c a p í t u l o ✿ 1 1

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desligue as luzes

vamos perder nossas cabeças esta noite

(raise your glass)




— Ah Nini, fala com a mãe, por favor! — Bianca suplicou pelo celular. — Se eu pedir, ela pode não deixar! Você que é a irmã mais velha e responsável... E sabe mentir!

— Olha, em primeiro lugar, se eu sou a irmã responsável, estamos fodidas. — Ouviu a resposta de Natalie pelo telefone e segurou o riso. Pelo menos ela tinha noção. — E tá, eu falo com ela, mas juízo! Vou falar pra mãe que você vai numa festa do pijama, mas eu quero que você me responda a noite inteira, até chegar viva no internato, entendeu?

— Sim, senhora — Bianca debochou, enquanto olhava por cima do ombro para se certificar que não havia ninguém na janela a vendo usar o celular proibido.

— Segundo, você não é de beber que eu sei. Não. Exagera. Entendeu? Se você se sentir estranha, liga na hora para a Ariele. — Natalie avisou, sabendo que podia contar com a diretora (e cunhada) para qualquer emergência. — E droga não se usa em casa de gente estranha. Se fizer questão de provar, deixa para fazer aqui em casa ou com gente que você confia! Última coisa: você volta pro internato, tá? Não quero papo de "ah, conheci um cara, vou ficar aqui", não. Vou te cobrir porque sei que você não é idiota, não me decepciona.

— Certo. Obrigada, irmã responsável que me convidou para usar drogas na própria casa — Bianca brincou, mas no fundo sentiu o coração quentinho. Ela gostava daquela relação sincera que tinha com a irmã e anotou mentalmente todas as recomendações, porque ela realmente não era muito experiente com festas ou coisas do tipo. — Não gosto muito de beber e não tenho interesse em provar drogas, palavra de escoteira. Agora, eu tenho um outro problema bem maior.

— O que foi?

— Eu não tenho nada pra vestir! — Bianca ganiu.

— Ué, só coloca uma roupa arrumadinha, mulher.

— Você não entendeu: eu não tenho! Eu trouxe só algumas roupas casuais e ia pegar o resto quando fosse para a casa dos nossos pais, mas... — Então Bianca travou, sem saber como dizer que, como não tinha amigas e praticamente não saía do quarto, achou que não faria sentido pegar roupas "pra sair". Algum dia contaria tudo o que aconteceu para Natalie, mas ainda não se sentia pronta ainda. — E-eu esqueci. Enfim, eu não tenho nenhuma roupa bonita!

— Bom, sorte a sua que... — Então Natalie foi interrompida pelos latidos esganiçados do seu Lulu da Pomerânia, Sugar. Bianca ouviu uma segunda voz feminina antes da irmã voltar ao telefone: — Desculpa, a Esther acabou de chegar da faculdade. Faz assim: me manda uma foto de todas as roupas que você tem que eu penso em alguma coisa. Acessórios também!

Bianca imediatamente seguiu a ordem e começou a espalhar suas roupas em cima da cama. Enquanto batia as fotos, ouviu, com um sorriso no rosto, Natalie receber a namorada perguntando como foi o dia e implorando para jantarem comida chinesa naquela noite. Estava louca para visitá-las no apartamento que dividiam, mas precisaria esperar até o próximo feriado.

— Feito. — Bianca anunciou, enviando a última foto.

— Ok, vamos ver... Credo, Bianca, nem uma sainha? Eu sei que é difícil deixar sua cara de rato bonita, mas pode se esforçar um pouquinho. — Bianca até estava com a resposta pouco educada na ponta da língua, mas somente porque dependia muito da irmã, deixou essa provocação passar batida. — Tá, seguinte: pega a saia do internato-

CamelliaWhere stories live. Discover now