Capítulo 12 - Alice

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Bom dia!!! Tudo bem com vocês? Aqui vai mais um capítulo recheado para vocês. Obrigada pelo carinho, uma semana cheia de luz para todos e todas! Beijos

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Eu continuei na mesma posição que estava quando o Henrique saiu da minha sala. Minha respiração continuava ofegante e eu não conseguia acreditar no que eu quase fiz. Não sei como pode "nada mudar" depois do que aconteceu, ou graças a Deus, o que quase aconteceu.

O cheiro dele, levemente amadeirado, suave e exclusivamente dele, ainda permanece em mim, e fechando os olhos, ainda consigo sentir seus braços rodeando meu corpo em um abraço apertado. A sensação de tê-lo ao meu lado, naquele momento de nostalgia total, foi... Indescritível.

Minha prima aparece na porta e olha para mim, e ao ver o olhar preocupado que ela me lança, minhas lágrimas derramam-se ainda mais, sem que eu possa conter.

— Ai, Ali... — Ela me abraça, enquanto minhas lágrimas molham sua blusa.

Eu estou magoada pelas coisas que o Marco me disse, é verdade, meu ego está ferido, mas não é isso que está me deixando pior. Eu não aguento mais essa situação, eu não suporto mais querer tanto alguém, a quem eu não posso querer. Não aguento mais sentir coisas que eu não posso sentir.

As palavras dele ainda ecoam em minha mente, e ouvi-las era tudo que eu precisava e tudo que eu não poderia precisar.

"Você é importante para mim, Alice. Mais do que você imagina."

— O que aconteceu, Alice? Pelo amor de Deus, o que o Henrique fez? — Ela me abraça preocupada, e aquele movimento faz com que eu me lembre de quem estava fazendo a mesma coisa minutos antes.

Balancei a cabeça negativamente, tentando em vão falar alguma coisa, mas minha voz parece ter se perdido em algum momento durante meu choro. Amor... Um belo de um desgraçado! Toda vez que aparece na minha vida é para infernizá-la. Onde está aquela felicidade que os livros e os filmes descrevem ser propiciada pelo amor? Ou ele é uma invenção do capeta, ou ele não vai com a minha cara!

— Me fala, Alice, eu estou começando a ficar preocupada. O que o Henrique fez?

Puxo uma respiração e vou soltando o ar devagar, tentando convencer a minha voz a dar sinal de vida.

— Ele não fez nada e fez tudo. O desgraçado fez com que eu apaixonasse por ele, e não consigo mais lidar com isso. Não consigo lidar com o fato de que, logo eu que sempre abominei a traição, me apaixonei por um homem casado. Não sei, às vezes... Às vezes parece que o Henrique também sente o mesmo por mim, mas às vezes parece que é apenas meu coração me pregando peças.

— O que foi que ele disse para que você ficasse assim? — Ela pergunta me abraçando.

— Ele disse que eu sou mais importante para ele do que eu imagino. Como eu devo interpretar isso, Charlotte? E mesmo que eu interprete do jeito que meu coração quer que eu interprete, mesmo que ele realmente goste de mim, Charlie, e isso não muda o fato de que... — Calei-me incapaz de terminar a frase.

— Não muda o fato de que ele casado. — Completa ela, e eu assinto em concordância — Você está certa. Mas se ele amar a esposa como todo mundo diz, apenas ser importante não vai ser suficiente.

E a Charlotte romântica dá lugar a Charlotte racional.

— Amor é uma droga de um desgraçado. Gostaria de ser uma daquelas vadias que não se prendem a ele, e não deixam que ele as afete.

— O amor pode ser uma benção ou uma maldição, Ali, geralmente ele machuca, ele corrói, ele te testa até você atingir o seu limite, mas se você for forte o suficiente para permanecer firme, ele pode ser a melhor coisa da sua vida.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now