Capítulo LXXI: James - Mãe.

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19 de Outubro


Encarei o relógio mais irritado do que gostaria.

Ainda eram sete da manhã e meu humor, que não é conhecido por ser dos mais amigáveis, já estava pior do que o normal.

Droga!

Levantei da cama e segui para tomar um banho gelado, o que não ajudou muito a me acalmar, mas valeu a tentativa.

Coloquei minhas roupas normais e me preparei para um dia sem aulas e treinos pela primeira vez em anos quando senti aquela sensação tão familiar que me fez virar assustado.

Helena.

O que ela estava fazendo aqui?

-Podemos conversar?

Engoli o xingamento que me ocorreu.

-Não posso.

-Quero te ver James. –A sua voz era quase uma súplica, o que me deixou irritado.

Forcei minha raiva para dentro e suspirei cansado.

-Já disse, agora não.

-Você me afastou a semana inteira, eu só quero ficar com você.

Encarei Helena me sentindo oco.

-Eu te falei que não posso ficar com você agora, tenho algo para resolver.

-Tem mesmo? –Eu podia sentir a ironia na voz dela.

Aquilo me irritou.

-Tenho! –Ela recuou um passo assustada. –Quer saber a verdade? –Ela não respondeu e não me movi de onde estava. –Estou farto de você me procurar apenas quando é bom para você e me deixar de lado quando não precisa de mim. Agora eu preciso de atenção, da minha atenção e não posso, nem vou ficar esperando que você se importe comigo o bastante para entender que não posso atender aos seus caprichos.

Droga!

Estou com raiva.

Raiva de mim.

Raiva dela.

Raiva da minha mãe biológica.

Raiva do meu pai.

-Eu me importo com você. –Foi um sussurro.

-Eu sei. Apenas... Apenas vá embora, não sou uma boa companhia agora.

-Você vai me ligar?

-Não sei. –Fui sincero.

Não sou idiota.

Amo Helena desde que a conheci e a desejo ao meu lado desde que tinha idade suficiente para saber que quero me casar com ela, um sentimento que só piorou quando fiz quinze anos.

Só não sei se posso continuar com isso por mais tempo sem que um de nós se machuque de forma irrecuperável.

-Vou te mandar uma mensagem segunda-feira, tudo bem?

-Respondo assim que puder. –Ela pareceu querer falar mais alguma coisa e, por fim, concordou. –Vá para casa Helena. –Ela acenou e desapareceu.

Suspirei exausto e bati a cabeça contra a parede.

Sou um idiota.

Abri a porta do quarto e sai ignorando todos os alunos ou cometeria um homicídio.


==========X==========


Eu não costumo tirar dias de folga, salvo quando acabo indo para Miami com Helena.

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