradas, finalmente estou a ponto de sair com alguém que faz meu coração bater mais rápido. E pelos motivos certos! Olho no meu relógio enquanto atravesso o estacionamento. Se Deus quiser vai dar tempo de me arrumar e chegar ao parque onde vou encontrar o Théo na hora certa!

Mas ao chegar perto o suficiente do carro, tive que soltar um xingamento. Algum idiota furou todos os quatro pneus do meu carro! Tentei pensar rápido e ao olhar para a rua, vi que um táxi estava passando por ali naquele momento. Corri para alcançá-lo, implorando que me levasse até em casa, o desespero era tão grande que eu sequer prestei atenção na cara do sujeito. Entrei no carro, e distraidamente, sem detectar nenhum perigo, comecei a ler um dos volumes da Júlia Quinn no meu e-reader, e estava tão encantada com a história que nem notei quando o carro tomou outra direção.

Até que de repente o carro parou e só então que eu vim olhar para o lado e perceber a minha negligência, meus sinais de alertas piscaram a mil e o coração acelerou, conforme o medo tomava conta de mim, impregnando todo o meu corpo.

Não havia nada do lado de fora das janelas do carro a não ser mato. Abri a porta do carro, tentando fugir, e ao notar que não havia ninguém do lado de fora, eu comecei a correr. No entanto, não consegui correr nem vinte metros antes de alguém me alcançar por trás e colocar um pano branco em minha boca. Logo o cheiro forte sugou meus sentidos e tudo desapareceu.

***

Eu acordei com o mundo girando, tentava de todas as formas me concentrar em um ponto específico, para quem sabe minha visão ficar nítida, mas não conseguia, a cada ponto que eu me concentrava duplicava-se e dançava ao meu redor. Meu corpo doía e a cabeça parecia uma esponja de agulhas lotada, cada micro centímetro doía.

Ouvi vozes de dois homens e tentei olhar em suas direções. Aos poucos as vozes deles foram fazendo sentido e eu pude entender o que eles falavam.

— Ela está acordando. — Um falou.

— Levanta, cadela. — O outro grita, eu tento, mas não consigo. — Você está surda, cadela? Eu disse para levantar.

Coloco meu peso sobre as minhas mãos, mas mal consigo levantar o tronco.

— Eu não consi... — Não consigo terminar a frase e recebo um chute na face, a dor é aguda e os músculos da minha face adormecem, arfo de dor e sinto um gosto metálico na boca. O choro vem instantaneamente.

— Vai levantar? — Ele pergunta de novo.

Se antes eu não conseguia, agora então era impossível.

Nem fiz força, apenas esperei o golpe de novo. Recebi dois chutes seguidos em meu estômago, fazendo-me encolher, e nesse momento a dor era tanta que eu implorava mentalmente pela morte. Meus gritos de dor não comoveram meu agressor que deferiu mais um golpe contra minha face, mas depois desse eu senti a dor e meus sentidos sendo perdidos, talvez Deus tivesse atendido ao meu pedido.

***

Percebi que ainda estava viva ao acordar sozinha no quarto escuro. Aproveitei a oportunidade para olhar com cuidado o ambiente assim que consegui enxergar nitidamente. Não havia câmeras e nem janelas. O lugar fedia a mofo e a única saída era uma porta trancada a chave. A sala não parece ter mais do que dois metros quadrados. É forrado no teto e há cerâmica no chão. Fora isso não há mais nada. Completamente vazio.

Detenho minha atenção na fechadura, olho pelo buraco e dá para ver o outro lado, mas não há nada mais do que uma parede branca em frente à porta. Coloco meus ouvidos na mesma e não ouço ninguém, gostaria muito de saber que horas são, mas não tenho a menor ideia.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now