Bônus Desiré

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Quem aí gostaria de um bônus?

16/09/2007

Era um sábado à noite como outro qualquer. Eu estava na pista de dança, de olhos fechados, deixando a música alta e contagiante dominar meu corpo. Ele se mexia conforme a batida e enlouquecia os pobres homens que me observavam, enquanto eu fingia não notá-los.

Abri os olhos e vi um em especial. Era novinho. Mais de dez anos mais novo, com certeza. Estava em uma roda de amigos e olhava para mim como se eu fosse uma deusa. Olhei nos olhos dele por dois segundos mordendo o lábio inferior e em seguida caminhando sozinha até o bar.

Mal tinha tomado um gole quando o garoto apareceu ao meu lado.

O corpo magro era musculoso e exibido em uma pele morena que me arremetia ao pecado. Os cabelos cacheados adornavam um rosto belo e os olhos cor de mel eram repletos de inocência. Inocência... Que saudade!

— Oi... Eu vi você dançar. Parecia uma deusa.

Sorri. Ah, garoto...

Menos de uma hora depois ele estava em minha cama. Ele não era virgem, mas ainda não sabia muita coisa. Só que eu sou uma professora excelente e estava mais do que disposta a ensiná-lo tudo que precisava e ah... Ele era um ótimo aluno.

Passei a vê-lo com frequência desde aquele dia, ele me tratava como se eu fosse sua rainha.

— Você é casada, não é, Deise?

— Sou, e você tem namorada. — Respondi e ri de sua cara assustada. Ah menino, tem muito o que aprender mesmo. Como se eu fosse ficar com um cara sem saber quem ele era. E foi exatamente por saber quem ele era que eu fiquei com mais vontade ainda de continuar com ele. — Alice Chevalier, certo? Eu não me importo, moreno. Você se importa de ficar com uma mulher casada? — Pergunto manhosa.

— Não. Claro que não.

Nisso ele me beijou e deixamos esse assunto para ser discutido outra hora, ou melhor, não ser discutido. Os dias passaram e ele acabou aprendendo ainda mais, pensei que eu fosse enjoar dele rapidinho, como geralmente fazia com os outros, mas eu não o fiz. Pelo contrário, me sentia apegada a ele de uma forma estranha. Não, eu não o amava, mas era algo forte, quente, intenso. Uma espécie de ligação. Ele era meu, e me deixava isso claro, eu poderia fazer dele o que eu quisesse e adorava isso.

***

Mais de alguns anos mais tarde eu estou aqui, furiosa olhando para o Marco. Nosso relacionamento nunca foi do tipo cheio de D.R.'s e eu não estou gostando nada disso.

— Quem é ela? — Pergunto, não preciso explicar nada para ele, porque eu já sei que ele sabe exatamente do que eu estou falando. Ele suspira e coça a cabeça.

— O nome dela é Eloise. Não é nada sério, Deise, só ficamos duas vezes.

— Achou mesmo que eu não iria descobrir?

— Não estava escondendo nada, apenas não achei necessário te dizer. — Arqueio a sobrancelha — Qual é, Deise, o que a gente está tendo aqui? Eu tenho que ser exclusivo a você e você não pode ser exclusiva a mim, é isso?

Fico calada. Sim, é isso. Tive vontade de dizer, mas percebi o quão idiota eu estava sendo. Ele estava certo, e eu estava com ciúmes. Ciúmes. Percebe o quanto isso é idiota? Eu estou com ciúmes do meu amante! Decido escolher minhas batalhas.

— Você está certo, é só que a perspectiva de te dividir acaba comigo. Mas desde que seja leal a mim sempre, eu não vou te proibir de ter ninguém.

Lei do RetornoWhere stories live. Discover now