Último Capítulo (Parte 1)

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Uma pista lotada de gente, agora parecia vazia. Um lugar barulhento com uma música extremamente alta, agora estava silencioso. Nada mais existia, nada mais se ouvia. Era apenas eu e Henrique.

Ele estava falando sério? Ele pareceu perceber minha confusão, pois segurou meu rosto daquele jeito suave que ele costumava e com os olhos fixos nos meus, fez aquela voz rouca soar quebrando o silêncio que havia se instalado no nosso mundo. No mundo paralelo em que estávamos.

— Tudo bem. Só dança comigo agora. Amanhã eu vou querer a resposta. Não precisa ser hoje.

Mas eu queria responder. Eu queria dizer sim, o que mais eu diria? Mas por que, em nome de Deus, eu não conseguia pronunciar um som sequer? Por que eu estava assentindo e concordando com ele? Ou aquilo era o sim que eu tanto queria dizer?

Eu amo o Henrique, eu quero me casar com ele, mas a ideia me assusta. E é exatamente por isso que eu não consigo falar. Estou nervosa porque não sei se estou pronta para passar a vida inteira ao lado de alguém, por que casamento é isso, não é? Casamento é para sempre. Mas esse pensamento ao invés de me assustar mais, me fez sorrir. A ideia do para sempre ao lado de Henrique me pareceu mais agradável do que eu imaginava.

Olhando para ele, eu conseguia ver facilmente um menininho com seus olhos azuis e cabelos claros, seu jeito doce e gentil. Conseguia vê-lo cuidando de um filho nosso do mesmo jeito que cuida da Carlie... Meu Deus! Estamos indo rápido demais, não estamos? Não namoramos nem um semestre, ele já me pediu em casamento e eu estou pensando em filhos?

— O que foi, Alice? — Ele pergunta em um misto de preocupação e carinho.

— Não sei, eu só... Não sei se não estamos indo rápido demais.

— Eu não sei você, Ali, mas eu estou indo no tempo certo. Eu te amo mais do que tudo, então para que esperar? — Ele sorri...

Ele está certo. Talvez até seja rápido demais para a maioria das pessoas, mas estamos no tempo certo, tratando-se do nosso tempo.

Minha mãe me chama nessa hora e me pede para me despedir dos convidados. E assim eu faço. Abraço todo mundo e ouço suas felicitações e seus desejos de boa sorte. Agradeço suas presenças e convido-os para voltar para uma visita. Fiz tudo que uma anfitriã deveria fazer.

Vários minutos mais tarde eu estava no meu quarto, deitando na cama. Meu pai, minha mãe e o Henrique estavam lá. Acho que garantindo que eu vou ficar bem.

— Está se sentindo bem mesmo, filha? — Meu pai me pergunta. Ele estava sentado ao meu lado na cama.

E pela milésima vez eu respondi que estava. Ele e minha mãe estavam me mimando feito um animalzinho ferido. Não posso reclamar também. Depois de se certificarem que eu realmente estava bem, eles saíram do quarto e me deixaram a sós com o Rick.

— Olha, Rick, sobre o que você me perguntou mais cedo...

— Esquece, eu vou te dar até amanhã para pensar.

— Mas eu...

— Não, Ali, amanhã! — Ele me repreende e eu fico quieta. Eu ia dizer que sim, mas ele permitiu? Não, ele não permitiu!

Charlie dá dois toques na porta e aparece colocando apenas a cabeça para dentro do quarto.

— Posso ter uma palavrinha com a paciente?

— Pode sim, Charlie, eu já eu estou de saída. E não esquece, Ali, quero minha resposta amanhã. — Ele vem até mim e me dá um beijo na testa. — Eu te amo.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now