Capítulo 48

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— O que vocês ainda estão fazendo aqui?

— Você acha que eu ia te deixar aqui sozinha sem ter como ir embora? — Disse entre dentes, muito provavelmente por estar com ciúmes da brincadeira de Luiza.

— Estou dando um jeito, não precisa se preocupar. — Ergueu o aparelho.

— Hum, daqui a pouco o médico te leva, né? — Jogou piadinha e ela respirou fundo novamente pra manter o tom de voz baixo.

— Me respeita Micael, eu estive com você, mas não aprendi a ser safada não. — Ele arregalou os olhos com o ataque repentino.

— Eu não sou safado, Sophia, você sabe muito bem disso. — Se defendeu e ela virou os olhos. — Você me conhece!

— Não? — Alternou olhares entre os dois e Luiza deu mais risada da situação, estava agindo como se aquilo tudo fosse uma grande brincadeira. — Deve ser mesmo.

— Precisamos conversar seriamente! Precisamos esclarecer muitas coisas pra poder nos entendermos.

— A gente não vai se entender, Micael. — Estava perdendo toda compostura e começava a falar alto. — Eu te dei todas as chances de ficar com ela desde que voltou. TODAS! Você sempre disse que queria ficar comigo e pra quê? Pra esperar eu dormir e ficar com ela no corredor? Pra no mesmo dia ir pra cama com ela sem eu ao menos ter tirado minhas coisas de lá? — Fechou os olhos e respirou fundo, já estava ficando tonta novamente.

— Eu não fiz nada naquele corredor! — Sophia deu uma risada debochada. — Essa maluca me agarrou e eu não quis esconder isso de você, porque eu sabia que ela ia falar e aumentar dez vezes o que aconteceu. Eu sempre fui sincero com você, não estou aqui correndo atrás de você atoa! Eu te amo, droga! — Disse alto, chamava muita atenção. — E que droga você pensa que eu fui pra cama no mesmo dia? Isso não aconteceu, Sophia, não viaja. — Terminou o discurso e o médico simpático apareceu ali junto com outras pessoas que os três não conheciam.

— Vocês estão em um hospital — Tinha uma expressão brava — E você não pode se estressar senão vai passar mal de novo! Tudo o que você sente, seu bebê sente!

— Desculpe. — Ela disse baixo e envergonhada. Estendeu o celular de volta ao dono. — Muito obrigada!

— Conseguiu? — Ele abaixou o tom de voz e voltou a sorrir pra ela. Sophia teve certeza do flerte.

— Não, minha amiga não atende. — Soltou um suspiro. — Mas de qualquer forma, obrigada.

— E vai embora como? — Micael rolou os olhos achando um absurdo a conduta daquele médico garanhão. — Se você quiser, em meia hora termina o meu plantão e eu te dou carona. — Sophia sorriu pra ele, já com a ideia de deixar Micael ainda mais enciumado. Luiza dava risada da situação atrás dos dois.

— Claro que sim. — Respondeu com um sorriso, respondendo ao flerte do médico.

— Claro que não! Ela não vai com você. — Micael se intrometeu, pronto pra acabar com aquela palhaçada.

— "Ela" decide sozinha. — Respondeu afrontosa, gostando de vê-lo com ciúmes tão escancarados.

— Eu te trouxe e eu te levo, não tem conversa. Não vou deixar você entrar em nenhum carro de médico tarado.

— Porque só pode no de cunhado tarado? — Ele abriu a boca em surpresa com o comentário, mas nem disse nada.

— Sophia, acho melhor você ir com ele, não quero causar mais briga e mais estresse pra você e pro seu bebê. — O médico da discórdia então se despediu e saiu de perto dos três.

InevitávelOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz