Capítulo 16 - Alice

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Se eu ainda não dormi ainda é quarta feira certo? Gente é semana de sip e eu to loucaaa! Mas enfim, aqui está o capítulo, espero que gostem ♥♥ Beijão
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Quando cheguei em casa estava um pouco alta. Não me entenda mal, eu não estava bêbada. Nunca fiquei bêbada. Já passava das três horas da manhã quando eu deitei na cama. Ficamos conversando no bar do evento até agora pouco.

Pego no sono pensando na descoberta da noite de hoje e tenho um sonho estranho.

Eu estou sentada em uma sala escura e tem uma espécie de holofote apontado para mim, deixando-me como a única pessoa em evidência na sala. Tento levantar e percebo que estou presa, minhas mãos estão para trás, e meus pés estão presos na cadeira, impedindo-me até de me mover. Olho ao redor para tentar ver onde eu estou e se estou sozinha, mas não enxergo nada a não ser escuridão. Quero gritar, mas estou amordaçada. Uma onda de medo se apodera de mim quando ouço saltos tremulando sobre o piso. O barulho é estridente, e o terror toma conta de mim quando ouço uma voz.

"Você achou mesmo que iria escapar de mim?"

Olho ao redor e não vejo ninguém, não sei quem está falando, mas aquela voz maligna não me é estranha. Ouço uma risada apavorante antes da mesma voz falar com um misto de diversão e ódio.

"Ah, Alice, você é tão ingênua."

Ouço o barulho do salto novamente, cada vez mais perto de mim. Sinto meu corpo tremendo descontrolavelmente e lágrimas de terror brotando em meus olhos. Começo a lutar para sair da cadeira, tentando em vão me soltar. Então seu rosto aparece, meus olhos se arregalam, e um medo sobre-humano toma conta de mim, seus olhos exalando extremo ódio, e a enorme faca que ela segura me faz prender a respiração.

"Você vai se arrepender de ter entrado em meu caminho"

Acordo em um sobressalto, meu rosto está molhado de lágrimas, e minhas mãos suadas, eu nunca tive um pesadelo tão real em minha vida. Tento levantar e percebo uma pontada forte em minha cabeça, a dor é tanta que me deixa tonta, mas ainda assim eu me obrigo a caminhar até a banheira. Enquanto a banheira enche, eu me olho no espelho, as imagens do pesadelo ainda vívidas em minha mente. Tento me lembrar do rosto da mulher, mas não consigo, a única coisa que lembro é das coisas que ela falou e do medo aterrorizante que eu senti ao ouvi-las.

Deito na banheira, deixando a água me dominar. Luto para acordar totalmente, porque a sensação estranha que eu tenho, é que eu ainda estou presa no sonho, aterrorizada e vulnerável. Visto uma roupa de ginástica e saio para correr, era pouco de mais seis horas da manhã.

No caminho, comecei a pensar no que aconteceu no evento de ontem à noite, pensei no sorriso vitorioso da Desiré quando disse que eu não magoaria o Henrique dizendo que ele foi traído esse tempo todo.

Em parte ela está certa, a ideia de magoar o Henrique me aterroriza, mas em compensação, começo a imaginar se a situação fosse inversa. O que eu sentiria se eu estivesse sendo enganada por tantos anos e as pessoas que eu mais amo soubessem, e não me contassem, se me deixassem continuar casada com alguém que não me merecia? Eu não sei se eu conseguiria perdoar.

Então um medo ainda maior toma conta de mim, e se o Henrique souber de outra maneira, e nunca mais me perdoar? A ideia de ter o ódio de Henrique me apavora. Talvez ele fique com raiva de mim, por eu contar sobre isso, mas... Vai ser muito pior se ele descobrir que eu sabia e não falei nada.

Eu não tenho provas, não tenho como provar que foi a Desiré que ficou com o Marco anos atrás, mas eu preciso tentar. Não é justo o que ela está fazendo com ele, e eu não posso simplesmente ficar de braços cruzados, enquanto ela se diverte às custas do homem que eu amo. Mas ainda assim o medo que eu sinto de que ele não acredite em mim, me aterroriza. Não sei o que fazer. Preciso de uma opinião.

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