Capítulo 30

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Um mês depois...

O dia começou com uma notícia maravilhosa! Em uma reunião, o Detetive Rubras me passou o endereço dos ex-funcionários do Leandro, que para minha sorte, moram em cidade próximas, no estado de Minas Gerais. Marcamos de irmos amanhã, enquanto hoje, eu me dirijo ao presídio para contar as novidades ao Leandro.

Estou a ponto de conseguir resolver um dos maiores casos do país e livrar um homem inocente da prisão. Eu e o Henrique estamos cada vez melhores juntos. As coisas estão tão perfeitas na minha vida pessoal e profissional que dá até medo do que virá para estragar.

Henrique e meu pai já venceram aquela barreira sogro/genro, voltaram a ser os velhos amigos que contam piadas com uma cerveja na mão. A Charlie e o Theo estão começando a se ajeitar, só a Charlie que fica com aquele medo de que tudo não saia perfeito como ela quer. Mal sabe ela que um dia vai acabar percebendo que é a imperfeição do amor que o torna tão perfeito. Mas isso não é algo que se possa explicar, a gente só aprende dando a cara a tapa.

Estaciono no presídio e submeto-me aos procedimentos necessários até que eu possa encontrar Leandro. Esperei por ele na sala fechada e me assustei ao vê-lo mais magro do que da última vez. Seu olho direito estava com a pele ao redor de uma cor arroxeada e havia pontos em sua testa. Quando me viu, pude ver lágrimas em seus olhos e ele correu até mim para me abraçar. Não pude conter minha própria emoção.

— Por Deus, Leandro, o que aconteceu? — Afasto-o para vê-lo melhor e percebo mais hematomas em seu rosto.

— Eu não quero mais viver, Alice. Não aguento mais viver aqui. — Sua voz tornou-se um fio e soluços saíram de sua garganta. — Eles me falam tantas atrocidades, culpando-me pela morte da Eloise, eu não fiz aquilo, Alice...

Abracei-o novamente, sussurrando para ele coisas como "eu sei que você não seria capaz" e "acredito em você".

Vê-lo ali, como uma criança assustada, chorando tanto e sofrendo tanto, parte meu coração. Não existe possibilidade de nesse momento conseguir colocar a emoção de lado, não dá para ser apenas a advogada agora, ele precisa de mim como uma amiga. Por isso afago seu cabelo e deixo-me nesse papel por mais alguns minutos.

— Aguenta só mais um pouquinho, por favor, eu trouxe novidades. Estou conseguindo, Leo, eu vou te tirar daqui, eu não prometi?

Ele olha para mim, tentando limpar as lágrimas, mas em seus olhos não existe esperança. Dói ver que nem mesmo isso ele consegue ter.

— Foi apenas por isso que eu ainda não tirei minha vida. Eu sei que vocês, meu irmão e você, estão trabalhando muito para que eu possa sair daqui. Achei injusto desfazer do esforço de vocês.

— Mas eu não entendo como eles conseguiram te tocar. Você fica em uma sala diferenciada, não fica?

— Fico sim, foi no momento em que fui pegar sol com os outros presos, eles armaram uma tocaia e se juntaram para me bater. Ninguém aqui gosta de mim, nem os carcereiros. Eles só não impediram porque não quiseram.

Senti uma raiva se apoderar de mim. Quem esses imbecis pensam que são? Deus? Eles não são ninguém para julgar a punição sobre a vida de alguém! Usei todo meu autocontrole. Depois eu penso em uma medida cabível para isso, o importante no momento é focar em dar esperança ao Leandro e fazê-lo me contar coisas sobre os ex-empregados dele.

— Eu tenho uma boa notícia, vamos focar nela, depois eu prometo que vou tomar alguma medida sobre o que aconteceu. Adivinha o que eu consegui? — Tento fazer suspense para animá-lo e despertar sua curiosidade, mas não funciona, pelo visto está depressivo demais. — Eu consegui o paradeiro dos seus ex-empregados, Jonas e Maria Eugênia.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now