Penúltimo Capítulo (Parte 2)

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 Alice

Ah meu Deus, que fofos! Estou encantada, não estou me importando muito com o fato de que eu estou no hospital ou que o Leroy tentou me matar seis dias atrás, pessoas que eu amava estavam felizes juntos e isso era o que mais importava! Não consigo expressar minha felicidade.

— Ah, Théo, eu estou tão feliz por vocês, vem cá me dar um abraço, afinal somos primos agora! — Eu brinquei e estendi meus braços para abraçá-lo e ele o fez.

Estava tão feliz que nem notei o Henrique chegando a não ser pelo barulho de sua garganta pigarreando. O Théo saiu de meu abraço desconfortável e olhou para o Henrique pronto para se explicar.

— Olha, Henrique, eu só estava...

— Abraçando minha namorada? — Ele arqueia as sobrancelhas. Em seguida ri brevemente. — Calma, cara, deve ter descoberto agora sobre você e a Charlie, né? — Ele assentiu. — Eu também fiquei muito feliz, achei que assim você ia parar de cercar minha mulher, mas...

Eu ri. E o 'minha mulher' saindo de sua boca me fez sentir de uma maneira tão boa que o sorriso simplesmente congelou. Ele vem até mim e me abraça, demoradamente. Seu aperto é frágil, como se estivesse com medo de me machucar, mas é tão quente e gostoso, que eu poderia ficar assim para sempre.

Percebo que algumas lágrimas tocam suavemente minha pele, e percebo que ele está chorando, lágrimas capturam meus olhos ao perceber isso.

— Eu achei que fosse te perder, Alice. Nada poderia me quebrar mais. Eu achei... Não me dá outro susto desse, pelo amor de Deus!

Sua voz embargada corta meu coração, e pela primeira vez desde que eu soube da participação dele, eu sinto raiva do Leroy. Não pelo que ele fez comigo, mas os efeitos colaterais que sua atitude causou em quem eu amava.

— Você não perdeu, eu estou aqui, meu amor, e sempre vou estar.

Mas ele não parece acreditar muito em minhas palavras, porque fica me abraçando por muito tempo, e mesmo quando sai de meus braços, fica ali comigo, acariciando minha mão e parecendo perdido em pensamentos.

A enfermeira pede que ele se retire para que eu possa fazer alguns exames, mas ele se recusa. Não foi fácil, parecia um menino birrento, mas ela conseguiu convencê-lo. Por um minuto eu achei que ela fosse falar que lhe daria um pirulito se ele saísse.

***

Acordei horas depois, com as energias renovadas. Não havia nenhum familiar no meu quarto, apenas a enfermeira que trocava meu soro.

— Então a bela adormecida acordou. — Ela brincou.

— Dormi muito tempo?

— Umas doze horas. Dispensei seus familiares, inclusive o seu namorado. Pense em um homem apaixonada, viu... Quase precisei enxotá-lo do hospital. Você já está fora de perigo, não precisam ficar de velando.

Esse simples 'fora de perigo' me encheu de alegria.

— Quando vou poder sair daqui?

Ela prepara alguma coisa em uma seringa e eu me preparo emocionalmente para receber uma picada, mas ela insere o líquido na bolsa de soro.

— Em dois dias. O Doutor ainda quer fazer alguns exames, e se certificar que você está bem. Mas logo, logo, você vai poder voltar à ativa. Seus exames não apresentaram nada de anormal.

Respiro aliviada. Eu nunca gostei muito de hospital e o cheiro dele já estava me irritando. Agradeço e ela sai da sala. O tédio acaba me vencendo e eu durmo de novo.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now