Capítulo 41

60 6 4
                                    

— A gente se ama, Luiza. Falta só você perceber. — Por mais que Luiza tivesse um sorriso no rosto, era nítida a dor em seus olhos. — Eu não quero tripudiar em cima de você, eu te amo. Mas eu não vou recuar dessa batalha, você não vai tirar o Micael de mim.

— Eu não vou fazer nada, minha irmã. — Deu de ombros. — Mais cedo ou mais tarde vocês vão terminar. Ele sabe que eu voltei, sabe que estou aqui por ele.

— Se você nos ama tanto quanto diz, devia querer nossa felicidade.

— Sabe o que eu acho engraçado? Você também diz que me ama, mas não estou aqui vendo você querer a minha felicidade. — Respondeu com certa ironia e Sophia bufou. — Ele só vai ser feliz comigo, Sophia. Você foi um prêmio de consolação. — Estava trazendo de volta toda insegurança que a loira sentia. — Você não é bonita como eu, não é alta como eu, não é magra como eu. Sou mais engraçada, mais bem humorada e com certeza o sexo comigo deve ser melhor. Ele esta com você por comodidade, mas logo vai cair em si.

— Você é cruel. — Sophia estava com os olhos marejados.

— Estou sendo realista e o fato de você ter esperado esse acidente só mostra uma coisa: Você sempre quis ser eu, sempre quis a minha vida. — Algumas lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. — Mas você jamais vai ser como eu, te falta muita coisa! Você é sem graça, esquisita e baixinha. Pinta seu cabelo de loiro numa tentativa de se diferenciar de mim, para que as pessoas parem de nos comparar e de perceber que você jamais chegará aos meus pés. — Parou de falar quando ouviram Felipe entrar na sala correndo, todo sujo do iogurte que tinha tomado. Sophia fungou e passou as mãos no rosto, numa tentativa de disfarçar as lágrimas.

— Titia, sujou! — O doce menino arrancou uma risada singela da tia.

— Vamos lá tomar um banho que resolve. — Sophia avisou e ele fez uma careta na mesma hora.

— Não, banho não. — Protestou e arrancou risada das duas. — Por favor, titia.

— Banho sim, porquinho! — Ele fez bico e e cara de choro. — Vamos lá, seu pai já chegou e está tomando banho também.

— Deixa que eu dou banho nele. — Luiza se aproximou e Sophia a encarou alguns instantes.

— Tem certeza disso?

— Não vai ser a primeira vez que faço isso. — Respondeu com o mesmo tom cruel que estava usando antes de Micael chegar. Tom esse que havia sumido magicamente na presença do mesmo.

Subiram as escadas até o quarto do Felipe e Sophia percebia o olhar de Luiza pra cada canto daquela casa. Quando passaram diante da porta do quarto deles, o olhar se demorou e um suspiro surgiu, mas nenhuma das duas comentou nada. Chegaram ao quarto de Felipe e o menino foi escolher sua roupa, amava fazer aquilo e Luiza sorriu ao perceber quão crescido seu bebê estava.

— Felipe sabe onde estão as coisas dele. — Disse baixo, nada feliz de fazer aquilo.

— Tá tudo bem, eu me viro com ele. — Sophia assentiu e saiu de perto, indo até o quarto. Procurou Micael e não o encontrou, até que ouviu o barulho do chuveiro e caminhou até a suíte.

— Ficaria até o resto da tarde olhando. — Se fez notar e recebeu uma risada em resposta.

— Eu serei obrigado a cobrar uma taxa.

— E se eu não pagar? — Virou a cabeça de lado enquanto ele fechava o chuveiro e se esticava para pegar a toalha.

— Eu terei que te mostrar a lei, mocinha. — Enrolou a toalha na cintura e então se aproximou da mulher lhe dando um beijo.

InevitávelUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum