Inevitável

Capítulo 21

— Ele entendeu que acabou acontecendo porque estamos muito longe um do outro e eu não disse nem somente pela distância literal. Chegamos a conclusão que morar junto é o ideal para que possamos nos reconectar.

— Você só pode estar de brincadeira, acabou de dizer que quer ficar comigo, você é apaixonada por mim, não pode ir embora daqui, morar com outro homem e casar com ele. Você não o ama! — Terminou o discurso ofegante, falava tudo muito rápido.

— Eu concordei com ele na hora, mas vim pensando em falar com você antes e é por isso que eu estava aqui tentando fazer você enxergar que não é tão absurdo quanto você acha. — Ela deu de ombros, falava baixo e calmo, mas seu coração batia acelerado. — Mas já conversamos, você acha errado e tudo bem, é a sua opinião eu vou seguir a minha vida. Não quero mais ficar sofrendo por você em silêncio. Chega disso!

Ele ficou em silêncio, claramente em choque. Não queria perder a Sophia, mas era uma situação muito difícil pra ele abrir mão de todas as suas convicções assim do nada.

— Sophia eu... — Não completou a frase, era sempre assim.

— Não precisa se preocupar, eu já disse que vou embora da sua vida e pretendo aparecer o mínimo possível, somente pra ver o Felipe e mesmo assim vou pedir a minha mãe para buscar ele. Você vai se ver livre de mim.

— Não quero me ver livre de você e nem que você se case, muito menos que vá embora daqui. — Finalmente conseguiu completar alguma frase.

— Por quê? — Sophia deu alguns passos pra frente aguardando a resposta da pergunta que havia acabado de fazer.

Ele não respondeu com palavras, iniciou um beijo calmo, um beijo diferente. Tinha amor ali. Ele amava sua boca, mordeu seu lábio no meio do beijo e logo intensificou. Suas mãos estavam na cintura de Sophia, a mantendo perto, enquanto as dela estavam no pescoço dele. Aos poucos, o beijo que antes era inocente, foi se tornando fogoso. Micael deixou a boca de Sophia e beijou seu pescoço, os gemidos da mulher o incentivavam a ir mais, a passear por seu corpo com toda boca, mas então a loira se afastou.

— PARA! — A loira disse bem alto, completamente alterada. — Para com isso, é completamente errado! Eu já confessei os meus erros pro Marco e ele já me perdoou, não vou deixar que aconteça novamente. — Disse ofegante e Micael deu um passo em sua direção.

— Você não vai casar com Marco ou com quem quer que seja, eu sou apaixonado por você, Sophia. — Confessou, sabendo que era melhor confessar de uma vez. — Eu penso em você o dia inteiro, seja no trabalho, seja em casa, até mesmo quando eu durmo você está la, nos meus sonhos. Eu quase fiquei maluco hoje imaginando onde você estava e o que estava fazendo.

— Você dizer pra mim essas coisas não muda o fato de que você não quer ficar comigo. — Praticamente gritou. — Eu não vou mais me sujeitar a isso, não vou mais ficar esperando cair a sua ficha de que a opnião de terceiros não importa.

— Eu quero que você fique comigo! — Finalmente disse as palavras que Sophia queria ouvir. — Não suporto imaginar que outro homem vai te tocar, que outro homem vai ter você. Fica comigo, por favor! — Ele tinha um olhar desesperado, tinha medo de com tanta indecisão acabasse perdendo Sophia, mas então ela sorriu.

— Eu desistiria de quem quer que fosse pra ficar com você. — Respondeu com a voz doce e então um sorriso surgiu em Micael antes que ele encurtasse a distância entre os dois e iniciasse outro beijo.

Tinham pressa, as roupas foram tiradas e jogadas pela sala, eles só queriam continuar de onde tinham parado, só queriam se tornar um. Fizeram amor no sofá da sala e no final estavam deitados, nus ainda, Sophia sobre o peito de Micael enquanto ele fazia círculos em sua pele desnuda.

— É uma loucura isso. — Micael começou a dizer, não tirava o sorriso no rosto.

— Uma loucura muito boa. — Ela disse sem levantar a cabeça do peito do namorado.

— Sophia... — Voltou a não terminar a frase.

— Micael, se você me disser que isso foi errado e que está arrependido eu nunca mais vou olhar na sua cara. — Ergueu a cabeça já irritada e o encarou.

— Calma, dona braba. — Gargalhou e a expressão dela se suavizou. — Eu nem completei a frase. Nunca me arrependeria de ficar com você. — Lhe deu um beijo na testa, mas a mulher ainda ficou desconfiada.

— Já se arrependeu duas vezes. — Voltou a deitar sua cabeça, agora sorrindo novamente.

— Nunca me arrependi de fato, só pensava pelo lado racional. — Disse com uma risadinha e então logo completou. — Eu ia dizer: acho que você tem um noivado pra cancelar.

— Você realmente vai ficar comigo? Sem desistir ou dizer que não consegue? — Ergueu de novo a cabeça e olhou em seus olhos novamente.

— Sim, não quero ver você casada com ninguém. — Falou com a voz fofa e franziu a testa quando viu a loira dar risada.

— Me desculpa. — Sua risada cessou e uma careta de culpa surgiu.

— Pelo quê? — Perguntou confuso e então ela confessou.

— Por ter mentido. — Ainda estava confuso, aguardou a explicação em silêncio. — Marco não me pediu em casamento, ele terminou comigo quando eu contei a verdade, eu só disse isso porque... — Não terminou a frase, Micael a interrompeu.

— Sophia, você mentiu pra mim? — Disse alto e se levantou do sofá, indo buscar suas roupas e começando a se vestir.

— Micael eu... — Agora era a loira que não tinha palavras pra terminar as frases.

— Você mentiu! — Exclamou alto. — Que tipo de relação é essa que começa com mentira? — Disse um pouco revoltado e então ela sorriu. Um sorriso tão doce e delicado que fez com que a raiva se esvaísse na hora. O amor era um sentimento tão forte que faz agir como um bobo. — Por que está sorrindo? — Falou bem mais baixo.

— Porque você disse que temos um relacionamento. — Ela disse ainda sorrindo, o olhando nos olhos. — Olha, eu sei que menti e não acho isso bonito, mas Micael, estava na sua cara que você queria ficar comigo e tinha algum receio. Eu vi o ciúmes do Marco na sua cara, quis só aproveitar.

Ele suspirou terminando de se vestir. Odiava mentiras, isso afetava a confiança não era bom em nenhuma situação. Sophia se levantou e parou de frente á ele, ainda nua e colocou as mãos em sua bochecha, não deixando que desviasse o olhar.