Capítulo 1 - Alice

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Perdi o dia por que tô mal acostumada rsrs, mas taí, se deliciem ou "redeliciem"! Um beijooo

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Seis anos depois

A praia! Alguém consegue explicar por que ela traz essa paz? Uma linda vista, um ponto turístico da França e o meu lugar favorito.

Olho para a praia, para as ondas quebrando sobre a areia, destruindo o belo castelo da pequena menina, que agora chora nos braços da mãe. É, querida, eu te entendo, dói ver o castelo caindo, você se esforçou tanto para construí-lo, fez planos para cada canto, mas não contou que pudesse vir uma onda e fazer dele apenas um montante de areia em meio a outros. Ninguém saberá o que ele significou para você, ele vai existir apenas em sua lembrança.

É claro que nós sabemos que a culpa foi nossa. Não deveríamos ter construído o castelo ali, tão perto da praia. Mas insistimos em culpar a onda. Mas sabe, pequena, culpar a onda, odiar a praia, não adianta. A onda não pode e nem vai reconstruí-lo. E sua raiva, seu ressentimento, não vai trazer o castelo de volta.

***

— Eu ainda não acredito que aquele cretino teve a audácia de levar aquela vaca para a praia, ele sabia muito bem que a gente estaria aqui! — Reclama uma inconformada Charlotte quando entramos no carro.

Eu permaneço perdida em meus pensamentos enquanto o carro segue para a mansão.

— Alice, você está me ouvindo?

— Claro que sim, Charlie. Você estava falando o quanto o Leroy não presta. — Respondo sorrindo

— E não presta mesmo! — Disse ela emburrada — Mas claro que isso todo mundo já sabe. Agora fala, o que está passando nessa sua cabecinha.

— Finalmente eu percebi que não deveria ter culpado a praia. A onda vai continuar lá, desabando sobre a areia, se deixando levar pela maré, e eu? Eu vou perder meu lugar preferido. — Charlie claramente não entendeu nada, mas eu continuo tagarelando. — Eu não sei se eu vou ter coragem de construir outro castelo, mas eu tenho que tentar, Charlie, eu preciso voltar à praia.

— Já te falei que eu odeio suas metáforas? — Eu ri, ela já me falou isso mil vezes — Mas acho que eu entendi, você está falando de voltar ao Brasil, não é?

Eu assenti.

— Quando? — Ela perguntou com tristeza na voz.

— O mais rápido possível — Falo e olho pra ela, também não estou feliz por deixá-la, ela se tornou peça fundamental na minha vida.

— Eu vou com você!

— O que? Não! Eu não posso permitir que você faça isso, Charlie. Você ama a França e sempre falou que não suportaria morar no Brasil.

— Eu não suportaria ficar aqui sem você. Qual é, Ali, você é a única no mundo que consegue me entender. E olha que nem eu consigo. — Ela sorri e não consigo evitar o sorriso também — Você é muito mais que uma irmã pra mim, e também ouvi dizer que a pegada dos brasileiros é inesquecível.

E com isso nós rimos. Apesar desse jeito dela, eu sei que no fundo é uma romântica incorrigível.

O trajeto da cidade de Juan-les-Pins até a mansão Chevalier é um pouco longo, diferente das praias daqui de Nice, que são bem mais próximas. Mas de vez em quando, eu gosto da praia com areia, diversificando das pedrinhas daqui. Não sei, acho que a areia meio que me lembra o Brasil.

O carro estaciona na mansão Chevalier, e eu não consegui entrar. O contraste das diversas cores do jardim com o branco da casa, é de tirar o fôlego. Apenas um olhar direcionado a casa e percebemos a elegância e a alegria que há nesta família.

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