Capítulo 37

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Postando capítulo e bônus pq não consegui lembrar de postar ontem (o dia foi bem corrido) 😘😘😘😘

***

Depois que saí da casa do Henrique, me tranquei em meu quarto. Senti vontade de dar-me uma surra pelo que fiz. Tudo estava perfeito, eu teria a primeira vez dos sonhos, mas travei.

Quando tive aquela decepção com o Marco, eu me fechei para o amor de todas as formas, temendo que eu me machucasse daquela forma novamente. Por mais que tivesse tentado ficar com alguém na França, pelos tantos apelos da Charlotte, mas nunca permiti que avessassem o sinal. Sei que parece loucura, que a maioria das mulheres da minha idade já tiveram vários parceiros, mas eu sempre fui um pouco atrasada nesse quesito. E no meu tempo na França, eu sempre foquei apenas no meu lado profissional e familiar.

Mas o Henrique é diferente, eu o amo de todas as formas que alguém pode amar. Sei que ele é o cara, é o meu príncipe, e mesmo assim, quando chegou a hora, eu travei.

Jogo-me na cama, e faço uma nota mental para explicar tudo a ele, quando esse julgamento terminar. E tento fechar os olhos, em dois dias será o dia mais importante da minha carreira.

***

O dia lá fora estava cinzento, nuvens espessas cobriam o céu e recusavam-se a se dissipar, como se o Universo usasse um método de demonstrar a sua reprova às injustiças cometidas pelos terrestres.

Eu estava sentada em minha bancada, ao lado de Carlie que iria me auxiliar e de Leandro que tinha as mãos algemadas e o espírito abatido. O tribunal estava cheio, não havia um só lugar nos bancos atrás de mim, todos vieram presenciar a condenação de um psicopata, mas farei saírem daqui depois de verem a justiça sendo feita e um inocente sendo absolvido.

O promotor, sentado do outro lado do corredor, avaliava os papéis a sua disposição, sua aparência denotava uma idade mediana, na base dos quarenta e cinco anos. Já ouvi falar dele, Otávio Boa Ventura, um promotor implacável com experiência e fama de sucesso, temido por muitos colegas e admirado por outros tantos. Pesquisei um pouco sobre ele e descobri que há dez anos perdeu uma filha pré-adolescente por conta de um estupro seguido de morte. O acusado foi absolvido por se tratar de um rapaz muito rico, e os recursos de seus familiares ajudaram o rapaz a se safar. Graças a isso, o promotor não costuma facilitar nem um pouco em casos onde o réu tem um bom poder aquisitivo.

Marco que se encontra ao seu lado, tem um sorriso presunçoso e seu olhar arrogante detonam uma autoconfiança inata. Deve imaginar que sua vitória é certa, coitado, não sabe as surpresas que lhe aguardam.

A Juíza Roberta Lovari já está sentada em seu posto, assim como os sete jurados, quatro mulheres e três homens.

Dou mais uma olhada nos espectadores atrás de mim, e de repente vejo alguém lá no fundo, os cabelos presos em um turbante, deveriam pôr-me em dúvida quanto à sua identidade assim como a distância, mas as poucas mechas ruivas que escapuliam do tecido e os seus olhos verdes característicos mesmo de longe, a denunciaram. Não acredito que ela teve a coragem de vir aqui. Na verdade, eu não sei como ela conseguiu entrar.

— O que você está olhando, Ali? — Carlie me pergunta baixinho.

— Sua mãe, não acredito que ela veio.

Ela também estranha, mas não dá importância para isso, costuma ignorar a mãe desde o divórcio dos pais.

O julgamento é iniciado e Leandro é chamado para as perguntas, enquanto caminha até o local definido, ele olha para mim em uma súplica, tento passar-lhe segurança, ele não pode vacilar em momento algum, a juíza, o promotor e os jurados devem acreditar na versão dele.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now